Pará Ilustrado - Março 1942

• • • • • . '• . • • • . :- • ·• V ·'"}t~ • • -: ·.:ÕUE _.,_ J-\ - • ~ 'D..- ~ .. • • • QUE ... ,-. J-\ N\Oft~fE i ~ N es ta riso nha cidade das ma n– gueiras , quem nã o conhec e o filo – sofo socia lis ta? ( · , En • rgando um jaquetã o surra do , com ti' a ca pa verde-esc uro na dex– tra e · um junco fl ex ive i d e o ut ro lado , traze ndo um cha péo enve le- / c icl o pelo tempo na ca beça . e o pe it o mfl rcheta do de pequ enino s retratos de a rt is tas de cinema , com o ul ros dísticos ind ec ifra ve is ! Vaga ndo pelas rua s, p ra ças . pa r– qu es e viélas, com ru mo ince rt o, como <;e Íôra um nav io fa nt asma , perdido 110 mar lumullua rio da Moda • b iuso II gaucho, em seda clara, mangas compridns . golo esporle. ullima novidade no ,Rio para passeios mo/inaes exislrncia • . . : •· Não Ía z ma l a ni11 g uem, co rt ejrJ a le:i dos com respe it o e para as c rian cin has d as ruas tem fr ases d e cari nh o e meig uice. • • • Esse": tipo popu la r de nos~as ru as bem pa rece o fi loso fo d e S i– rac usa parn qu em lodos têm o di– reit o c.l c um logt1 r ao so l. P a ro e le não ex istem grn nd es o u peq uenos : - lo dos sã o ig ua is . Qua nd o se refere a o nosso ln– l~rve nt o r d iz s impl esment e - o ve– lho Malc her : o c htfe d e nossa Comuna - é o Abe la rdo; o P re- • sidenle da Repub li ca é, nem ma is nera menos , do que o sr. Ge tulio . .- Domingo ultimo, fui ao Museu Goeldi, na esperança de o uvi r esse • , espirilo de es có l, qu e é Ca rl os • Eslevii o, estudiosé> e bo nissimo . simples e afove l. .. E como o não livesse encon– trndo, dirigi-me para o bosque do 16 - Museu, pa ra admira r o lapir, o ta ma nduá, a capivá ra, o cac horro da noite e outros especi mens exó– ticos da nossa ins uperave l faún a. A ma nhã es lava deli ciosa mente fr esc a , como uma ma çã d e frig o– ri co e pares desc uidosos passea– vam entre os mudos vegeta is, mur– murando juras d e a mo r e p ro jetos de um ninho perfuma do , no qu a l nõo hav eri a m nu vens d e desgosto ... D etive-me cl efro nl e do vive iro dos passa rinhos ao o uvir um sa– bi á modu la r o seu mav io!:SO ca nto . P ense i em Gonçal ves Di as e com ele r ec it ei ba ixinh o o s seus versos nos to lgicos d a .Minh a terra tem pa lmei ras o nde ca nt a o sab iá , . Escon di do entr e a ra mal ha ve rde d e um a rbu sto, com o s eu can to es tr iden le. um Bemtev i, inlerro.~fi' pi a o leno r al ado de nossas · ma– las. co m os seus imper tinent es bem– le-vi ! Be m-te-vi 1 Dt'po is qu edei-me 1.1 ap rec ia r a acro ba cia lo uca ci os sa g uin s e co a– las, não podendo a dmitir tis teo– ri as d e Da rwin . O s o no imperlur ba vel das no s- Moda Lindo modelo de blusa, fechoda, com sos, suposlos. Es /6 mui/o em uso no .sul do paiz. sas serpent es gelid as, davam-me a impressã o d a perfidi a a maq uinar o adio, a in 1eja, t1 ma ldi ção , en– fim, o ego ísmo. esses ma les qu e ta nt o deformam a humani d a d e. E imagi nei quan tos seres huma– nos não se rão ma is venenosos do q ue os o fi dios? O Mu seu. naquele momen to . pa ra mim. parecia um temp lo de cogi tações e de incertezas. Pa ra os lorlurndos do pensa– men to a Natureza, em todo o seu • PARA' ILUSTRADO • . • , l-- ._ ... .. . ' . ·• , . • :A meu filho Erl\ani · • • r ·· . - • • es plen.clo r pan teista. o ferece sc nsp-_ çôes inédit ll s e fa-los pe- nsar , a trt1- vés o e · um SOlilhCilr . que a Hlima~ - da de • n.,~-ê .ma is do qu e uma ,ia r-· •. • li c ula nes~• ~ra nd e lo do qu'. i! o • ,· • -Mundo. • • ... . . _ ' D espert ei d ~se j ela r~o de co~ - . . · . ,',,,.~. jelll ras ao . mtv•r t!ma voz~ cla ra e• -~ • • • . fo rt e. ~ e tliii a: - ará ra . arára . , · ~ -w ,, _I • Era · o Odorico qu e • rindo , se • · ' • ·• : ••~ desc ulp avlil - . Não fo i a o · se nho r• · ·· V 1 .• ,• que cha mri d e a rára, arára .. in , a fa lando comi go rnesmo é im·a~~p n-. de que os pa ssa.,9s são mai5 in– lelige nl es d o q ue o s homeJ1 s•, Sent o u-se ao meu lado , · no Jos· co ba nco do bosqu e e cont o u-1n e , so rrindo, qu e ao passa r pú r d e– fro nt e de uma dessas av es cuj a 1>lp magem é rub ra e a mare la , umâ delas, a rrepia nd o-se Iod a , o drn• mora. po r .duas vezes. de a rá r'? ·. -~- ... . .. ......,, O ui z respond er-lhe - di ss _o O do ric o - mas lembrei-me que n me foni a compree nder porque ela· e , ex lr!,'nge~~a d ent ro. da. J iel9 °"~-6-l11j~: ·· •) "·· '.·_ qu e ''O v1ó nasce r. 111;1 p-onte~. mo:.,..'.. •· ! ges tosa tÜ e uma a r v r. _ _- . ~ ~u~ (, > . ·, .. ~- . ' , .•., ·. . E prosei,iw iu . na • s ,-. ·e-~posição . - O se n · ' · prr f· · -e nte q ue. q ua nd o . cha m ú• a r Jll· de , a rã ra, . nii4l e1t.Wremos ~r. .., rt·s– lu o s ignifi cp•d:_-1 ' de• u·m i'.~ p\i ga i · mas sim c l_ass ifictl-lo de .u.rn !ô~ P e r exemp lo: um homem..que'- ·filio -sa be apro·.- eitar das ocasi.çies .; ' J);'lra ti ra r um :01imo pari ido , é · s i•m'plh - ment e um. ,r· . · , · Ou a nd u ,. rec~i .~ -:0 s do <se;: \a soc ia l o u c.l ~rn u"v f ,·g11s tad1r- pàf~},,,, ' • . ( • .<l, d eixamo s ~e oeijar uma peg ueria qu e nos o ferece os labios, · arm in a~ ( - ( Conlinua n/J , ,. ,, , ) tJf1 . • Moda .... . Blusa espor/e com debruns a cores. pro– prio para manhãs quentes, em modo no sul. 28 - 3 - 1942 • • ) ~ • • ,1 ... • ,. '

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