Pará Ilustrado - Março 1942

• / • ' . • • • • • • • • . 1 • 1. • • ,,, / ' .e• . • • ~ ., ' .. .. . ..... ,. . =~· t. . :-. ~•:'-• .. . ' /-. ·. , . \ . ~ -. 'A--. _A A.t11A, 1~~.~~:. J-_ . ~°;,°;,,A"A. . ~ - 4 ·,·.:,r ~wyw r-rr .. r-rn-rw ~ ,.~.,.,.. .Au ~ -;-;:~'.:-' :·'\. por lerrt.ts lo: ginquas e• ~ nht;,i: ~ ; u•il a s cousas• ~ ,iora-•: _-: _··-~~· d as do meu cerebro de ~MT~crnle . A s ua .c ônver~a .~ . ,· • , l c omi go . iis vezes era longa .• 1:.sco lhi a para rsso• os ciomi~... ·.· • . ' '. O prelo S evero foi um ami go qu e co nheci na mi nha infanc iti , qutindo eu linhti o ito tinos de idtide . o uvindo de le ti s hi s loritis mtiis bonil tis que s e poà iti ou vir . nn– qu elti suti falo t1lrapt1lht1dt1 . de afrirnno que envelhec eu no Brasil e nã o conseguiu aprender a pron11ncit1 co rrei a d !ls pa lavras J a lingu ti portuguesa . Essa ami zade al é ho je co nse rv o como uma reliquiti . E le !em a\u a lme nk se lenl a a nos , o co rpo jii vai ve rgtindo com Ião pesa da rx islencia . mas tiinda possue uma res is lenc ia fü.lr_niravel e uma me r;n o ri a prodigiosa . Nã o lrn dalt1 , foto · ou d et11lhe min imo que escape de uma das s uas nt1rra li vas . O se u b ra ço a indti lem vi go r e ele mesmo s e org ulho ern d ize r q ue não 5e !roca por muilo moço de ho je. que vil' e aí se es tragand o e não p, esta para ma is na– dti . A 11111ior infelici– dade na vida s erii se a lg um d ia cheQa r a ped ir esmo la . ·sõ se fo r castigo ele D 1u •;, t1Íirm1:1 s empre . po rqu e , n · ~o vé io nã o se 11mo '1na, . E ' po r isso que lrnba– lh ti . lrnba lhti muito e não se i111porlt1 co m a edade . O pre lo S e vero km o-s mu sc ul os rijos e vi ve feli z do frulo do St'U s~o r. E. ' empregado em ca~a d e urn co– merc ia nte porluguês– o sr . Ma noe l J oa– qu im Mo reira . pro– pri elurio d e um dos ma is importa,il es llr· muzens d e s1:cos e mo lhados da e icl a– de, a quem preslt1 o concurso d a lie '.– dade e das forças de escrnvo re di m id o . Em casa do s r. M o- • reira lefn ga rnnl id os o ti lmoço e o ja nl a r e po r lá execu ta t1l– g un s sr r viços case i– ros . E va i 1i l'e11do mu it o bem, melhor l L 1 l t ~~ ./ .... • ,,;;_"; o~·, ~p 'I" do qu e q ua ndo vei 11 d a lerrn natal. da Ango la distan te . moço 11 inda . para tra bull1 a r em um ,.ngenho de Pernam– buco, ond e os escra vos apa nh avam li valer e eram Ira– lados como se fo ssem a nimaes se lvtigens. E ' por esse molivo q uP. não di s pensu tis oporlunidades em que pó de foz~r picui nli t.i s aos brancos. Depois da lei de 13 de ma io de 1888. andou vaga ndo de terra em !erra . de Es– tado _e,~ Estado, vindo fina lmen te parar em Be lem . Aqui • conslr lu,u fomi li a. fez-se cidadão b rasi le iro de verdade . X X X Gos lri bastante cio negro Severo desde qutindo :ive a oporlunrdade de trocar pa lavra com e le. Tornei-me . en– tã o . 0 bom ouvi nt e das sul.ls h istorias foscinanle o;, agu– çadora s do minho curiosidade. Por inlermedio d elas lrn– vei co~hec imenlo com vorios episodios , para mim des– conh ecidos. da e.scravalura dos negros no Bras il. viajei gos . quando folgava do corpo ~as cansaºva a memoria . · • f.u . de minhn parle. c o ntava-Ih~ lllunas co~ as. ot •,/d·~ --: . por ele algumas vezes e~ a brolti lo silencio e oulq1s c~ .,• \ ri sos e «parles . ludo ao sa bor do assu 11fo Irai ado . O .' • -• • meu numero d e sensação sempre foram uns vers oSII' ~e ·' • ) '.. Cas tro Alves, que eu sei de cór. e mo stra -me Severo : I • Ioda 11 ve z que reci to, grande interesse rm esrtrl ~r. Ele·· mesmo sabe algumas modin ha s que têm por mÕliv~ a I. poes ie do grnia l va le ba i11110 . Para b o lir co1,11 'u cornção do meu amigo é só ir di zendo : \ . O nde voes li l!h-<l inho , : I Mucnmo tiio bonitinha , Mo rena ílõ r do serliio ? •., • A grnmll um beijo te íu, la r · P o r boixo d,, stíi11 curlt> Ü ue " perno te escon<le 4em vtto . ~ . Primeira ;sirofe de ,Mt1ria,, do po ema •A Cacl10ei ra d e Pt1ulo Afonso , . p t1ra • o s seus o lhos s ~)tn.. ..:. ·-. c:he, em _dagua . a: ~ .a. · ~•- . li!!i~dmia lrans fo , . mar-s.e num repent e. ' e ele lem por mim pe las suas hisloril.ls min ha a lma. . . . . !Jmi vez rec itei-lhe o poema • Ess1.1 i;i " • sfo Fulô, . d~ Jr. ' de Linw . 'o_u termine i~ o· f ulõ ? <Y Cod~. cadê te Üue Nossa Ah! fo i você f c,; você, nêg Essll ntgrn fu lü ! E le p ulou de cun– lenlamen lo.' pediu - me que repel ise ou– Ira vez . dizendo-me : • Essis branco in"v en– la cada côso . . . • Dessa fórma eu cos– tumo locar. â sens i-– bilidade de ·· Severo verdedeira vene ,1rção . como lenbo bonit os . fa sc inant à, . qu e encantam a X X X Ha muito tempo não via o prelo Severo . Por isso re~o lvi~ pr:ocurn-lo . certa vez. em ca sn do seJ - aniigo pa– lrao . E live a felicidade d e air,da reve-lo. Ac hei-o triste abatido. sentado em um banco, no po rã o d a casa l:O~ -(. • o cac himbo pendendo do can to da bocti, e ni\ o me 0 r ec-e: "' beu mais do modo como fazia anti gament e. Es la va sr, i nho no mundo , contou-me. pois havia morr ido Geraldi na. a companheira de tantos tinos de lul as e sofrimen– to~. Sua vida eslava lambem prestes a se ex ting ui r. nã o aguentava com lanla saudade. N esse. o ca s iã o me pareceu - ( ConlinúB nlJ pngina 25 ) 14 - PARA' ILUSTRADO 28 - 3 _ 1942 ,~· • • • . • • ' '\. • . I \ , • • 1 . • •

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