Pará Ilustrado - Maio 1942

sr. Duramponl fumava o •seu indcfeclivel charuto após o jtsnlar.'. .Sentado em suo frente a esposa ~eberict\v? • um pequenino calice de cor. • Madame Duraponl linha ludo o . quê çra prec~so para cor,siderar-se ,. féliz. Moça . < ontando apenas- 34 primavertss. fo1 moi;a e rica. apezar . de tudo isso não S e'. senlia. ditQsc1, • porque Gilberto . seu marido, lhe . pãrecia ind ifere nte ou pé lq ·me11Qs . não o querit1 como nos 'primeiros . anos do casamento . Esse desapego amargur1.wu t1 rida çl'él . ' pobre se- • nhora. • ~ P ~/q~e• ,será? fez elti'' involunr 1 !tiriamonlé., suspirando. ·· -:- Üt1e â ,~·s'.? perguntou . Gil– , horto. · · - Nado . n~da, ~slava sonhando . a.cordado .. . . I · ·. .Ourampont displicente não in- ' ~t iu. e a mulher engolfou-se no– - \ vome,olc nas suas tristes meditações. . - Sçr-me-ha infiel? . perguntava .•·.-.;.11e a si mesmo. · • . .. Sôo 1 u uma campainha . . • t '1-"A moça tomou um dos receplo- es .do -telerone. ·• .~Pronfo, quem fala,... Como?.. . ãq___' 1enhor I Não · mora ~qui . . . , (Depbi~ de umo .panso): Garanlo– . lttç que nlio t . . : - - • - Ou,cm era ? . : 1.- -- Não sei. Li_gação errada. r Restabeleceu-se o silencio . Ele . \oolveu ao charuto e ela, com as pern(ls cruzadas, pôz-se a olhar o .._, céo azui através dos vidros da ja– , . nela : ~ ! e5utr~ · vez 'tilintou a campainlta . GHberto enfasti ado pegou um ~ , receptor •e a =sposa tomou de ou- 1 Iro, perguntando : -Ouem fala? - E's tu .l,ézé ? -fez uma voz , masculina a'través dos fios. .. - Nãb . senhor I Já lhe disse 1 que Jlái lemos aqui nenhuma Zezé. t -:' -:- Está bem ! 0 não·:eslãs de hQm 1 " , humor . . . Tornarei a chamar quan– .. do tiveres soltado . os teus burri- / ·nhos . ... ..' . - O~ masséln te ·este telefone 1 ; resmungou enfadado . E fil a ndo o marido, acresce ntou : - Porque me ol has assim ? · - Por nada . . . Desejava «ape- 1 nasmente. saber quem é esse tipo ... Sei tanto como lú . - 5rm .du.vida. fie chamou por uma mulher e linha combinado que ' õo podendo õlender, lhe rt"spon– dess! s: ,.Não é aqui• . Assim pre– ' nido , 0 , zinho não insistiria. ~ - Póde ser . .. _ E' cxtraordina rio qua ele con– fu nd isse duas vezes a lua voz com d suo •zinha• e por duas ve– o ªmist urasse cinvolunla riumenle• i e 5 550 numero com o dela ... , 0 no . 2, - 5 -· J-Q-4-2 -- Um curfo e inferessanfissimo confo · de twforia de Henry f alk ó fino ~on- . lisfa do bom humor na frança - Não me· td:-!'ira . Vistes. que pedi Central e ligaram-me Vila : .' . _: Zezé não será . um ape_lido ,· um diminuli vo ? .. . :. ·· .. : · - Talvez ... - De que nome'? - Pode ser· ·dç ~s ú z ano por exemplo. de Maria ·Jo_sé, de . .. de Luizâ 1 B'ELE l ~PIIRII~ R.JOÃO AL~R~D0.49~ (]) . .J / PARA' ILUSTRADO r-J, ~ ) ~V __:_ Nõo vejo como . - Ouem sobe ? . .. - Oue queres insinuar? ... , Gi berto .explodiu ern umo gros– "seria inexplicavel : - T ú me achas com cara de . bôbo? . 1L u i z a, compreendendo. poz-se , .rôxa de colera. Sentiu-se revoltada . ' Ela que odora va seu • marido , ser · vitima de uma acusação Ião _iwista, •· - Enlão alreves-le a duvidar de · mim? . .. . -- Parece que , dei no v'in1e. ·.... ' E cerrando os punhqs,--rosnou : - Diz o nome desse homem.- . - Mas se se não sei quem é..: - Pois bem. Se não quere:l di- ze-lo. saberei adivinha-lo. E saiu como um furação do as porias. J X X X · f.i<!:ando · sozinha . a moça deixou– se cair ·em uma poltrona : -- Está maluco . . . mos . . . se . tem ciumes. é que · ainda lhe inte– resso ... Talvéz· fõssc o meio de atrai-lo novamente.. . Se ousasse... Ousou l · Vesli~sse. c;-0m elegancia. · Tomou um_. . •taxi• e foi . ao «Dar~...__,__ cing, que frequentava C(?m as a1~ -- - ~ guinhas. . - O Mamielilo eslá? perguntou :• no vestibulo . . Manoel.· o dan,sarino • .da casa •acudiu solicito e lisongeado : . .• - Queres ganhar ..cinco contê>~ . ,Ide réis. Manoel? . . . - Suponho qu·e ·sim..Oúe, , pre– ü10 fazer? _ Te mos de fazer o meu . ma– rido acreditpr que .és meu namo– rado . .. - E se;.. ele me quebrar- os.. os:_' sos de pancada ? . . . •• · Prevendo isso mesmo . é que lhe .' ofereço dinheiro. Veja si . corivem. O bailarino calculou . . . cgl1;u- · lou . . . e resolveu gúe por _essa • redo!1da quantia volt(i a pena dei– xar-se esmurrar os ventas· e. acei- tou a ·oferta . Luiza regres.s~iJ á {:asa'. O mo~. • rido eslava a sua es;:era . - Saiste ? Atabàs de encontra– lo não é verdade ? - Pois bem. E' v·c~dad·e. - con– firmou dissimulada , afda~d~ per– lurbã,ção . Acobo precisamente de · .. pedir-lhe que não i'nsisla em per-~ seguir. Posso jurar que nad~ de grave ocorreu entre nós. Começav~• mos apen~s um ,flirt. sem conse• quencias. - Ouem é o bandido? - Ma noelilo , dunsa do clube. o professor de G ilberto pa rtiu como uma fl écha. Ouando regressou t i n h o uma ( Conlinúa na pagina 29 ) 7 ;- • ,

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