Pará Ilustrado - Maio 1942

/ . • ~ ~ ~ (J T ripul1mào uma p_irogo. iomos ri o P araguai odma,. em de_manda do silio dencminodo ._Segredo• • interna-do 'cm meio do sertão. · • · t'.ra o primeira vez que eu me via nessas empresas. e me ocabrn- l. nh,ava . a idéa dos dias que me oguordo v_am. Ne_ss~s· paragens, quasi sempre in~ospilas. a Natureza a cada tre– cho o ferece ·um novo 115peclo ao viajor : Ord se õpresenlondo na sua exubf.>rancio, na pujança do seu es– plendor ; ora apresenlando quadros horriveis. verdadeirnmente lelricos. ,O drnmo do fopero, é um dos inumeros drnrr.as passados nos inospilt1s motos do infindovcl Mofo Grosso. dromo cheio de 0111or e cheio de lrogedio - .Vamcis Zé Matias: bala remo, . vamo,s ,alcançar o pouso . ~ . ~ -., E ·.ele enljío começou a a sua •via-crucis• : • ,. naniot - Sou eu o autor destas duas mórl.es . Já quantos anos se ,vão ... Eu morova nesta bandas. amava Rosalina e ela ine amav.a ::·Tecia– mos o· mais lemo .idilio . O meu amor atingia ós raias do fonali smo . obsecava-me comple!a1J1ente. Tinha ciu~tl! quirndo olguern 11 a . fim,a": i5so se me af'igureva uma pr~fi~-. noção. Mais lorde. quando ,cti'me- . · ça,se a colheita do milho. cpm , o ·produto de suo venda. aumentaria os ' meus minguados h"av 11res e en- • • .. ' , Na estação dos ag~os os rios en– chem e transbordam, ·for m a n d o enormes panlanaes. Durante o dia Oespçndemos mais alguns esfor– ços .'e com pot,U::<>: mais jã o divi- 5avamos . Encosli:irnos . a piroga e soltamos. Era- , Ul!IO - lapéro . Os es– _teios den-:gridos pelo fumo, frageis • como se est ivessem. nos ultimos eslerlores, demonstro vam ser tes– temunhas de um· grande crime I As corujas piavam sinistramente. A . tapera era lugubre ·como são lo– das as tàpçras. Ao . Indo jaziam du-as sepu lluros tí rozo' 1101 do ter– ra. e duas cruzes de madeirl! car– comidas pelo terr.po· . Pare~iam dois braços abertos a pedir a Deus "inganç1:1 e aos homens uma prece. Tive a impressão de que os cor– pos denlru do tumulo apreciavam· aquele qua·dro dantesco que sê · apresentava á supcrficie daquele .pe-· tão. iriamos á vila nos ·Jnir ,pera'n- le o paroquio paio~ sa~rados e • • 11c indissoluv~is laços d0'1!Malrimonio . ')_ , , • ' . • o aspecto é maravilhoso ~ - bandos de garças ol vinilenles de momento em mom~nlo corl~ doudamenle o esP'oço. ma• re~$. anhumas e ara- • ras de v!n,odos mali:zes grilam ala- ...c: remenle ; crocodilos estirados na 1 ,.-oia mostrám o seu.dorso ao sol; ê vitorias régi~s boiam tranquila– mente á flor da córrenleza. Mos ã noite ludo . é mncabro. . As , ag.;as pttrece que se encapelam ,. · mais. que são mais turvas. mnis ' · l>ravias, e '"'-iÍo scrlão a dentro nr– roncanpQ as arvores que medram no, b11Prt1ntos ' lodosos ; dn mata ech9a o .i.Jrro do jaguar ; as nves agóurth'as pi1Jm lugubremenle ; e os lobos ·Tnminlós soltam Ni vos es– ·tridentes . : Nunia noite a nossa canôa des.- ,;; ·nsa~a su_ovemehle pelo dorso das aguas. e o p.le -nilurtio mais palido do que nunci,, como que compor– -t ilfiondo d6 nossa quietitude nos daço de terra . · Mdquinalmenle . .- regressam.os tí canôa. e. violentam~nle dois remos cortaram es aguas abandonando de uma vez f? •pouso. maldito. Por muito tempo reinou entre nós um silencio tumular. só inler– rompid<l! pelo ritmado bater I de re- mos. 1 Não !ardei em noldr que Zé Ma- tias chorava. ' - 'Oue é is..so caboclo . porque chora? Mos. palrão a sorte. foi ·má :, a 1 sorte não ,quiz. e eu• encontrei . ~o • " mel! caminho o fantasma• do infor- • lunio. ' · 'Certo dia apare~ei.1 lá no ~ili o· . ·- -> • urn tal Mané i Ca,Oeira. mJlatb. ':, • forte. agil. Não fardou que ele co- • meçasse a ttlirt111 galanleio,s. tí Ro– salina. Elo, a principio, fiei :ao seu • juramento. o •,echassa,•e,, o rech-is– sova. mas ,depois foi c·edendo ... ·-cedends . . . , Oh I desgro_ça ! · Zé Capoeiro á noite sob .o ,palio do luar. de viola em punho ,, lchorava os suas ,maguos• . S abia canções • dolentes, que infunàiam nas mulhe- ,..• ..,,. res um mi"lo Qe saudede. UJR" m~ •~ lo de lrisleza. _e. em mim. uma co• • lera muda. um desejo de vi ngança .•. ~ Eu não podia servi r-me do mes- mo ardil. Niio sabia contar, não sabia .dedilhar os cordas de ~ O•. • Um!} vez indo ao •Comercio • trou- xe á elo um corte de "estido de- • oêa riciav!I .<rom os seus raios dio– fanos ., E eu di sse ao meu cornpa– nheíro : ~ Ah ! palrão é porque e·, o– quei o ,passado. . - Então , conte-me o passado. será lal\'az farto de avenl·uras ... c~ssa, côr da ·rosa .. E. disse paro , ,. mim mesmo : •Isso: sinf, -ha ,de prende-la • . ( Conlinú1J . '!ª p1Jg. 29) . ,, ct • End. Te1eg .·- GRIJO Caixa Postal , 180 ·. Telefone, 1958 .. i I ' Representações e Conta Propria-Fundada em 1922 Praça 15 de Novembro 147 •- (Edificio Propri o) MANAOS •• E. do AMAZONAS . CodiQos : Ribeiro. Mascoll e, S~muel e Vaz. 1 1 1 . Rep1:~senftm~es d fJs lirmôs : - S1 ~ Perfumarias J . & E._ Atki nson. J ames Magnus & Cio . Lld . C d,m ~ Crn . ~t_d .., E. . Alex1rnder & C,a ., E. G . Fontes & C ,a. Companhi a f iação e Tecidos C · · Jar– duslr1a l. Fabrico de F1t1:1s Suigso Brasil ei ra. C ompanh ia Blackslaff de Li nhos Limilad A 1 . 5 nfiança ln– Vasconcell os. Dav id Levy. f a brica de Arlt·fo clos Aço ·Tupi Lld.. Bekmon & Cia p' b . n °:; 10 ~ldanha_ de do H~ring, Comerei~ Ind~slri a Germano Slein S 1A, Companhia Fabrica de p~ ' l'l j 1 r~c? Ee Goitos - Alfre- Calannense, E. Pereira Pmlo . J orge C. Sequeira e Wa ll ig & Cia . Ltd. p ª'ª' · rnpreza Grafico · Referencias ; ·- Banco do Brasil. Bank of London & South America Ltd B U · e anca llrarnarino , PARA' ILUSTRADO 2; - 5 - 19~4 • •

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