Pará Ilustrado - Maio 1942

.. . . \' . ,. • :\ .. ·.~ ; . . . • • menle o papel inferior de sedo. e se 04viram dua<s exclamaçõe<s : - Oh ! . .. Mé!s a mbos enguliram o que se ia .._eguir e depo is Joana d isse 110 mandn .' fazendo 1 1 u71 lerri ~el es.! forço : - Oue . . que . bonilo ! .. .. - E· um veslido. ~xplicou o ma- · rido. Agrnda-t e? - Nalurn li~1en te . respondeu Joa– na . lrernu ld de horror. E o leu é um sobre ludo . Agra.da -te ? E<l uõrdo passou a língua pe'.los labios secos e disse: --E · ma rav ilhoso. meu bem . . . .._ Niio dcverins . . . Mas . . . Qbrigõdci, mu it o obri gado! Abraçaram-se e depois .loõ1Ía · disse : 1 - Experimenta-o, querido. Ve ja-. mos se lt: fica bem. · Fica\'13-lhe mais ou menos h em. como ficam as coisos . compradas feitas. - G osfasfe d ele, não? ·Preferi as um prelo? •..,- Nãu, não • . . E a li servir-le– ã o vest ido ? Com um galante esforço, a se– J nhora Bingham ergueu aquelo atro– cidade , cor de· cenoura e a vesti u. 1 .-Já sabia que te havia de as– ~. ·:~~nlar . Dor que nã o o esl réos esta 1. :· .poile ? Joana filou a seu querido e an– sio~o ros.lo e · responde u : . · - Eslti tlaro que hei de bala– io , ~ . E lu estrearás o sobretudo. não ? - Cerlamenle l ,r X S E dua rdo. que linha andado os po ,cos q uartei rões que d is tava a casa de Po li me11i. ap re.ssadamente. evi tando os focos dê luz. pareceu mã is lranquil o qua ndo se encon lrou ., • no restaurante . Um garçon o a liviou • da sua carga e o conduz iu a uma mesa reservada para duas pessoas. - Madamc não quer !irar a ca– l pa? s ugeriu o garço n . ·_,,.... · ·- Não · quer-o ficar com ela. ' J • - Mas. querida.. aq ui não fc1 z fr io t'. • Joa na eslava a po,:lo 'de res– ponder qu e esl.ava com· ·frio. quan– do o ga rçon se inlerpo.z·· com a . ca rie de ;our,. Depois •foi ale!l· der o u! ros -cl ientes . · . X X X Bingham ficou inde cis o enlre ó~ 'dois ja nlart's da . casa. de prt'ÇOS diferénfe s . . . Mas o mo111e11io nã o era ·para. eco no mi sa r.· . Sem se dar. élO trabalho de de– cifrar <>s hiero i lifos do •· ca rd a pi o ! lorflOU a chamar o garçon . ·-Esco lhemos a li s ta grande . -'- Oh . Eduardi;, ! . . . . 0 melhor café do mundo . .é o do Brasil e o ·melhor do ôrasil é o · do CAFE' GLROIA A ' venda nt's le conceiluado eslabelecimenlo A_VENIDA PORTUGAL. 27 BELEM-PARA ' - Que foi? :.._Achas que devemos? . .. , - Não ~e jas absurda . qu.erida . Não vamos a ndar com mesquinha– rias no aniversai:io dó nosso ca~a– menlo. Out beb ida que~es? - Agufl. Eduardo leve uma decepção. Te– ria preferido vínho . .. . m11s lhe parecia iniusl o gostar mais para si que para Joana. -Queria que liràsse esse . cober– tor. Está fazendo um calor terrível e vais te resfriar na saida. - Tornarei vi nho. se preferes. disse Joana . - E ' melhor. Vamos ! lira o co– bertor! . .. Joana cessou de . h;1la r e paz a capa no espa ldar da codeira. Com– preendeu que Iodas as mu lheres o filavam . mas ainda mais a fitariam ODALl'SCA ~ E·· de seu interesse . pois olem de pos5uir um sortimenlp de o rligos fino<; dos melhores fobricanle'! , t'slá apta õ fornece -los por PREÇOS REDUZIDOS A. PAL8S1 & PILHOS fone. 2061 - Rua 1 :S de Maio, 227 - Porá - PARA' ILUSTRADO ,. .... . . .:se E'd~11rdo .co~eçasse ti disculf r. • . :,Começou . a ' pinda dos ci~cõ · .prafos . do Reslauranle P-oli~eni . A despeito da .imi_laç~? ê:>~,ge- . _11ha,_. Eduardo sentia ~J;µri1o decaido. P ensava· .ho . ::J:-l'Fíh/.eeüir'G,.. q~ o sobretudo linha c, stad e . qu não 'teriti mais reme~ ,-~n~o. usa lo algumas v,ezes. Tratou d~ •rn~· t Irar-se alegre, nas,' lcma' após, t : · .. acaba~a·m em siíencio. ~ •. · ~ ·O jêHTl ar foi delesla vr~ _ ~ ., , • A sobremesa linha .:ehtt gosto de ai.eile de amendoa. -Acho ·que o Dolimen\ . d .,,, numa as suas peores noites, ~ !\e · Eduardo · lrislçmenle. Ma;~ ai : • lo-··: ma r ·ul"._1 pou~.~ de ~ • •-..,' ~• :... · --Nõ"o . obrigado; "'ll!'l" . . ~ - Oh_. s im I Temos d e . !orna i'·. (Nurica ·o !ornavam em casá-). Gar- -- .ç0n, . lraga dois cafés ! · 'F :Por excepção . o se r viço foi !ti o rapido que fazia suspt'itêlr que os • do is. . c~fés lin~am sido rejeil a dos por o~J'ro~ fregur.zas. • - Cc:;m licença . senhora . . . .. . . ·.,· • Joana ergueu a mão par'a iinj'.l e– di r que lhe servis~em o ca.fé ; ~as o . gar~o1! não "entendeu .o • gestô e • • ·ç; se dispoz tt foze-lo .. •Cuidado !. grilou Eduardo. demasiado larde para evitar o ciesaslr<'. demasiado tarde par.11 qufllquer co isa exceto para fazer Joana dar um pulo . A tampa da cafeteira, juntamente com um quarto de litro da tisana, lhe foi cair na saia . O marido soltou um grito de horror ~ quiz levan!ar– se, bateu com o joelho na faz cair o copo de J ai nda es la rn cheio ,· ou _.bôrgónhà. . O vinho -se m~sma direção que o café . . -"--Üh . Deus ! . . D~ga o · danapo. meu bem ... Oepres, ficará mánchado ? O garçon correu em ~as~ panos e agua que 1 •e·. • - Não 1az mal. l:lisse j oan sorrindo encantada e es fregando a mancha para que penetrasse bem·. . - 0 leu vestido novo ! . . . Es- tará perdido ? .. . . · ~ana se ergLJeu e poz a ea~~ -. Acho melh o r que eu ,,a· 6 l d V . nc an- o . ere1 o que posso la T nho a chave. ?.er · e.- - Sim ; mas Ela já linha · iio sem f do garçon que ch"<ta aze,.r bcaslll ,15 va a O IHP com o seu mate ria l d corro. · · e pronto so- Edl1ar'do . n~l~ralment~ . 1 de- ficar para pagar a ' ·. e ve- t EI con a a s-e encarnính · 1 • quilamente pa · ou · enla e lran- • do uma ·aria rn Cl'lsa.. la lranle,rn- d • e pensando rnun o era rnara ·11 que o café é o vinh v1 ioso e que o o produzialll • man- (Confinúa nt1 fM.ffi/lfl 34) 2 3 - 5 - 19+2

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