Pará Ilustrado - Maio 1942

. , âe--~ sarnentos de Eduordo eslavam lon– ~e do visível sergid9 da sua ·manga ,' ~ • ·_ .( Confim,!lJÇ.io dlJ paqin1J 4 ) Í -~~~ o sobreludo sobre uma· . caéle~ ~ ~sse á e~posa : Joana levara ·o tempo. corren~o. da cozinha para a janela e quand9 a poria se fechou alra z do seu esquecido marido. deu de barato a ligeira decepção que seguira a sua visita no departamento de roupas feitas para homem na casa Brown & Cia. O vendeder lhe dissera que as medidas estavam muito bem tomadas e que muitos cava- -Pr~rs.a, de le .-para i,,.manhã. E' . !J,•uníc:~:affi:igo 1 que lenho. ~ -;-Eu ,ei Vou -sergi-lo enquanto . · • , mutl as de roupa . _ _ '\. h bis:s; -isso porque, cosendo mui- • ~ lo , mal, ,parcceu~lhe impossí ve l foze-; • lo s 'ele,.a est ivesse _espiando. . ./ · ..,. Diz-me, a crescentou, · éncanta– . ~ll por muda r de. assunÍo, · q·u~. !ra- . - zru~ ~ sse paco le'? . .::,_ ., ,. ·-;~l pêlcole? pergunto·u Eduo,.-. , db"° scr'o~ rl o. · -. O que trazias ao entrar.. Vi-te 1 pelá :.jane la . .(_:Oh I respondeu Eduardo co'rn ,_ inlliferença . N5c é nada.· Ouero dizer, nada inter,essante .' Umas coi- zinhas que comp rei. . 1 • Sentia ler de dizer .Ião negra mentira ; mas ·tlão linha- oi;lro re– media. Porque o pacote. como hão de supor, continha ··o ~eslido que ~cabava de co.rnprar· pt1re. ela. A verMedora lhe dissera: .Mada– me ficará forçosamente contente com a su~ escolha,. E. em segui– da, aceilara um cheque que redu– zia os fondos de Btluardo. no Banco Metropo litano. a Ires libras, sele shillings e quatro pences. X X X não suspeitou que Eduardo não ue :o ·interrogassem quan– _,ava com os nervos a ll etados, .10 agora. e a ultima coisa que _assou pela ::abeça foi que ele . se 1 cometido a loucura de lhe mprar um presente. Esqueceu, "· o pa.co le, foi em : busca da .es~.ª d~ cqsJur,i;i e p oz-s~ a serzir o s.obreludo. Enquanto lraba llrnva riolou com pena com·o •eslava brilhante· e gasto nos punhos e ~orno o forro eslava .· ., ·velho . Subilo, rep·entinamenle. es- . ,· tendeu-o no chãe.•· ptg<;>u ela fila mclrica e. de j0elhos, •cotneç.ou a lomor· notas flum sobPesci-ifo ve lho , Depois enfiou ap'ressetlame'otti 1 o sobrescrito no dec·ote do limono . - e.· o que vou foze,. decidiu . com os olhos bri lh1rntes. Sei que não menda fazer · outro sbbreludo porque o alfaiate lhe cobra muito; mos não lia razão alguma para 1 , que um feito não lhe fique bem ... • Põbi·e Eduardo! Nem nola como • o ~u sobretudo estã velho . Vou coroprar-lhe um , amanhã de ma– nhã . e lho darei quando ele voltar para casa. Oh. como me alegro d e não ler comprado aquele jogo de escovas ho je 1... fslo é melhor. 23 - _, - 1942 li Depoi-s .tornou a sentar-se no sofá e continuou a costura . X X X . - Es_lá maravilhoso. querid a .. . disse -~E·dm1rdo quando ela lho mostrou depoi s do janlar. Mal se nota- .. . : i;om · esta luz. pelo me– nos.: •Eslas são as vantagens da genle - veslir:-!te numa boa a lfaia·ta– ria . Se o artigo fos se ordinario . neo lerias- podido end irei ta-lo. Ü ue crc!; turas horríveis são os maridos 1 No dia se~uinle. Eduardo se fio.d, nóM,64· . co.faB.o.taM-w . lheiros ficavam encantados por não lerem de se incomodar com a • prova . H.wia sobretudos que cus– tavam sele e oito libras: mas se o senhor deseja va alguma coi5a durave l, convinha mo-is levar · um de dez. Havia outros mnis escu_rQs que custa,vem doze. Mas · Joana. foscin_~da :pe la'3 riscas vermelhas. esco lheu o de de z. - Não se arrependerá. disse o vendedor. A senhora tem conta na casa? ·· Joana disse que não , pagou e ' , . ' Pedimos aos nossos ama– veis colaborndor.es que en– viem os seüs· trabalhos da., tilografodos ou em catigrt?fia legível. afim, de evitar sejam compostos com erros. liran– ·do: muita das veses. a be– leza de suas produções. de– vido a incomp.reensibilidade 'r o seu crcdiío no Banco do Sueste ficou reduzido a dezoito shiling.s ~ • quatro pence. A ·s. S!;!is e meia ouviu a chave • -~– girando · na · fechadura e tirou Q. ~ embru lho que eslava delraz do sofá dá_sala . .Agora ~le eslava Ú~ . -~·,• dos originois manuscritos. rnndo ·o · -velho e hornvel sobre.lu - · · · do . Agora s·ubia . .. Abria a · po·r~ ; -· .. I t A . . .' .. a ·. . . gora. . . •. - Mui-tas · fel icidades no nosso ·aniversario, querida I disse Edu·ar– do. E aqui tens isto para li. , · - Oh, Eduardo I Como és ama– vel I Eu lambem le trouxe uma coisa. - Devera'i? E que' é? . . . Um py ... ? - Abre. r~spondeu Joana . lro- , levantou tarde. desceu apressada– mente as escadas para dirigir-se á ala de refeições . onde a sua es– posa já não eslavo. e se achava. as- meio cam inho do cscrilorio quondo se lembrou que era o a ni– versario do seu cosamenlo. condo o seu pr sado embrulho pelo J• leve. Abre, meu .bem. . . • Por um momento sen liu remor– sos lerrivei~ . . Acalmou-se pensandot na surpre so que daria á mulher de noite . De todos os modos, o veslido era de festa ou de meia festa e a côr s~ria ma is bonita de noite. Enquanto o Irem voava em direção ao seu domicilio. os pen- - Bem: ob~a!lJ·os juntos. pi,~se . , •· Eduardo. excitado. Vamos!' .' ., :. • •. · l i · . l:inha a insupqrlavd mania Jé ' .. -~ ' ·/ · não cortar o's barbantes e com~·. · · Joana _n-esse~ momtn~(!s' ·,não· li~h~• ·· caoivde. ambos fo~ce.jimim . alguill_: · · tempo com o nó, Em se ~ui.da · do~st ' ~ pares de · mãos lirannn neroosa.· . r------------~-~~----...;~.,-·. Dr. Godofredo de Freitas -~ Docente li\'re. por concurso. de técnica· operatoria da Universidade do ~rosil - Cirurgiiio da Cruz Vermelha e do Exerci to Brasileiro. ALTA CIRURGIA Estomago, vias biliares, intestino, bócio . d1ncer.' Doenças de senhoras e dos centros nervosos, tumores encefolicos ---' 1 • ., . ,. . . l' • ffit'.'UU õl t'S, ep1 eps1as. para 1s1as espos 1cas. ulceras varicosas. CONSULTORIO- Av. Nazaré, 89- Das 3 6s 6 '-t~----------....:~ .. PARA' ILUSTRADO - 3 1 - • •

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