Pará Ilustrado - Maio 1942

• o ·1).u~o.-~ ú... ,-eu -~ • Veiho quando dá para recordar vive'. de novo. E' · o que se diz por aí. Enlrelanlo, a g~nle vive · mais de sau·daude çio que realmente . Foi assim que eu pensei um dia destes. quanào fui 11:)ngido com os selenl:: e cinco anos. para aquelas bandas. ás cinco horas da manhã. oara ver se comprava um kilo de carne. • Como velho. fui pensiíndo na– quele saudoso lempo em que a gente chegava ao mercado ás J l horas_ da nrnnhã para 1.1dquirir ,carne da viraç;:io . a seiscentos e oilocenlos réis; -~ocolõ°· a duzentos ,éis o. par. o fig~do . b~xo e bóbó a lrez~nlos réis o Kilo'. · Mas ludo pass_a.. ;.E -como pas-– so.u rapido esse.. tempo! . · Belem não era ainda essa cida– de-· grande de agora e tudo che- gava. . ·• Frutos. nem se fala . ·Bananas a • quinhentos 1:éis o cach'ó I P,upunhd a duzentos réis o cacho! Péixe ~:e:de lrezenlos 1éis o kHo _l · Là- ' . ~ M mufafad c&iM.dad dê·: d-aiad de ·c/!,i,tão. e e.iudad- de Jienda !: ·, ·· \ do. o dr. Sousa Filho, coronel· Bartolomeu Guerre'iro, o Antonio Teixeirn de Mdl©'s, q Cabralzinho. e tantos outros que jã se foram . · Alguns. 11actuela epoca, já eram mais puxados em idade ~o que eu mas lodos -eram meus camara– das . Conheci-os e fui deixar alguns em Santa lzabel. O Ver-o-peso, por aquele tem– po, era um ponlo de diverlimenlo e de encontro quasi diario. . Para ali acorriam os homens que podia'm comprar alguma c·oisa. podiam gostar dinheiro. E como quasi lodo o mm1dõ no Pará po– dia gastar, deduz~se que aquela feira era mais um ajuntamento por curiosidade do que por necessi– dad~ _- - milho. torradas, café com pão. ·--.}. · clieirq, pamonha. ele. • Sim. senhor, ludo muda! .Alé as mulala,; de palich•lim á ca beça e rosas e açuce1,as. saias largas de chilão vermelho ou~zul. b .,_ sões muito brancos. . • i,)mados. ,f cordões de oiró coni· 11'~'-gnindes" •, ~ de p_au de Angole aQ pese()~----~•· ·~ pulseiras e aneis dt;..... oiro:-~•,·' · ;,.. classicas sanda lias branca~- ~ . ".· ,• lo . na ponla dos dedos, . < Mulatas que fazi ,.m ~.i, ami.:-'"' go Padre T eixeirti~:~ a r t~ missos · · apress11damenle par-:<:" . ~uma , 01 •. ,. # · la diaria pelo Ver-o-pe~q ...r~s- · • :;,.•. > lavam, lresno1lados d.e ;;erviço, parn • •. aquelas bandas, ô Mah1\á e O • Jaques Rola! . -~ Sim. senhor, ludo mudado 1 Entrelanlo. em vez das mula~s ., ....,.-~--~~ --.- ------- ·-- --::-:------,~..,..---;-~r::-::--- -:--..,.,..-~- ---~ i ·rbg;~• ..a ··'seiscinlos:·..réi$ o . cento! '' ) A&sfí, o paneiro . o dez lcslões ! Dolinhos ~~ rptl" .a loslão ! Ca– ranguejo, dois tJm tostão ! Era um l'enipo bom, não era? f1J .Com qualq~1er Ires mil réis a gen– ta 'er,chia ' unl' iaboleir.o de compras e pag~va a · um carregador .. cinco ou seis loslões por~ deixõ~lo em cosa. . B.elem já fui ·ossim. 'sim senho– ras ! E11lrela11lo. já disse. ludo · •41nuda I Alt· o g~nle. Nesse l~mpo era simpali co, elegonle , and6va li- . ~eiro e não conhecio .reumolismo. Tambem o Marabá ero como eu! O velho Mara11hão, da .folha• . corno eu I O dr. Malcher. iguol zi– nho a nós. O coronel Luiz Dias. lepido e formoso . E eu me lembro de outros, do Fontoura, da Briga– da, do Alfonsos. do àr. Felipe Lima, do •Visconde do Monte Re– dondo, do dr. Eladio Lima, do dr . Moc-Dowe ll . professor Sa lga- • I Era ul"(l prelexlo, falando franco. No Ver-o- peso reunia-se a fina flor das curibccas e das mulalds da epoca . E a gente gostova de ver essa feira . Era mesmo interessante. O mo– vimento começava ás cinco horas ela manhã . com a cbe~ada da -, .geleiras, e ia ·até ac, ·. meio d,a. c1u;rndo o Mercado Ít>chava . Mercado fc:1rlo. já se vê. Tinha de ludo, marreca sal gada . peixe, frutas , mussuans. larlarugas. Jaran– jlls. ludo, ludo 1 Mas eu io falando ou, melhor. pensando nas mulatas. Ouando cheguei'. agora. ao Ver– o-peso, que eslá i~ual áquele tem– po - apenas com a novidade de um lrecho de cáis novo , construi– do recentemente pelo prefeito Con– durú. não vi mais aquelas mulatas che irosas de oulro tempo , que vendiam mingáo, lacacã , bolos de , .. ; ,_J . . . tlSk . ~amos11s, encohlrei uma _fil eira rle .·• "' · J Japoneza~ vende ndo v_erduro. r••,:\· ... ~ ~ . Oue Japonezas feias I Sem é. -._:: -~J . graça. sem o ademane, sem O · dengo e o duriço das nossas mli· -· !alas! _Y\.· O~al • essas. i.ipone zas _ pensei 1.(3 ,. - nao podem substituir as nossas .._ mula las! Seio feias. feias melalicas I Nã o valem nem as nossas . 6 1 · cur1 oca~ em gera lambem . re1raidas . nhadas 1 , act1- E foi, talvez por iss tive saudades do Ver-o- o . que . eu V peso antigo er-o-peso da fartura d . tempo d · h · 0 meu , a mm a mocidade! ,.,ver-o-peso que reuni a gente ela e i e em vo lta das canôas e dos aparadores e se tornava t d ·1 1 d um pon o pre i e o e passeio p . . 1 te aos dom· . rmc1pa men- ingos. Mas, meu Deus d d , co1110 lu o mu a nesta terra 1 MARIO OITO ' •

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