Pará Ilustrado - Maio 1942

Eduardo · Bingham se gabava de nunca ler· usado uma roupa - ou sobretudo ct>mprado feito; mas i~lo, como outras basofias, só ·era vtrdade até certo p nlo. Até uris d 'l'l" a11os alraz hão linha usado outra coisa.. !)Iras agora era dos uue seguia .a-- confecção de cada l~rn , com2 /~i. f6sse . uma obra de arle alravsé.s· ifr• Iodas as fases Ja su_~. f ª.~.ri:G~l~9-~· q~e tiram provas. cnfitam · Ql'?)~-p:r .a, provar e o de– volvem põ_i·a ····r endireitado. _Até c ·l'?' "" r"gn1o não podemos defxar d .· ll)ifhr- . .es a despreocu- ç&<f., ' · , e iempo e di- ssà _coragem para suportar um oogo tnarlirio. Seja como· for, essa admiração era pórlillrnda por Joana, esposa de ,i3ingham . Nd realidade . a · principio a sur– preendera o cuidado e atenção que Eduardo concediél ã sua apa– rencia pessoal. porque não linha irmãos e as roupas do seu pai pareciam formar parle imulavel da sua pesso . Mas lhe areceu muito inleressanle e lisongeiro o gesto do seu [uluro esposo, quando ele lhe lr,ouxe um catalogo de amos– tras e a convidou para ajuda-lo na escolha do genero para as cal– ·ç.t1s -de se•r !raje de boda . E. ap_e– sar de lhe decepcic. nar o falo dei~ dizer que a sua escolha era um lanlo impos.,ivel -- o noivo che– ~n, · e !é a '..>servdr que essas eram .,, ..:alças r: ue uma mulher «esco- ·· · · '' - 'lqui lo serviu para lhe 14 s sobre a importancia em que nunca linha iJensava. diss~ Joana , ..._amenle, que um homem se preocupasse tanto con as suas roupas . Bingham se sentiu li!,!eirnmenle ofendido . - Não imporia. rl"spondeu . E depois lhe eY-plicou como era importante conceder imporlancia ã ludo que ':!e relacionasse com o casamento; de maneira que Joana se comoveu; em seguida ele lhe disse que os r1:,upos de homem nenas mQCHAIL Um confo esplendidamente descrifo por Denis MtJcktJil. a confisla norfe-americana 1 . de grande . !alenfo -= 1·1■~ 1 ~ . ~ ·• · . 1 i [:J [l [TI (I) (I) ~ 1 ~ i 1 [il(!)~~(I)~ II 1 [1.@□IT(l)[;][I)~ ~ . . ,ll, 'lll:1.lllll~ !lllllUli!I..W:l:lUllllll!iW~IIICIIIIIBIIIDI er11m uma coisa que durava e ser– vià . fanfo. que não era uma tolice pr~ocupar-se com a sua escolha . Os vestidos de mulher; era oulra coisa . . . Mas, naluralmenle. ele não entendia nada de !rajes femi– ninos e Joana discul_iu as suas ge– neralidades. -A fazenda que e<;colhi . disse ela, durará sempre. Nada póde gasta-la . E nada a gastou. Mas seis me– zes após ler servido de !raje nu– pcial, cortaram-na para fazer almo– fadas que vieram adornar a ~alela do apa;.l1.1menlo deLs . em Greene– ry Slrul. E como J oa na observou, era absurdo comprar maleriaes duraveis porque :i gente sempre enjôa deles, afinal. -Enfim I disse Eduardo , E.slã bem I Sab.es quanto le1l'po lem Q meu chapéo •cõco ,- ? · - Não , respondeu Jot.na . Só, sei é que nunca o pões quando eu quero e que é inulil para qual– quer outra ocasião , St bem que os adversarios pe– lejassem em cómpos (olalmenle dislinlos , os pontos eram iguaes. Contudo , nos primeiros seis mezes t, ~ "1'~" e,' ea,ii de «li/é, e fflOIDHO AfflAZODAS LTDA. de matrimonio. Joana chegara a compreender o marido melhor do que ele a ela . O seu maior conhe– cimen to das roupas femininas não conseguira modificar, em Eduardo. a idéa de que eram ridicularmrnle exlravaganles . apesar de admitir que lhe agradava ver., a esposa «bem vestida. . Mas-i li: sra, Bin– gham chegou gradualitif.rl e a sim- · 1_, palisar com a invariavel · regra do . .•· ~ marido de não comprar nunca ~ ' roupe feita . Ao fim de outros seis mezes chegou uma data de suma impor– lancia pãra os casados. Em de– zembro fazia um ano de casamen- · lo e naluralmenle lmham de sole– nisar de algum. modo esse aniver– sario. -Gostaria de presentear-te com uma joia que puzesse verde de in– veja as luas amigas, disse Eduar– do . Mas . .. -E eu de le- dar um lindo auto, " ' em substituição do que tiveste de vender no 1>no passado, observou Joana. Mas ... ... .. -J • . ,, : ·,•: ; . .. ·.· · ..... ' . Aqueles «mas, foram compreen– didos perfeitamente. Os autos e as joias caras não são para pes– soas que tiveram de lufar durante doze meus com alugueis, impos– tos e contas, que estiveram com– prando expêriencias por um preço Ião caro que havia varias semanas linham renunciado 1.1 qualquer ou– tra eompra . Em janeiro haveria al– gum dividendo que permitiria a Eduardo respirar e quanto á Joa– na era ainda baslanle joven pa rn esperar alguns presentes df' dinhe'l– ro no Natal; mas no momenio es– tavam positivamente afundadus. . . . - E' muito amavel da lua parle, disse Eduardo. Mas, naluralmente, , , não tens que pensar em me dar nada de presente . - E lu Ião pouco. Nem sonhes 1 Ainda que se.jas muito bom ao de– seja-lo . lmediatam~nte, os Bingham de– cidiram mais irrevogavelmente do que nunca que se fariam um mu– tuo presente, nem que o vento se Av. Joaquim Habuco, 319 mAnÁOS - AfflAZODAS 1942 PARA' ILUSTRADO -3- •

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