Pará Ilustrado - Junho 1942

• • I ~ dra_ma pun~ente das se– cas ... . Seres humanos ro- lando pelo abismo d . . . a eXIS · tenc1a , de uma exist . encrn que somente serve para d t compaixão d · _esper ar · 8 o 1ssea pun- · ..· gente dos levas,_ de . . t t . 1m1gran- es pa ricios sem , 1 _ ar, sem Pª? ~ sem destino ! O desí– gnio 11nplacavel q dera dos . ue se apo_– . _ noss os desgraçadós irmaos do n d l . or ese ; quando os ceos esquecem-se de lhes mandar as ben·ça·o . d d · d . s à IVO• sais o inverno , das chuvas sa vadoras que ge . d I h rmmam as a m~s umil·des· daqueles ser- lane1os simples ·· . 1 d . ,· mu1 os os quais nem 'ehegaram a co– nhecer o roboliço d des cidades com as gran- lh • suas mu- eres e seus li I . d omens e 1e1os be ~ougde e de p.erfidias.- os dr-o 0 ~ e uma ale~ria cheia ft qu,et,de e de f~ . de .uma qued e es quasi chegaram a per er ante · I d as me emencias a natureza madras! E' l o quadro a . . es e . que nos d1spuze- ~ os a pintar co,n as linfa!:! vivas da realidade d dantesco u ~ ' _qua ro d q ,.os sofrimentos e um povo nos ofereceu nos seus aspecto~ . riados o d . mais va- , n e encontramos o homem na lula .contra o Sol na lula pelo pão _ · . . que nao gcr'.11mi,. da !erra, morrendo t1ns1osamenle p d or -uma pouca agua, entre os risos deses– perados dos mai s fraco s e o pranto inocenle da s . . h cnanc1- d as dque vão ficando aban– ona as , :nas a:nda com vi- da , na s ma rgens d~s t • • u es raaas po1:1renta s . .. Vicente Paulo chegara em casa men~s ~l egr~ naquele dia A • senc1 8 d 1 · ll\J . a s c iu vas preocupa va-lhe se ri amente o es pírito a feito ás g rand es lul as pela ex· t . O dia d _ _ 1s enc1a , I l e Sao Jose se ovisinha va N~~menl e, e , de c hu vas. nada 1. , . . uma gola dagua a inda hllv ia c_a I d o sobre a q u e I a s !erras rese~~i~a s d e M assa pê, o ve lho munic1p10 encravado lá parn den– tro d os se rtões cean nses As ti cias ' i.id :is da cap it a l e~am s;º : ~r~ muito má s . Come nt ava-se co% 1ns1s lencio que os homens d o inerc io já estavam brmaze nandoco. res tant e dos ce reais ainda exislen f~ - 22 - □ . □ [3 @ [í] @ [D □ 'â CD no Estado, prevendo o lerri"vel íla– gelo que ameaça va . Oueriam ex– ·plora1 a fome do povo . -s ubind0 os generos de preço, na onsia lou- · ca de enricarem da noite p11ra .o dia . Os jornais de Fortaleza . e de Pernambuco, era só no que fala- · vam , alguns · mesmo . já clamando...., providencias do governo federal. Vicente Paulo sabia que os jornais não mentiam. Domina va-lhe a im– pressão de que neste ano verill repelida aquela lerrivel heq1lombe d~ 1915. quando a ss isiiu seu povo sucumbir á fome. os campos luzi– rem escaldantes de sol e o gado morrer de sede nas es tradas rese– quida s . Não poderia haver mais du vi– das . O primeiro sinal já eslava ali, evidenle , O mandaca rú secava nos eitos e no cimo da s serras e o gada marchava em extensas co– lunas para os lados da Granja , em busca da agua que não vinha– Foi assim lambem em quinze . Se· ria-o , agora, em quarento e dois ... ,Quando um ano é bisexto, ou ele ou o vis inho é seco• . . . Os vaslcs roçados de milh o e fei;ão aguarda vam clamanles mr, bençãos dos céos. O sertanejo tem fé em Deus e, consigo, anda sem– pre o velho prece ito: - , 8 espe– ra nça é a ulti ma cousa que mor– re• . Vicente P a ulo des ta fri la . po– rém, nüo a compa nhava O rifão S ua ultima esperança de ha mu i!~ que se havia d issi podo, mesmo an– tes do di a 19 de ma rço. d ia de São J osé. P orisso na que le dia chega~á em casa menos a le~re. Um di a longo, de serviço rude, não era por islo que ele se to r– nara s il encioso e cabisbaixo . V i– cente Pau lo esla va a costumado a lutar com a feri a , pe la subsislen• PARA' ILUSTRADO .. .·. __ .,,. __ -..... . . , >-::.·~ '':, ... . _.;,r.--- - \ "" . . . . "!I ·. . IL~;~T:_;5.:~~ d~: ~~~?.rt~ \ mas. na')"~ab1a porq .,..; .• , . ,a 1t1 ~ 'daquela que ·se avisintia,•a. ~ · C!né-p horas da, rmmhã. O sino ·de br~nze da velhu tapela•da pra– ça repicava em dobres dt• fesfa. •Era a prim~in i chamada para a missa de l~a.·, J os~ O 19 de mar– ço hnvia ~almenle chegado . Ir-se– iam com ele as ullimas espe ran– ças daquelá gen lc humil:Je que r.confiava cegamente no velho espo– so da Virgem .\t\aria ? • .padre-loão, o conlrilo pastor daquele rebanho hum ilde mtss va– lente, havia p~egado r m varias sermõ~s ,domingueiros a obediencia aos dcsignios do Alt íssimo . Oue o povo ti vesse paciencia, pois se a se~:a viesse. para desgrnça _qaquela gente, que ludo si; suportasse com resignação . Dias melhores h~ e– riom ~ chegar . . , Mas o povo linha fé em S ã o J osé . Aq uilo n.._, ha veri a de aconleeer 1 ..., E foi po r is to que naq;ela ma– nuã al ac re de 19 de março, ou. vindo os sac ros cantos dos meni– na s do cô ro , na larga e extcnsei praça e dentro da ca pela , umei multidã o ajoelhado ora va silencio– sa a Deus Ünipol enle , para que a livrnsse das mi seri as da seca. man– dando-lhe as chuvas co nso ladoras, oasi s da quelas a lme.s sedentas da clemencia div ina . Ao levan tar do Sanli ssimo, V i. cenle P a ul o não se poude conter. Duas lag rimas quen tes ro larnm-lhe pelas fo ces tos tadas do so a bra. zador daquelas p11ragens dislei nles e vieram cair na !erra seca que clama va a piedade de uma golo .dagua , ao me nos. Era a chuva de "'Uª a lma r ude, mªs ' u que ; ra pura .20 - 6 - 9421

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