Pará Ilustrado - Junho 1942

en,n · _ ;\_. ·. I~ O 1. C8nDOYA • • . ~ · "'fuirn~ ...B·ra ndés , ~ru;o raquil ico ~e om omo r infeli z. n11sc era nu , casa 'iLJ~ami l~ Ze tàya . !}. mãe . vit ima de u1TJ tl •11~J,1 ia desespe rada ~ :<u,da . M • 'I • ·1 ..:~e:x~. 11q\J e1a , asa e n111ica 1Í1ais ·-~ notic•)rs dela . Luiza f":--. r es não . cô;h~ceJ o pai. e • •; m dra perguntou ·por ele . á • _• e,~ / da caso. e la ~entiu-lhe · pi edosa ~ te ou a consolou crim ~IJlª caricia mtiis piedosa a ,,1da ~~ ca bdos ·11,co l~r~;· .fo , cre!cen– , lj., ne~sa •~nu rnnc:a no casarão - ' \'el uslo. ~em inc om ·tl r•:Ressoa al- guma. pass1rn cl,. ~s ho ras em com– JJlérnhi a ~j~ 11~ dese ngonçada bo– ' neca de pa no que parecia fug ida •de uma mésé ~ e d isseção. • Ouanào Luiza Bra'ndés comp le– tou t>ito trnos foi abando nada rel a - êoni panheira si len ciosa: esla , s ui– cidou-se , em um d ia de c hu va lt10 re go de d esagm1menlo do quinlõl, e os seus reslos foram levados pd a co rrent eza , rua ~ ra. pro_~_o~ cando a o lgllzarra dos gard é>~ dó'•, bo irro-. que a bondonâram os ~8'r-.· · , '•. quinhos de papel para a comfJB11ha•r ·. a bo neca g rilando golho feirame n- • _ - Es la1·a contemplando as lu zes , 1i1inlw sen hora ... - Üu t luzes . Lu, za? _- .. - As dos nov ios . senho ra ! f. c_o:n goso intimo insistia : - São lindas. se nhora 1. • . .. Nfs'3 a exp ressão o es piril o de Lu iza B rnn<l és concen trava toda o forç 11 ~xpress iva de lrnduz ir a be– leza: .Como é lindo ! . .. • X X X Lui rn : r ..1 uin..1 feiosa rn par igui– nha lris it : res ignada. Os _garo los do ba1rru drnmavo m-na •6 sar– den ta. por ca usa daque las man– c has que lhe pontil havam o ros to . Oir-se-ia que mão invisive l e d iabo li ra de rn -se ao li·õba lho de lhe infi lt rar o rost o com Ínr ugem: ope nas os olhos. grandes, Ião grandes que desconcertavam pelo fix idez verde das pupi las . dava m– lhe uma nota de piedosa be leza. Pupilas de mor , de horizoril~s d,s- · .. fanles e ÍIT' poss iveis. ' ·· ·O cabe lo. ave rme lhado. usa va-o penteado para traz. de modo que lhe !ornava mais angul o so o ro sto ,encovado. te : .Uma afogada 1. . . Uma a f:o- gada 1.. .•· ·. -\ ' Ouando. á !arde. a do na da Luiza Bran dés ca iu em uma cri– rofu nd a de tristeza. Não ocha– cação nem comp reend ia pr~duú~-$c o -dra- . ' t! ... nec a ... (pmpra~ _no.wo .• m·a-, oi– depois à bu·,1donou-a 1.1 do quorlo. Pass~ a pr im "ira emoção. , ..., q, Jndo "'irn t.i,•i-m in ava os s eu s. af oz~• es. ret ira "a-se para um apo– sento do sobra c',.;). s it uado no ':I ,. • _t und •..s do casa , e de lã co nl em- p la va os mo s! dv s 11av105 a n- corados no cai':!. u es per.:1v11 a ho ra em que se ac ndiam como pupi los sangrentos os fo ro es , .. Ficava a co11I m l -los como Pº°'" su ida por um praze r maravi lhoso. inc6p6Z de definir as sensações que lhe produziam. Quando ca a a 11,oile e as so rn– brtis se densif1c1Vom para o lado do mar. a voz da dona da cas6 tirava-a das suas ob5(rações: - Oue é que eslás foze ndo. Lui za ? ... f. e la . Juco ,1cer!ftda a pri110i– p io . consegu,o apena s responder : 20 _ 6 -- 1942 casa lhe diz id que fosse brincor c ) as ou lras meninos. Lui~o obe– ô -,- ie sem entu siasmo a lgum. Se brinca vam d e: .visita s , . era eld sempre 'luem fa zia o papel de criado: se brincavam de ,escolo . , 'e lo. ;nvariavelment e. era a ser vl"n– le. Um di a a lreveu-s t" a pergunta r porque era e la s empre quem fozia e sses papeis, e di:ra m- lhe uma res– p,,sta rude qu e a feriu proíu1i do- menle. - E que é que voc ê é ? Não é uma cr iada . lal ~ez - replicou-lhe uma das interpelados . f. como se is so não fo s'je ba s– ta nte , oul rn me ni na oc rrscr ntora . mo rdo z: - O ue ca ro 11ão la• ... é qu e queres? Com essa póde5 ser a •se nhori- Desde essa lorde l.u iza Brandés deixou de sair para b ri nca r com as n eninas da vizinh11nça. Um õconleci menlo arrancou-a em p.,rle ãquelas imprevistas tri!,lezas. de revelações excessivamente aspe ra s e brulaes. Na familia nascera uma crionço. Quando no segundo dia PARA' ILUSTRADO [:ltrJmm m~ [ilú)~~[!]~ ~@□ITúJ[3(f)~ do aco nl ecimt' nlo a don a da casa m1111dou clrnm11-lt1 a s eu quarto. e lhe mostrou o rec em-nn5c ido. roli– ço e fo rl e. c horando nos braços da mãe . Luiza po ude b :i lbucia r ape na s : -Como é lindo . senhor11 l . , . Como é linc.!o 1..• X X X Agora • O s11rde nta.. apelido com que con ti nuam a tra ia -la os garotos e as mulheres da vizinhan– ç a. tem inle e 5e is a nos· de ida– de . E. les decorrerom s~l'n _lhe pro– po rciona rem uma ui:i ic ii emoção inte nsa . As coisa s contin uam no mcsm(,; unicamente ·os criat uras mudaram . mos a co·nv ivenc io d ia– ria com elas não , de ixou Luiza perceber toda a inte nsidade dessas mud anços . Um un ico ser provoca . em Luiza Brondés sen timentos di– ferentes dos ant igos: o menino Abel. o menino que ,um dia - Ião d isto nle o-go rõ ! - poz no ve lha casa uma emoçao inte nsa de pri– movero . Absor ve-lhe de tal modo os pensamrnlos que Luiza aliroi, ao esquecimento os mois inlimos objdus familia res. Antes - costuma pensar ás vr– zes Luiza Brandés , - senlio ve rda– deiro prazer em deixar. por exem– p lo. ·oi o um espelho Ioda 11 ba– teria i, cozinha. es pecialmente o c haleira e a caçarola. que t"ra;n as que com moior continuidode sen– liom o marlirio do fogo ; ma5 des– de que Abel começou a absorver– lhe lodo~ os pensamento~ <.umpre os seu'! vt' rt's de copt'iro mei:a- nicamenl. . un icamente parece des- perlor q uando chega a oca!\ião de limpar a gaio la em qu e vegeta um popagoio ve lho e malhumorado 0 qual nunca a prendeu a c ham~-la pe lo nome. P elo conlrar io . ns vezes. quando f's!á trabalha ndo. ouvt a voz d o papagaio. q ue lhe grila . em s ua me io língua: •Sar-denla 1. E ri-se c?~º o faria qualquer pequena da v1z111hança . . . T t~do foi sendo atirado a o es– quecimento por causa da ob!essão • .( • • • . k-· , • •

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