Pará Ilustrado Junho 1942
t :· , .:tUU t j- -· : ... /m.,·: ::-.a:- -rn1·- -u- ~ um·. -.:. ;h~:"-:3~t~::º,:·~~::~:.~~;~: ~ \ ~ :_ · t . · • • · · . . . publico de i\ 1 \1 ao. l , .., , ;·~ · ~ "\ ... · . A temporada ere bri~hante. t • · • "" 1 · e Um dia, o empresar,o recebi:u -~ t .) - 3 ,- uml! caria do Embaixador de l::s- • .V , . T · .. . \.J ~ j t· '"1[ ~,~ll_ · · · :[l·. ,<:>,.f.\ oa11ha na lt a lia. que dizia ass im: • - - ~1..!..Jl.!:jl~ @[)[:][:] l!JLU . Tenh o vi\ o int eresse em sal is- ~ - : _ _J fazer o desejo de um nobre com- • 1rn!riota · meu. que pode ser ao ~ .•;, • Um curfo e inferes- mesmo tempo para o senhor um • f • • f ·d excelente negocio. Trata-se de uma ' · saniiss1mo con,o e • • • pessoa com excepciom1es condi- . ., .. ,,- • '. Miguel Carriôn ; flno ·; ções arlisticas. Ato r e cantor no- . - • \. • 'con/isfa ifaliart.o. · · · · :1abilissinio. deseja se r aplaudido • .:. · por um publico, que o julgue so- • .• 111ente por seu 1:n~r1fo. o que não :!_,,__•·.,·<t ~---~_-,.,."'_,_•·._,~---·· _ logr&rit1 na hE~panlta. odnd e todda a • g<'n!e o (O n ece e on· e pu esse • , . . . . . ' . .. .. . 1 julg!lr que não de via seu triunfo ·a sua• jerorqu ia , posição so::ial e oo geral apreço que inspira sua pes– s oa . Se desta prova. na qual de- . . . • ', ··1 ~ ; ~ o,., \ : (&31$...:"- • ·-~- seja ocultar o se u ilustre nome, sa ir vjlorioso. talvez se dedique ó o rle, para seu bem e regosijo dos di let!anlis.. Somente duas c0ndiçôes impõe Pªf~ sua !'!presentação nesse tea tro . a 'primeiro, a opera com que deseja· estrear t· a .Rigole tto. , e a segunda, que não ha de en– sa iar, porque o c9nsidera dcsne,. cessario. Assistirá. sem ser visto por ninguem. o ensaio ..geral que fizerem os outros artistas, ficando ciente assjm dos clempos• que eleve a orquestra •. o diretor e os detolhes precisos p6r6 o melhor a jus le dos «dueltos•. Se o senhor cceila o meu recnmendado, que não cobrerã por seu trabalho re• lribuição olguma . queira dizer-me e conte. <iesde iii. com a indenisa– ção pecuniaria que julgue equiva– lt'n te receber. no ca,o de sua tiprest'ntação não corres!Jonder, por qualquer azar imprevisto, as mi– n has fundadi'lsimas esperanças. f .l· IAl ~ Elil·.PJIRII' R.JOÃO Alt:R~D0.49~ CD 6 - ô - 1942 X X X Aquela proposta. lan(o pelo mis– terioso .interesse que enct'rrava, <'o rno pele re<1pei!a\•el pessoa que t11 fezia . pareceu man1vilhosa ao ~mpresario. '.:)Ue logrou, não sem dificuldades enormes, vencer a re– sistencia que opuzeram a tão es– tranho cdebut. os afamados artis– tas que devi11m secundar o novo cantor na inlerpretação da opera. A impr~nso referiu-se oo caso, sem revelar o nacioualidade do cantor, apelidado nos ~arlazes por «Pionto, . oome que fez rir pelo seu sentimental significado no idio– ma italiano Dividiu-se a opinião entre as pessoas mais ou menos versadas efT'I assuntos lealraes. e mesmo ~jnda entre o publico, in– teressado pelo mislerio. E enquan– to· uns asseguravam que o \°:antor . . .PARA' ILUSTRADO era um prínc ipe russo. oulros ju– ravam saber de fonte limpa que não era nem mais nem menos que um americano a rqui-milionario e cap richoso . a quem a i<léa pod ia custar muito dinheiro e uma va ia lremend1:1 . X X X O interesse crescia dià a dia: e -<' chegou, finalmente. a· noi'le . da . es- perada .estréa . · O teatro transbordava àe um publi~o.~ompo lo da.'s pessoas mais nolaveis , de M ilão. · · . · . _ Conquanto todos os àrti~!~s én– cai regados _-: 'du folérp retaçã<;> do opera fossern. dos ·m'ais· t1famados. a impaciencja do publico por ver o desconhecido cbôbo da côrle, . esrriou os aplausos . . . O lenor cantou COIT\ arte a ce– lebre .questa o quella, que arr~n– cou aplausos do sele!? aud1tono: porém, os esp_eclador.es a~uarda- vam com ansiedade a sa1da do misterioso boritono. Desde que. este ripareceu em cena, via-se - que -se tratava de um verd~dei ro a rlista, . Bem depressa rompeu o publico em uma estrondosa_salva_ de p11I: · _ mas e O cantor lo~ r.uu logo o · 1 • ~lo um desses lriu,!lfo' que ixam . 00 publico i_mo~r~·dourt\ r _corda ~ • -Admiravel 1, .. Adm1ravel .... Soberbo ! . .. Uma voz do oulro mundo 1• • • Maravilhoso 1. • . di– ziam todos ·os ·espectadores. Ja– mais se inlerprelou aquela perso– nagem com ·._h1illa v~rdltde. talento e a maestria co,mo mterprefou esse hómem. Sui, vpz potenle e suave. as infle- .. xões dromalicas de seu acento. seus • • ge·stos de. pàsmosa 111\luralidade e_ • a fig_ura curvada,__ p~qu~na. mon-stru-. osa. quál •Ouo!>!ITI~tlo• . lai como sonhou V(lor Hugô.. ofei:e ipm 1.111:f con{unlo perfeit<?. Alé ·os_ SP.ecl rtores velhos, e ses· que .llff'llli s re– ~onhecem. meri!o nas 1:1rlislas jo– vens, recordln•11m os · nomes de cantores famosos para c~nfessar ue o no\'o barítono supera\'-õ a ~dos no papel do tragico ·• hôlo •. Quando terminou o 1 ° .alo,.' mui– tos espectadores, enlusias~_odo~. entraram na ,caixa•. para cumpri-_ mc:ntar o grande artista; portm. ante a poria fechada de seu ctima– rim. acha~•a-se um criado que, coi;n a maior- corlexia e afabilidade ro- gou que· se rdirassem . porque « il signor Pianfo. agr~dec,a de . Ioda a sua alma Ião assinalado tnunfo, nõO recebendo ninguem até que esse fo:1se completo, deftni.livo: isto é. que depois de terminaaa o fun- ção consentiria em receber aqueles que o cksejavam cumprimentar. { C,onlinü1J m pt1gino .30) - 7 , ' •
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