Pará Ilustrado Junho 1942

• .. , .. , .. • ~ Não ha, no boirro do Redulo, quem não conheço An– tonio Gomes Jr.. o mendigo que se locomove sobre um banquinho· de rodos. · .-Con10 l.odos os trapos sociaes, o seu aspeclo sujo e 111tsc ro vel represento um verdadeiro momrncial de trrslezas. e. o su o oi.mo . bat ida pelos lempeslodes da Vida , lem. fi– los?fãéomenl~ folondo. olgo daque le excenlrico men.digo do_ grltndiosli peça fealrnl de Joraci Camargo : •Deus ·lhe · p_ogue•. · • - polovro. E. assim. p~~seg~r no meu do esq uec,e r_ !ai . i!:cid"enle. Acomponh,du-ine. porém. um· fanles1110. lor lecendo-me a· olmo; esse fonlétsmo que eu de nunca me abondona: o Sensibilidad" l "'~· . ..r--– .. . Fui, por isso. procurando viver em pensomenlo o que aquele infel.z estra lo · humano Ião realmente dk.frulava . E. confundi~ P,0r uma exlerl'sa_ nuve de · d1vog~çõe~.,p'e5si.s_ •, . mistas, }ui, oos ocucos. vetgando drõ o lertõ ~ olho • meus:: õCU~u'mados sóme1)le a ver O cé,ai .. º J "' - - . ' ·· A s u~ Júslória é, longa e lrngico. ultricé e vesa no. Nela, por_ lra_z do .~e~, pr'est'.nle miserovel. exis te um passado q uosi que feli L. Pero111b,1lti por ·àí , sem rumo . sem des tino. rrn~frogll no mor Jo St'U lormenl . palinbondo. corregond'o a sua ·c_ruz , , <1,1· sol, ~- chuva, e bemdizendo a Deus, seu Pai E terno .·. . . O~ ·meús· labios. acompanhando o · hto sica e11fadm1ha do chuv~;.~u.e ~qío sobre ~ Cidad~ si.l~nlt", , _!llt;Jrmu rara 0 -~......:.:.J t1lgumt1s palovros. E eu I arquitetei , q u ~-..; _cfiora ·1d . •ur~ · .,... pre_lh:i mui sincero ao sujo p61 ia, c.uí~ .''l11ida lraiw,cr"vo. · t1,boixo dei5la5 linhas, num soneto mt di\lcre < ma s _·se11!ado. . Ei-lo: . Sofre . mos reci'l lco os suos dores nos anfrolos do pei- 1o s~ u ,vqrcido . E, quando a !oi o impede o cnroçõo . misturo i::0111 poesia o seu viver marrano. Ou tro di d . 1i'oile de chuvo. descen~o o 28 de Setem– bro . escura e deserta ii aquela horõ, encontrei-o deHodo sobre o balcr:ile .',úmido e frio de uma das porias dos muitos eslobe!eciinénlos comerciaes que por ali existem, Num banquioho de rodas a:ssenlodo. V tJgondo pelas ruas dt1 cidade, A mendigar o Bem, a ·C1Jridade, J? rocur~ndo e'vilar a linfa.· impertinente . · · Vivia um pobre .ser. iqtlo enlrevado. • ., . Pos5ci , poF ele . Os. .:!!CU~. )obios ' moviam-se . vagarosos ... • Pa i. afasia ~im . JS'c po_ssivel. este caixa de amargura!. E.ro o O seu ospeclo lrisle. e desleixado . • que ' ziam .: num 'murmurio . · D e pária deslo infrerw:: Humanidade Represenlava em si a crueldad e • • Uma onda .de lr i~lt"zo envolveu-me o cornção. Ames- De seu destino louco e desg:·açado . quinhei-me . P orc,cio que a miseria daquele pobre . pãria me deprimia . . . ' St"nlio. rnesino, dentro de mim. um \' õ · é uó ine xplictn-él_. Junto dele ru , 5audavel, parecia peque: 1Hno .•. Dõ Vida conhecera n se infeli z . • . O nume inspi rador de di1·a gruça: _ Oue fo i o seu vergel 'de aureo mo_lfi:: T inha vonlode · lambem de ser mt:ndigo . Vonlode d e «;nc olher-me em· qualquer cl.'nlo, sentir' o frio do noite. a clur va na colç.oda .' . . Dt.enço olroz. pori;m . fe-lo ·um 111e1;J;.J. J . E agora, so brl o s ombros. da Desgrà-~a··" ~· E. levei n Íronlc, numa reação desesperodtt , Não livc coragem dt> falar oo lrisie pária . A cmoçà.o negava-me a A miserando cruz le va consigo . .. . ' · .,.. . . ·. ' . 1 ~ • Ao . na . er : e Oll(ucio . bparccru . ~ ºlf! • ~ ~ilii:i• .·{úhicornio) que cu s piu •. ume . ped ra, de nefri lá. no q ual e,- , ll.)'6- ~5C ri lo : ·••.Fil ho do cr isl.ol . . ,;. s_rrós rei ,~111 .c·orôo 1. A cr1a1,ça c r°t" '!Ct"u e c hegou o :1.er nove ,pés de a lt ura . Era p relo .,e . fêi o de ru sl u. Ti nha os olhos . rnuifo grandes e o nc, riz orre-bitti– do . o~ lnh ios IIÕO cobr iam os d ".nl~s . e .ns orelhn., ti nham gron– . de·s b~rtt<:o'l f.sl ud ava com aplica- çeo e ern. enle11d1do em lodo, õS · coiso'! , A s:m l0rnou-se sonlo. Um dia ,1.b111 com :\eu discípu lo favo– rito Yan liu i oo cum~ mnis o!to da Grande Monlonha· (1 ). Olhou para o sul em direçiio do Yan-lse– hiang : - Vé'I -- cli , se o Yam Hui - isso que brilha diante do poria da cidade de W u ? Van Huí olhou . forçando a vis– ta Ütpo is disse : - E ' um retolho •de f11zcnda b ranc~ -y conruc10 (LenoAS POPULAR8S cH1nesA·s) ~Não - d isse Confu cio, - é um cova lo branco. E qu a ndo fo ram ver t"ro õ.S!lim rea lmen te. A Grand e Montanha es tá o umas mil rnillrns da copital de Wu O foto de Confucio po– der rtconhecer um cavalo branco a lol distancia . drmon~lra suo boa l'isã,;, Van Hui não o iguoloM: mas, pelo menos. viu que era qualquer coiso bronco . Por isso é chamado o segundo Mnlo . Outra v«z. estavam alguns ho– mens cavando um poço. quando drram com um., animal que parecia uma o vrlha . mas que nõo linha srnão uma perna. Ning1_1_em sabia PARA' ILUS~.;il)O .. o que ero. P r ntar ·b cio, e este d isse : , :, . - E' uma ov.elho mi agr qu ando oporece prenuncia g rande chuvo. ·C om cl t-il o. pouco. ·dt"pv1s meçou a chov r · Ou tra vn . nas mllrge ns do Yang-lse- g. virom vi r flut uando uma cois verde e redondo, do tamanho de ·um melão . O rei de Tschu mon,lou buscar Confucio e· pergunt u-lhe o que era. Confucio disse : - A arvore verde do V ang-lse– hiang dá fr.ulo aa mil ano , Aquele que con yu esit fruto, alcanço o imperio do muPtcJo. De .outra feita desent errornm , nG cidade de Confucio . um osso gi,. gnnlt"sco. Meteram-no cm um carro e lcvar6m-no a Confucio pa ra lhe pe~gunlar o que era. E ele disse : ( 1) - A Montanha Sagrada de C henlung. ( Con finúo na pagino .31) ô - 6 - 1941 1 • • , .. ...

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