Pará Ilustrado Junho 1942
t • . : .. . - ' . . ·.:: o nm ll llllllttHttlllllltlllllllllllilllllllll IIIHIIWIUUIIIIIIIIIIIIUlttWIUHIIIIIIIIIIIIIUIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIUIIUIIIIIIIIIUIHIIU11111111111111 i l.Ei'I ÇO AZUL i UlllllllllllllllllllllllllllllllllUUIIIIIIJIUttUIIWllJIII♦ LOUIS ROUBAUD ♦IIIIIIIIRIIWIIIIIIIIIIIIIIIUllllllllUWUIIIIIII I♦ !li ' ' .,1 1 1,;r,.q_; 1 ~<J li ' -.:, ' . ,,.... ' · ., 1b •- ; - • ·1::,, .ec.ord.as -te de Kunda, . ----\..... . ...,D , . ,: " a . pequena- noruegueza r es- · -.1. posei-o .;na· ·Inglaterra-: :dois me– , zes depois , Q9 tey _ rçgres~o .·ã J Fra1,:Sa. A' opósrçãói de~/ nc~– ~)- sas fomili~s. responde!l'_os. dé • com um casamento religioso . em· .Londres, e d~pois nos in_s– . \ talamos no Havre, . o.nd~ · nin- . guem nos conheé:io. . Ho si ações felize; qu.e não · s e· dhem- inttrromper. E' es- . o separar-se, embora seja .•. . poucó tempo ; deveriamos ,edo de tentar o dt -stino. 11ão tinha presenlimento al– g .,n quando ,·a acompanhei • a bordo do ~ Arenclal • .. . -O «.Are:ndal-! ... O lrans- l/tlanli"co que .foi a piq~e ? . Sim. o tran~atlanlko no– que fozia o serviço• • ~ Havre e Bergen, o võ– calastrofe, o, Arendai•! ... o.os decidido fr cada um ieó dos seu pais para .~ .. . P.ô:.. corrente dos fotos UmtJ hisfo~ÍiJ de intensa emoção e mais intensa tragedia. vel d~ante de · mim, tifim de gra,iar o se.u rosto· en\ ··. m.inha . alma: a s11a Íélç~ ·· palida, os • seus olhos. mislicos, o segredo dos seus : c·abelos. o rnislerio seivagem dàq-~ela fronte . . . • Escreve-me ~ ... volta logo... cuida<linho ! • Apertei dul'IJnle muito tempo os seus labicis .sobr·e os meus, a campainha. continuova a lo– car. ·... a(rave~s~i .o . p o n_:t e: Kunda se · e~~c>stou . na amu:. rada : linha na · i;não ·~m lenço de seda azul: Ouvi g e me r monstruosamente a sereia ; esse gemido· se r e p·it t assim em meus ouvidos e ··vejo .ainda o lenço · Bzul. na 'mão de Kunda. OI hei demoradamente aquela pequena bandeiro: via-a- gran– de, prolongada. vasta ·. cpmo o horizonte quando o navio não pareciti mais que um simples brinquedo de crianças. - Tem certeza ? .. . Tem cer– teza?; .. Corri como um louco. á re– dação do jornal: não c~nhe~ eia ninguem , não me queriam deixar entrar; uma multidão enorme estacionava em bl}iXb~ em frente aos « placards •. · Vi num deles uma fotografia do e A rendai• tirada no dia da ·partida : reconheci o lugar da .omurada onde ela se havia de- · bruçada agitanao o lenço ozul. E mais abaixo estas pe_-.. · lavras : - « Duzentas vilimàsT:'.: · os s~brevivenles recolhidos p~I~;:; -Jacques Carlier• e pelo e - •. 'bing •. A ansiedade levad~ -~? pa– roxismb produz uma ..espec1e de anestesia. Telegrafei ·: para Bergen, a familia de Kunda, assintindo-me como úmo ami- • • ·. · O:.~· .consu...~·.,adbs ~ licitar o con– . " /:;\ entirr enio para o casamento _:,\: civil em f -l.lnça. Eu eslava mui- . · · to triste. õo abandona-lo, mes linha a certeza e e que ela vol– taria· para mim . . . Ah, meu A' noite recebi um rodiote– legrama: .Ligeiramente enjôado; beijos. - Kunda •. X X X - Não im1tgim1s, não pó– des imaginar. . . Ceiava sozi– nho num restaurante do porto; um gnzeteiro opregoava uma e d i ç ã o especial do , Petil Ht1vre. : - « N a u fr a g i o do « Arendai• ... ga de sua filha: a resposta aumentou meu desespero. Não me conformava em esperar~ os detalhes se precisa\'.am, o nu– mero das vitimas aumentava : ·· : o ,Corfier.. devia chegar ao ···.. ~ · ·. Havre com cem naufragos: o · ,Elbing• conduziria o D~nlzig amigo, meu querido amigo l . . . - Não continues, peço-te.. . Esta recordação foz-te muito mal, compreendo tudo ... - Não, não I Tu não pó- des adivinli~r. eu quero que me escutes, qu s o i b as de tudo , . . Instalei-a em sua co– bine~ trovei rtlação com uma senlíora muito respeitavel que ocupava a outro cama ; co~o d esejei acompanho-la_•.. D~v1a f ~ ~lo feito I A campainha 5oou. e . h - Tornei enfre mm os maos a cabeça de Kunda e tive-a imo- 6 _ 6 - 19f2 E' espantoso, não achas? Co'llprei um numero: um visinho de mesa inclinou~se sobre o meu ombro: -- Salvaram-se lodos? - Não sei : não posso lêr; veja depressa 1••• - No ~Credifo do Havre. as noticias dizem que não hou– ve mo~fe. alguma . P~' ILUSTRADO o maior numero. Na con?panhia noruegucza dizia-se que o . n u me r o dos sobrevivenêes variava sem ces– ~ar: vi o nome de Kundo Men" delsen, depois este nome foi suprimido; não dei fé alguma o esta lista, que todo o mun- do declarava falsa. O cCar– tier•, de, tonelagem reduzida, não tinha radiotelegrafia. Lembro-me de ter dormido como um brufo, na vespera da chegado desse navio. 1 X X X Os s in ais ..
RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0