Pará Ilustrado - Janeiro 1942

, -~- . ( } ~ olhos amarelados estavam denl ro da sua ~ n. i!é s sa íram . • vida, bem lá dentro . •• Eram s• olhos mãos. fixos ~ parados, agouren tos . Pa r,_-: iam anun ciar lrageJias. lemb rar d isgraças, evocar inforlu ni os . Aque les do is o lhos amare la J os eslavam agora a li denlro da sala • o, por lo~ 5 º' lados . - Era em vã o que• ele desviava a cab t:ça . Os o lhos a ma relados m • dw loga r. fr ios , fixos. parados e como que sa lt a vam d a pa rede para pe · ~ O lho s de b ruxa, ol hos de condena do , o lhos de odio e ma ldiçã o. [rn~ ••' Fo i -fuma no il e. x x x A vida passava á tôa . V ;da bõa cie boemi o . V ida de quem não liga a vida . Desp reco upaJo e fe li z. e le brincava com a surte. -32 ! • í ) - Ga nhei! A rol t l.i era um ab ismo . Engu li a tudo . D inheiro, repu tação , ~e rgo nh a. ..t: ~ct~.:•t ara va a garganta mu:ticur <los n'.r. neros e não Je ixava na da . ~ ~nos pa ra ele, que não . ·_li nha medo do monstro . • Jogava c~ 110 vivia, á lôél ! •• ~ a pa ra da fosse emb ora, ele ia lambem . l::S n ncava c om a sorle ! N íl'q.11e la nui le. a so :·le dos nu meros perse~u :i'l-o . Eslava co m ele! para e le. N\as e le não a quer ia . Desdenhava, b ri ncava . so rria . . . f.ra De ,,epe nfe, viu os olho-, ama relados. Ôem defroal~ dos se us . Bem perl o d ali ." - Üue olh os! X X X .. ~ E la er~ loira e franz ina . S il hueta d!' revislél . Me li ndrosa de J. C a rlos . Ilustração da ,Care ia, _ T inh a o c lass ico s ina l no can to da boca e um coraç-ão pintado r,os labios. As sobra nce lha , eram Ulll f'ISCO . As mãos linas e b rnnras . - Já vi esla me lher . . . Onde? Na rua, ce rl 1! 111enl e. E las andam , a s~im , aos mo ntes . na aven .da. - Mas eu já vi es la mulher ... Oue res champagne ? - - Não sei . . . X X X E le l1cou a ve l-a mu ito de perlo, mu ito junto. Delgada . Voz doce de menina . Geslus ca lmo~ e bons. Méls os o lhos eram mãos . O lhos de lra ged ia . Gos tou do conf rasle. E le vivia assi m, despreocupado e fe liz. Pode ri a ler mêdo daq 1 1e la s ilhueta l1na de mulher , daqueles gestos b ran- ~ - daqm: la boca i11genua ? • - • , - ã o . . . =------- X X X A hi s lo ria não foi comprida . Cabia no cap i:ulo dLm roma nce ba na l. A lvaro Mo reira lnlvez a resumisse até cm dois períodos, Mas o cerl o é que hou,·e a historia . Ouando e le se espantou aque les o lhos de sua vida . T inha m ama relados tinh am to mado conta • • Tinham Roleta . Mulher. E lá se Ficha s . Amor. E lá se des lroçado a sua vida . .. es lrnça lhado a sua vi d t1 .. X X X r' ' • ......- ~;l · l'ai o dinheiro, a reputação . a ,·erqonha . va i o ge nle no torvelinho . E se ganha e se perdt> s C'm 'len lir X X X Ele já não era mais boemio . Era vaga bund o . Já não vivia mais ã lôa . despreocupado e feli z Vi via sem err.p rego . desdenhado e r,ebado . Tudo por cu lpa daqueles o lh os mãos . ama rt laJw , o lhM de lragi>d ia . P o r fim , alé esses o lhos mãos se foram . não o qui ;·er<1m 111t1 r, .. X X X Agora, ali denli o daeiu~la sala . estavam por lodos lados ama relados a mirai -o. Era em V<iO que e le de~viava a cabeça, po rquc- rles l'ida , bem lá di.'nfro . O lh os má0s. agoure11l o'l . parado-, tle pensavh . 1~~1;1 a La11 ,lo1:o C():>10\·ent e · l~ o lelé' .V. 1H':' , ,c i:a, A,, ,,;r . . , ' r .\ '\

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