Pará Ilustrado - Janeiro 1942 n.103

1 • • • • • • -~-rr t ·rn íl m m rn mmm ....,. --...,,..--....._;;;•w--- ---- - - 1 - • , ,. • .. ... .J. " .• farde, a conversação enquanto a viJa da ' . a ~ cidade perpas;rn sob a ja- ;el e ·um rumor s~do, •nte~ • ---~· . ' t . "'\ '•'• Jad ~ curtos silencios inquie a- .. . _. ·' .. .w;ires . ,__ ao longe , nos confins luminosÕs: · õS montanhas se vestem de spl. -~ -~ Este• bom velhó, meu bravo ca- ' s-fr1tr-se me/~ncolico ri esta iz, J:>lband~.~s ' dist a ncias ' , s : • nlas •Viol ~ta~ haverá no vejo f' for.ç_a de leus · e te · daria-"\..alento 1 onles e 1~ per- . ,;;r,-1~ _. o rel ~ado, sem e"-~ · m~d"e _reamaltsmo te fi- se '.'arrepender, ii Qoile. Ah, mo- dade 1, . . ··.. E ô po bre velho s'J i'pirou f un– darn ente s01 o~ brancos bigodes murchos• • ~ • - · ~Cada idtidé J•em sua força e 1 ~ · seus J.;1canlos - disse-lhe con~o– lad ,. amenle; ma5 ele fitou -me iro– \ nica til enle e e{colheu os hornpros. • . __: ra I l'.>a ll las I Tu começas a vida Mas eu ~ sou 1/ r.i velho . . . que é !! ••t>or que ~ pôde ser llf''ltt' IT'..tido . Sér velho nã o é so– ;i;i._nte ·r,-~de1:.·o cab41. ou. se o ·:~ .<:r-Ô;f;jva•t• . -1;,1~1111co; nem · · en' a:_fo-, o ...,1to, . n ,(ri curvar o " " •. nPm es'ses OL ; ~os mil acha– tempo , 10nloa. eobre e uM so1,rl e rriba su bra . • vr1ho -t1 . E' I f~- a iq,hH? , " _. lor d~ 1pulsio1 ·p-~ra odo o uh: bjel~o que t , que ~ nós lr:o rf'l burda . ..!,-- Para ser velho~ para saber ser velho. meu filho. precisa-se ler muito tal ent o . . . o um imbe- cil. Nunca te em decifrar pº lerr_ive_l s 1 des ta fra se · ~ulgariss1m : e velho - .. De velho . e mpree Sent m ca la frio . - E 1 -- 1942 comecei a di– pala vra d e pie– labios . Para este ' :a~■-, ~[)[l[l [l~ [j]ú)~~[l~ [l(f) □tJ(D[3[)~ fil . ., • -Oh I Sim I exclamei como- vido. Ha -um consolo : a recorda– ção. O passado - juventude e amor - sobre a dôr da alma, sobre é! desolação e a solidão dos anos ullimos. Olhou-me fixamente longo lem- • po. com um ligeiro assombro na s pupilas apa gadas. Em seguida. com veemcncia: -Mas, rapaz. que seria dos pobres velhos se não esquec-es sem ? O passado ! Ma s se o pas– sado se foi. se se afundou em nossa v!da e em nossa memori a, como a mocidade. como o d ese jo, como ludo ! Se es tamos sós e:n frenle da morle, que espera na s ombra l Depois. mais sereno : -A lembrança ... Seja. um con– só lo I Tu não sa b es que a lem– brança veiu onlem á min ha a lma fe it a carne . . . E por is3o me vês lris{e. - - Uma historia? - Si m: uma historia . E mais tu nd a : uma hislori a de amor. PARA' ILUS'l':.~ADO Amor I Poderosa pal11vre, que pa- • rece rir ao passar por meus la– bios . que desde muilo tempo anles de nasceres ninguem mais beijou . Tenho oitenlenla anos . . . Nas es– tou divagando. Velhice. filha. ve– lhice. Muilo bem; pois imag in a que onlem !ornei a ver minha pri– meira ntimornda. -Oh I conte. conle ! - Pura casua lidade. Um nome" , em um recibo de aluguel. A !em:,~,,.,. brança. primeiro vaga. precisando- 1 •• ..,. se pouco a • pouco . Enlão senti f/ denlro do peito , um lic-lac inso lito . - que me sufocava . . . Era que me~ coração oclogenario quem di z que o coração não en velhece? - batia muito depressa. coisa desa- · gradavel. porque na minh a idade · o coração não es lá para lo ucuras. E ludo islo. por pensa r qu e po– deria ser ela . . . Ela ! Oulrn linda • palavrn que já não lem significa– ção pa.ra mim . Oxalá nun ca vejas chegar o dia em que .ela• que r di ze r «outra. . • Suspirou. Acendeu um cigar ro . ' A s mãos brancas .e fid a lgas tre– miam-lhe um pouco. Sorriu com . esforço e conlinuou : -Desde «aquilo. passaram-se sessenta ano s, Ioda um a vida. · Tornei-me seu namorã do , no cam– po, durante umas férias . em UIT\ tarde de verão. Aquela farde. quecida a!é onlern. s urgiu e nha memoria como um so l. nei-me a ver, che ga ndo a seu la d ebaixo da velha parrei ra car rega- , da de cachos dourados, e a vo z de minha namorada .- sua voz c heia e vibrante des pertou lodos os céos adormecidos: • Boa !a rd e. senhor semi na ri sta ... • Porque e u esh1da– va em um colegio de padres .com– int enção d e me o rdenar e eh~ a bispo . e meus estudo s e min - predileçõ es. que me faziam e reser atlo em s ua pre enc sempre seduzidos por um'.I' g. SenJei-me a seu lado, o a ler , muilo comporlado. com ch a péozinho prelo sobre a nas. O céo eslava ozu l, sem , uma nuvem. Pairav- um perfume vaHo d e. ci ,eiro 1, teJra 1 ,>Íoros a chu va u frui ' , madu. • ... ,

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0