Pará Ilustrado - Fevereiro 1942 n.105

• ., ( Registado no DIP) RePResenTAnTes em ,:ooos os esTADOS DO PAIS Expediente HO ESTADO Numero avulso . alrazado · Assinaturas : Capital (ano) . Interior OUTROS ESTADOS Numero a vul so . alrazado AssinaJuras (ano) 1$000 1$500 20$000 30$000 1$200 2$000 35$000 Anuncias mediante contratos. meio lar : . isso, lha, a conversa , afim de pergun– .Numero , faz favor?. Por continuou sentindo .fia Ve– muilo isolamento. E uma noile ela se deixara ficar sentada na sala de jantar, proximo á ianela , que dava para o jardim. • De.rmânecia ainda apagada a lam– padá (:la ala e esta ndo aberta a janela , a ra gem lhe trazia o per– fume agra · ve l das flor es do jar- im . No o. enguadrado pela janela , brilha :-fuuilas estrelas. Em noites co sa , o solilario, por mais esl~ e seja. adquire plena c:ffnciencia seu , isolamen- to: lindas frases de mor surgem aos labios dos nam ados: os ca· sados têm sempre uma palavra mais amorosa a proferir: as mães, •de vela em punho, vão espreitar, carinhosamente. os filhinhos ador– i mecWos, e as solteironas, afim de cu, ar a dor de cabeça ou sonhar ':á:om a felicidad e que jamais goza– ram . vão deilar-se. As solteironas que eu CQnheço quaixam-se Iodas de dor de cabeça. À cria da entrou na sala, acen– deu a lampada, quebr~u momen• laneamenle a solidão de Cirila e reti,ou-se. Cirila, essa noite. não •• .. . . ,. • I • • •• . r'--:-,.. _. • se achava com disposição ck cos- ~[Ar;'.°; ti t~gava joven . ilusão reci- lurar e muilo menos de ler. O li- : proca 7'iafl!lo ao seu inlerlocuior~ vro que eslava lendo desc~via a ~~ tliss,o~ àesejar.':i que ai- vida de um casal infeliz e explica- • ·g~em U-.- lt'lcTona sse? Oue mal va a eugenid da ra;a. Pod!a can- h1:1veria ·ago ra em ouv(lo? lar, linh a boa voz: mas cantar - Posso 1 conversar um • pouc~ p:'lra ninguem ouvir, e terminar o •ºm a senlio ra? -- in~gou a vo • : canto em soluços. • , f humildemenle . ~ r._- ~ Nunca se senlfra lã@J'só , Ião • C1rila mordeu os labios., • . . • isolada. como agora .• Olhou para • -Póde: ma·s seia breve. t o telefone. a um canto da sala , e - Serei . Ouer~ primebenle pensou em chamar um dos sobri- dizer-lhe o meu nome , para~ •e a nhos . Dele\'.le-se, porém . Lembrou- senhora não me tome pelo se de que seria imprudencia sua. padeiro ou pelo vendeiro di, iocomoda,, ãqudas h~i qual•uli oli"IÍ99o. Eu me chamo Paulo. Pau um deles . .. rSXnganla. um seu admirador. E -Ah, se algucm telefonas- senhora? Co1ho é o seu nome? se 1 - exclamou . susp · ndo . • -Meu nome?• Cirila, Cirilâ Não foi que lhe sucedeu "'Isso t Gutierrez - di ss; ela tflsilanle. que geralmente acontece na s hislo- - Cirila ? Oue bonilc. nome 1 rias de fadas, nos romances e alé Faz lembrar .um• •pol-p.ourri,, Eu mesmo na vida· reul? Pois o que vi logo. pelo• som da voz. que ele é a vida real. senão um romance, só podia ser -bonito . E. ' casada? umR historia de fadas verdadeiras? Tal pergilnta veiu convence-la• O te lefone locou . Sem se admi- de que Pa11lc, Angarila . apeiar d rar da coincidencia , mesmo porque indagador. era de falo sin~< não haveria tempo para isso , Ci- Toda via, achou prud~le obsef•- ' rila levantou-se e foi atender. lhe : • • • ·· · -Alô, dis se ela, colocando ,:: ~ Se fosse, ~ão eslt1~i~ nqui _ a · o fone . ~ ·, 9uv1-lo. . ~ - · . •·,_ · ·•• , -Alô, repeliu na outra ex- - · .:_Nem 'êú lhê n<lô ---~ a · 1 lremidade do fio uma voz estranha, el~- p'r~ nlamet\te ..• ~? tain voz de homem. sou casada el leria lo itc' Cirila ficou momentaneamente -'.'. se a senhora o #fa.se. embaraçada. h ,. : julgue ~f:.:... -1,o . -E' \,Ocê, Flavio? agradavel ouvir-se a -Não, respondeu a voz mascu- mulher, de uma f lina : meu nome é . . . Estou falan- como a senh~ra 1 • )- do para Vila 8-6--9-7? Estou ? -,-Eu não sou b . "'<i -Está sim, senhor. Mas quem ciou CirHa. . · :· ~ - -· fala? -Nã- . drga isso. A ~o -Uma pessoa que a senhora b.onili,~" 5Ím.. Seus olhos o ' ainda não conhece. da c~r ilo ; céo . e seu " -Um lrole 1- exclamou Cirila são louros, cor• de ú horrorizada. E já ia colocar no ~ o seu córiição. · gancho o fone, quando a voz in- ~ Numeró foz f~ lerrogou : gunloU' o -A senhora ainda está aí? -Ora·. -Estou: mas não estarei mais um só momento. Vou desligar. -Não faça isso, espere mais um pouco. A sua voz sôa Ião bem no telefone 1••. Cirila não quiz dar credito aos seus ouvidos. Seria namoro? Se fosse, quanta sinceridade não lhe parecia haver nas palavras que ouvira I Com certeza, quem lhe mente e - Ou . ... Oueira dar-me E após =it===================::mn111111111 1-===============II====== O me LHOR PR8 88ílT8 DO ílílO. umíl Cílíl8r~ -UílT8 • . ,, PO.RH e R ,, ~ L1 º RA ª 1A ~ ú ••GLOBO'' Travessa Padre Eutiquio, 105 PILIAL - P A P 9 L A R I A D A m O D A • PARA' ILUSTRADO 28 - 2 - 1942

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0