Pará Ilustrado - Fevereiro 1942 n.105

1· • • ... r 1 •··\- • • -· • • . . .. ' a · Utn i •• / .Meu amigo : Os tempos mu- .• .daram bastante. Não eduque • •• sua· filha nesse luxo que lhe dá cabo das econômias. Não exponha• sua querida criança e . moça na vitrina da vida á espe– _>ra ife quem a quefra para espo- • • • • sa. Convença-se de que tem de/ ser educada conveniente– m hite· aparelhando - se para v~ cer na luta pela vida. A concepção moderna per– mite que a mulher tenha liber– dade, ccmcorra aos empregos • publicos de qualquer natureza e 9 ão seja mais aquela criatu– r ~. ~ubordinada ao ciespotismo do homem. Se a mulher for competente, ilustrada, porta- 1 •• dora de vastos conhecimentos, < ~ - terá valor proprio e, conse– ~ · , q~ e-ntemente, • garantido o seu "I • 'futuro. 1')rna-se, assim, não - ~ uma mltlller trivial mas wna : . colaboractõi·a fiel, ur.ia igual ao · homem, j.i.ridica C(i!1telectual- L__ !1wnte. Os•. p, ·et end~ntes, por ,- isso mesmo, .aparet:erao 1na1s a miude. E qui não apareçam pouco•'1mporta. · Quem não se casa tambem vive feliz. • . _-A· celib; taria, cuja existencia • é, frequentemen~ , feita de ab– negà ç:ão e de sacilJticio exerce, po1' -t't~f P='.>'1 ação mais no– bre 'do q a vida frívola e vã _de muitas mulher~ casa.das. E são,.,; nn ce1·tos casos, mais fc– lizes do que as que têm marido. O "conjugo vobis" não deve rer o unice, objetivo da vida da pmlher. Mister se faz que ela se aparelhe par a vencer .por si 1v·opria, pelo seu ~ sfo1·ço, pelo <u trabalho. E em se casando opure ser uma boa mãe, ele- . penhe bent o seu papel na .-:ociedade. A obedien cia, tal como quer ...,r' ;à littn-gia r eligiosa , não, se ad– ·t/ ;~te mais. O instituto do ca– . sarnento evoluiu muito. Já não • .. · · é e não pode ser mais uma mo– narquia absolu t a, como era ou– trora , sob o go,verno de um só, mas uma republica familiar, uma associação mutu a, funda - • ·da no acordo comum. Na a li– ança conjugal, a mulhe1· d eve ao marido auxilio e conselho na consecução da pr<l\Speridade dos dois e ua casa que ela diri– ge. Tanto um como o outro poclerá administrar o que é seu, ~ 28 - 2 - 1942 • • • 1 • . , • • ou acordar a quem deve caber esse encargo. O marido, embo– ra perinaneça o chefe da·união conjugal, não deverá esquecer que aos dois conjuges incumbç, .em i~ual propor.çào~ o cuidado de dirigir a instr~ão prof~s– sional e a educação . religiosa dos filhos. . Só a mulher fraca, sem co- · nhecimentos, não faz valer se us direitos, humilhando-se ao marido. O proprio C1·isto não aconse 0 •• lhou essa obediencia passiva de . outrora. Nos seus ensinamen– tos, nas suas parabo,las, jamats pronunciou uma só palavra re– ferente á submissão feminina. Se Jesus não fez nenhuma re– t'ercncia nesse sentido, é por– que ele viu na mulher o ente que melhor percebeu as verda– des evangelicas. Foram as mu- i h e r e s que primeiramente acompanharam o Divino Mes– tre, a quem socorreram com as suas consofações. O ca~amento nem deve ser a escravidão antiga para a mu– lht>r nem. como em varios po– vos semi barbaros, o domínio da mulher sobre o homem. A 111ulhe1· precisa ter instrução e educação capaz de garantfr– lhe igualdade de po.sição em face do marido, ou de garantu·– lhe independencia para o caso ele não achar casamento, ou de não querer casar-se. A lei interna basica regula– dora do casamento deve s-er uma que se assemelhe ao nosso aparelho constitucio,nal - po– deres harmonicos, gh-anclo em orbitas diversas e sem invasões de atribuições, permitindo, não obstante, a intervenção do ma– rido no caso, tão somente, de violação flagrante dos disposi– tivos constitucionais ... Eduque, meu amigo, sua gentil mocinha á moderna, dentro da moral e das virtudes cristãs; n ão permita que ela perca horas a fio na meticulosa t arefa do "t oilett e" em frente ao espelho. . . Musset julga ser a primeira qualidade na mulh er a beleza , sem a qual ela estaria desarma– da para a luta contra o h o– mem. Mas este encanto natu- 1al não depende de ru.·tificios. PARA' ILUSTRADO ' . íl m USICíl 08 CílRLOS Gomes . . Continuação da pagina 23) dq .'Sentinie.nto patrio, sem explicação e, qu_é só a· musica misteriosamente pro1>0rciona ... • ~: . 1 • ; ' :Pela J,ignificação psicologica Carlos Gomes ~sercvera musica brasilciTa, tais ok a.~entos ociglnais que encerram as suas partitura$. • Não .imitou a ninig,uem. Nío foi um servil seguidor da antiga escola. · · itali;ma, apesar de ter sido edu~ado . . nessa. escola; escreveu uma. musica unica, na sua essencia, isto é, não per– dera as características pessoais do seu cri;ido.r, o que equivale a dizer jamais de;;áparecerão os imperativos mesolo– gico!j como sejam a influencia do pa.i– sage~, do cli~a, da flora e da fauna. da rcjrião onde nasceu. FezJse admirar dos entendidos, e • . . ' comove, subjuga e fascina aqueles par~ quem as regras do contraponto "e d.~ harmonia são um misterioso se– gredo. ·Eis a razão de afirmarmos n ã o ha- v~r .critica que dissesse sucintamente ~ o que foi e o que continua a ser a mu- Ç - sica de Carlos Gomes - obra de gc- nio, - está explicada a razão : lingua- gen1 humana é incapaz de f.&o i~por- tante e ardua tarefa. • Valha-nos a glor ia de h aver sido o autor do "Gual'ani " :Qa.tivo deste grnn~ de Brasil, naçã o g~nerosa, que apesar dos seus defeitos, é-nos ca1·0 ao cora– ção; e assim o será de todos os bons brasileiros. Cultuemos a memoria. augusta de Carlos Gomes ! Porque assim seremos mais unidos e cheios de Fé e amor, pois sem amor não haverá arte. Quando Carlos Gomes escreveu o "Guarani", o fez como Gonçal~ s Di::i.s - O Canto do Exilio - e o Juca Py.rama, com amor patrio, com sauda- llcs das terras de Santa Cruz, dando– no essa epopéia que deverá constituir nos <,lhos do mundo o marco da nossa vida real antes de tudo pelos fulgores da civilização. O excelso paulista poude dizer como Fetis : "Propagar a arte que cultuo - eis a minha vocação e não lhe pos-.. so resistir; - tudo que se dirige a. es fim é essencialmente bom". lia. de ser propagada, di-lo-á. A arte é etern a , ULUH,ms N OBR E .. .............. ... Ressalta com m u ito pouco quando a mulher tem a formo– sura do espírito e deixou de ser futil ou pueril. •. • • ' . • • ' ·

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0