Pará Ilustrado - Fevereiro 1942 n.105

:µ ,. ª''ª • / . ,, -•· ·V , • • • . . ),: ;: . ::- . - .. ~ . '· .r • "Na obra que Fialho de Almeida ' 1 ,{- ~ escr~veu á guisa de" inquerilo men- • sal a .,,!tia porlugi.Jes11 de seu !em- ,______________________, JAQUSS FLORSS • I • po, sob o lilulo •Üs Galos,. um episodio, denlre oulros d~ mesmo , ç!lofo, escapa, a meu ver, ás Zfll'• guncht1das ao lombo de que é l~t!cida quasi Ioda a prosa . de fomosa estrilar. luso, . . . - Ouero me referir ás magnificas. paginas palpilanles de seiva e dé : filiação que;f~,,ge~le 1~ visionan?o· : ';,Manoel. •O tú;nlaslico · Manoel . . 1das noilad'a-s ~m· ceias . de baca- : ·. · ..,l}U por qu.'.llro e,. 1,1eio. o .boê– ~j, dp, .grenh~ deso rdenada, _ças-. · sa , ~c;.gr... J· mbre, barba de o r,ri · vermelha boca de · tiby -~ •• 'Sua chegada a Lisbôa, ssara aquela esbanda– lileraria posla em voga Gusljvo Planche e · Nervfl. •com dor– svã., J das escadas e -~es,no fundo dos a historia de Ma– -~~ íde sua ação lu– a helerogenea, sempre a r chis pas de ge nio , nos en– .1a e' nos enternece. . . Estonteado de tfesejo por sardi– nh.as fri,tlas, um dia, depois de pai'tÍ\:ipar das rodas esfuzianles e palraibra"V do Ma rlinho, Havane– za.. lefc.:-'M°à noel foi ao Gremio. Ali extas iou • s p,esenles cGm seus lamr-,~jq~ ~ de Iespirilo, enlre cujas rajad s de bom humor, ao des– crever a um g rupo de ralôes o r ar.,'r6 da s Sabinas, leve a ~braça– ; lo o seu amigo ~ulião, o 1orna– lisl11 . E foi um nunca deixar de en– lusiasmo e de 0 perguntas proprias de conlerrm1eos que ha muito se não viam e da mesma idade. E • •aqui vai um trecho c:ltssa viva ex– pansão de fralerna eslima ; - .Como eu eslou co,1lenl e em le apanhar aqui I explodiu Juli ão. Onde moras lu ? Manoe l dec larou-lhe en lão qu e não morava. ·r.Üue? fez Julião . procurando fin gir-se admirado. Mas onde é que a lmo ; as? - Eu não a lmoço .. . - Bem I Vejo que ainda conli- nuas a ergu er-le tarde. Mas pelo menos has de dizer ao leu amigo aonde janlas. - Mas se eu não janlo I faria- mudcou o bo~m io . em geilo fune– bre.• E, nes.se · diapasãu , lá se foram os dóis a : "dar · a lingua· !!obre os ·mais ·controversa~ assuntos, juslam~nl~ sob~ :aqueles em _que a ironia de· . Manoel fluill mais acerada .e .- descGncerlanle. ·-Juli ão· ·q·ui2:'- sab~r o que Manoel viera fa"zer a -. Lis bôa. ·si era coisa de ·empr·eg_o . 'Não·. não era: Viera porque a ·provin_cía o enfastiava: depois, lêra nos jornais que se ia abrir um curso de violoncelo . -Opiaste pela · ;,,usica, bravo 1 E eslás malriculado? .:_eu não . E tu? JA OVES FLORES -Ouve. Porque não escreves lu alguma coisa ? No meu jornal pa gam os folhetins a Ires mil réis . ' Dois por semana . Üilo por mês. E' um auxilio , que diabo 1 Uf I repugna-me assinar a obra de Ioda genle. responde Manoel. Enlre a inlrepidez dos meus ideais arlislicos, e a mesquinharia dos meus recursos pilurais. ha um a~is– mo de impolencia de que não que– ro dar prova aos meus co nl empo– raneos. E tod av ia , acredila rás? . . . mau grado esla inania , os rr.eus nervos porejam umas se letas im– pressionabi !idades . . . Tão finas , Ião finas , que até me incham as pernas só de pensar que podia esmagar-m' as o americano .• E' bem de ver que as suas re– quinlad11s eslravagancias, o seu seslro de sonhador diabolico , a visão invulgar, rapida e inconslan– le que linh a da s co isas. ludo isso repontava já como um principio • da · nevrose, da doença que viera ao organismo dcbil co um esligma dada a .sua fili á hisleri ca e a sua infancia cori siva e ainda por. oulros fatores ordem heredilaria. e congçnilâ .: •1 A doença. de Me noel. no . à re:s jamenlo daquel a vid~ ~esabrida , e·· lumulluosa . ocupa um dos ' _c.a'pi! \.Í.:' los mais dol orosos que . a lil~ralu– ra de lodos ·os lempos, ao· lance do mesmo ·objelivo. póde "oferecer como exemplo d e bila concepção emocional. O primeiro medi co que o examinou não leve du vidas em opinar pelo casamento. Enlão, sái– se Manoel com esta : -Sim, o casame:ilo Ôá ludo: Até dizem que já uma vez deu filhos legilimos. Como que conduzidos por um borboleta negra a nos presa gia r tristezas e desespe rança s. Fial~o nos expõe aos olhos alonitos .e maguados , passo a pa~so, 1odt! as cenas da cru enta · marcha da eufermidade de Manoel. " .Uma noite em q11~ os seus olhos pareciam ma is profundos e a língua menos prt"sa eu li ve a idéa de proceder• ,com ele como as mães proc edem em geral com as crianças, ensinando-lhes o vo– cabulario silaba por silaba . a ver , se reha via para. s ua boca a ginas– tica da pronuncia que a doença atabalhoara e perve!e,ra. Aga rra– mos num livro, e eu ia-lhe fazen– do dizer· cada. palavra em s ila bas separadas, que ele seguia doei ! e humilhado, modul ando a dição • ao sa bor da. minha. voz , e pondo na fra se, ao fim deste preparo, a in– ler, ção que eu de1;eja va lhe désse. Tínhamos feilo assim umas quinze linhas, quando ele me tomou o li– vro das mãos. e começou a. di zer alio a passagem • . . . e quanto mais alguem adeanfor em espirifo. fo nfo móis graves cruzes l1cha muitas vezes; porque a pena t!f seu d ... • -Vã ! Des-ler-ro.- DESTER O. Anda. Mas em vão len to u dizer lavra, e como os meus olhos fazia m d uros, vi-o fazer de repe um esforço horribili ssi mo, te fo logias destruidoras nos dedos, deformarem-se na boca os sons, saírem-lhe ruídos gloli cos do loro– sos. uivos em ve z de s il abas, nada de percepfive l. nada de humano; • e o li vro foi para r ao meio da. • casa, e rompeu a chorur numa • . . • 1) • ..

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