Pará Ilustrado - Fevereiro 1942 n.105

~ .. ,~,.· .... J • • • \ . . . . . . ,r.-\. • • Cirila Gutierrez, na st~ '°~· , dade.• dedicou-se á edu~Ç1,_õ de ·:-- · qu?lro so~~inhos, duas meni'!l'i~ 4 ·.':.,.. dois meninos, orf~e:• pai e, ~ e mãe. Agora . : porque lam~m se casasse o mais moço deles, ficou zinha comeuma criada no velho • o de Santa Alexandrina . no lfe ~uela sala' de jantar bas- ~- l:rn e rmpla. daqueles dormilorios 0em esp<_fados e daquela sala de '"visila~,.uilo grande, imensámente gran , com os seus reposteiros ludo, já muito desmereci– p~lo tempo, e a sua mobi- lia de jacarandá, veneranda odJJl • ,sadona . Uma vez por outra , um , dos sobrinhos ou uma das so- •.,..)rinhas porJá a~recia . afim de f visita-la . e• Cirila ,• que lanlo se alegrava eom a i.iresença deles, , caía depois• na mai:r lrisleza, , vendo-os ~arlir. • Vinham-lhe então ~~ .saudades Jos tempos idos: dos dias que , era ct:rcada das q;atro crian– ç~·~embrando-se das meninas c:m, as suas ~rrulices e mai~ .do l~-- tod9.'l · de •rtav'1, • o caçula, ·\Th ·$ · ~ :. lraqujnagens'. e dos · ,,- .r .. 1li~-i~~~~! 1 e,m que ~u~ia anl-ili .-s~li~ na , as l1çoes _íj 0 J.s l''>moças estuda– • v.çi .._,0m verdadeira - ;::l~~o1 ~mo e o , -~ e~p~~ia no ~t §:· , _ eles. que vieram 'iy. rn pà rÍ hia quando ela -nas dezesele anos , Ci– " fõra ~ .tia Velha, . ~om a energia que leve .I ld mpedir que a pe- ': 5ge com as unhas de luto , para 0bri- 1s p• =. •· '• o ro ,~o'\u;:.~ . ~ - . :i\ enl ade • sseiada : ·o o i1 a e e- , ausentou-se. e'\-a passado. trinta e cinco que perdera -as - • ' ... • • _,- . • [P [!) [I [} [}~ [ - [!JD □ TI'(D [I (I)~ • T e L e F o n e • • • • suas ilusões de moça . O mancebo ficara solteiro, e ela por sua •ez. sozinha no mundo. E foi Clol11de. sua sobrinha mais velha, quem um dia lhe falou : -Eu ás vezes fico a pensar por que motivo nós lhe chamamos de .tia Velha,, Creio haver nisso crueldade da nossa parle, Cirila estava ocupa.da com uma camisinha de ccrochet, para o se– gundo bébé de Clotilde e falou sem levantar os olhos : -Oual o quê, minha filha: é que eu sou mesmo velha , tenho idade suficiente para ser mãe de vocês.• Clotilde sorriu. ....::,,Nem toda moça é mãe aos deze~ete anos. - ponderou ela ; vivemos tanto tempo na sua com– pa~.hia sem jamais pensarmos nis– to : por que a senhora não se cása, •tia Velha, ? Cirila levantou os olhos muito espantada . -Oue tolice, qt,erida I Casar- mr na minha idade ? • -Tolice, não - replicou 11 so– brinha muito séria: mui las moças da sua idade não pensam em ou– tra coisa senão em casar. Eu gos– taria muito de .ve-la casada . A se– nhora v·ive tão só. Ião iso ãda--, neste casarão 1 Sem repelir as palavrns tilde, Cirila suspirou. 1s • nifo . era de falo isola)J1ento uiló qÜ-é'. ela toda noite seni! uando não ouvia em casa o . umor, alem do •tic-t1:1c • do _- ~ á parede da sala de j,anl virar ·~s fo. lhas do livro a cuja leitura se entregava, ou a criada quando, ás nove em ponto, subia as esca– das, afim de deitar-se? -Não faz mal - disse ela com • resignação; eú agora tenho telefo– ne em casa e chamarei por ,,m de vocês quando me sentir so t ie nha. O telefone, de certo, bons ser– viços lhe prestaria; os sobrinhos é que não podiam , com os seus constantes afazeres, estar sempre dispostos a dar um passeio por Santa Alexandrina. Ademais , con– vem não esquecer a telefonista , cujo moior cuidado consiste em cortar-nos a ligação , ainda em• • - ♦♦00000OO000g (}} (!] [3 li1 □ ® ITl "' (í). íi1 ía) rn IIÍl (í). ~-,~;:) LI.., l.!j w u- LU J l.!J ~ 00000000000ff o • ººººººººººººººººººº /\ \,!UO de Colonitl , Extra los . Bri lhanlinas, 11 bonefc5. Loções. Pastas para drnles, Ofeo de rnut11rnba, Pó de arroz. Do de sabão, Tolco e mais arligos do ramo o o o o o o o mrn □ mrn ººººººººººººººººººº o g (!1 ª Q) CD l@ © ~ g Trv. fruluoso Guímorães, 134 o · de Perfumaria . o 000000000♦♦ g fone . 1000 ♦ Trlg.-THEMIS ♦♦000000000 PARA'- BR.\SIL 28 _ 2 - 1942 PARA' ILUSTRADO

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