Pará Ilustrado - Fevereiro 1942 n.105

• . • • . . • • I -~'-~ . ,. ._. ·: . . - , . . • • • O espetaculo decorria anima.elo, arran– cando da ·assistencia prolongados aplausos. Todas as elepenelencias · elo grande circo «;ii;tavam totalmente ocupadas e .· . .a ·atraçij,o da noite era Gení, a -loura, . < :- . • . . .esto_nte~nte e ·inipulsiva que a todos · ·• e7rtasiav~:- · "VendetÍotes de amendoim . · t. · 1 < ó • • érµsavam os -estrHt9s •corredores, afas- .- ·. : ' t~rfrl_.;•se · :ás· v·cz'es. ~•~;;; dat "Passagem . a.- ·algum·· eleme~t<> da :troupe que, fan – t:lliia dó, clistribuia entre· ·os prci;entes, a tro~;o de '.~ qualq.uer 0 '1~portancia", uns '' cartões ºele lembrança" impressos em . côres e (!UC Lraii.i~." rcp;·oduzida em uma das fac es a fig úra da famosa • • Gcní, em posição difícil e acentua da– ml'nte exotica. O ambiente era ele fran ca e delimi- 4 t1a satisfação. Contr a bala n çando os ... ~ 1cos m inutos de 1>rofundo silen cio q ndo exibições arriscadas estavam se o levadas á cena, gargalhadas a.b1 tas e qoasi galhofantes eeõavam fo,fL~ no agitado recinto. Todos riam, t Údos aplaudiam. No meio de tocla aquela multidão .., que se sacudia desapercebida e absorta, apenas um homem se conservava. sé– rio e Impassível, alheio e impenetra– vel áquelas manifestações bana.is de entusiasmo. • Atento ás mais insignificantes ma- • • nobrn do elenco, Ausehno Diniz tinha. • ,, • - • .. • • • ·"': .. • as orelhas em pé, finn06 como as de uma vaca á passagem de um trem. ;Intimamente, porém, o espetaculo não lhe interessava, como tambem não podia interessar aos demais assisten– tes.· Apenas Gení interessava a todos e pa-ra Anselmo ela era de fato a. maior ele todas as atrações. Após quasi uma hora de espetaculo. ·é anunciado, afinal, o- maior numero do programa. Montando um bonito cavalo branco, ornamen"tado desde a cauda ãi, · con– chas das ·orelhas, a1larece Gen( sorri– dente e ·-bela, cumprimentando a pla– téia com um leve aceno de mão. .A.pia.usos fortes e prolongados rompe– ram de todos os cantos. Anselmo Dinb: a t udo assistia, cheio de calma e resignação. Admirava-se da. sua. fraqueza, das suas atitudes indefinidas, do seu procedimento qua– si que abominavel. Deixara-se ven– cer fac ilmU1te pelos caprichos de Gení. E Gení agora era tudo na sua vida. Achava que não podia viver sem ela, mas essa sua dedicação não era tomada na devida consideração. ::Xení zombava. de Anselmo Diniz. Uma. vez, porem, quasi venceu. Cer– cado de amigos, estes lhe emitiram os mais sensatos conselhos. Mostraram– lhe o caminho certo, a verdadeira es. trada a ll·ilhar. ~- .. ' • . \ •· • • . Anselmo a os p oucos ha via reconhe– !ido o seu erro. Via nos conselhos. -· f dos amigos o meio de se libertar pe · Ge;ní. Exemplo~, hipotcscs, pondera.- • · ções, tudo lhe :. foi dado a r,onhcccr t om muita · clareza.. . Os amigos tam- bem se mostraram interessados em sa- far Anselmo. • Ao final dessa conversa, porém, uir ilos que o rodearam arriscou : - Para que possas vencer, Ansel– . mo, é preciso ~uc nunca mais veja!! essa mulher. Pro1netes não mais cn– ecn tra -la ? - Promctn, ::issl'gnron. -,-Juras? <!' • . . ·, . -Juro. Nesse insta~ t i uma voz extranha. ao recinto, bradou : • -O telefone está chamando o sr. Anselmo. Anselmo aproximou-se do aparelho e, colocando-o em posição de atender, falou: - Viva ! Sim, querida. L:i estarei, cm;te o (!Uc custar. Adeusinho. Quando voltou, um dos seus anti– gos indagou : -Quem era? - Geni, respondeu Anselmo, xando o local a procura de um dcdor de cntrad:xs para O circo. dci– ven- OSWALDO MORAES .. .. ~ 1 ti .• • • • • .,. • • • ~ -1 , . '1.

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0