Pará Ilustrado - Fevereiro 1942 n.105

---------------------------------..------~ .. • . . • • • • . . , . · Mio e~tràgue seu e.stomago tomando misturas uv1dosas · 1 Por isso, quando quizer uma chicara de café legitimo procure o afàm.ado ·,· . LoPes , ·ouTmnRiies . . lhes ofer~é'e·m· ·tambem o melho_r leite, ~oalhada, chás, caldo 1 de •cana, • · toda especie de bebidas finas e geladas. ··!.··. U81!331E3'· !l!E 0 :lll! . !;B~ÓEllll!~~~~B!OIILill2::nD!81DJD!88!~!8Dlla88!:BJ!lla!SD81!!~!8DllEBit3CllllDlll~ ~Blil88 • •• • Os guardas. os vigilantes. melhor falando, pavoneavam- • . . 1° .seu rebanho de animalejos. ' se aqui e ali, olhando pelo • · Eram vistosos os uniformes · ·• • · ~ de gala, que eles envergavam, .. J méls nós sabíamos que espe- •. · cie de trabalho haviam execu- • tado, pela cal viva que lhes • empoava as botin~s. Porque al i, onde eles cava- ·_. : • ram á larga, uma cova , não .., , havia mais cova al guma . Ape- •, .l · nas um pouco de terra e areia , •~ • j~nto ao horríve l muro da pri– ._ J ,:e são e um ·montinho de ca l • i ardente para que o homem 1 _, tivesse morta lha. Porque , aque– .. '• • . . . • • • le desgraçado tem uma morta- • lha como pouca gente póde exigir. Mui to ao fundo , ao fundo de um pateo de prisão, nú pa ra maior a fronta , jaz, • com os pés acorrentados, en- • •volto num lenço l de fogo. ~~. E a cal v~a devora-lhe • • • 16 - • •• . . • . _1,1: •• • • ' . r• • • • ( Da balada da prisão) sem interrupção a carne e os ossos. Roe os ossos quebra– dos durante a noite, e a car– ne tenra durante o dia. come a carne e os ossos alternali-• vamente, mas roe sem cessar o coração. Durante tres longos anos não semearão nem plantarão aii . Durante tres longos anos o logar inaudito continuará es– teril e arido e olhará o céu assombrado . com olhares de cens ura . Crêem que um coração de assasstno corromperia qualquer semente que a li la nçassem. Não é verdade I A boa terra do Senhor é mais generosa do que julgam os homens. e a rosa vermelha abrir-se-ia mais vermelha , e a rosa bran– ca mais branca . Em cima da boca, uma rosa verme lha , mu ito vermelha . Em cima do corãção uma branca . PARA' ILUSTRADO • Porque quem póde di zer de que estranha maneira Jesus Cristo manifesta a sua vo'nfti- de. desde que a ~ara s e~a- ., que o peregrino levavl'.l flores- ~ ceu á v•sta do gn.llde papa ? t'\ia:,, nem a rosn de côr · branca de leitl!, nem õ verme– lha pocJlm florescer no ambi– ente ·cie f uma pri~ão. Pedras , calháos, cáliçf, él o que ali nos dão, por. e abem que , • ás vezes, eis res acalmam a. desesperação homem sim- ples . ' Por isso, nã~cairão jama is as rosas vermelho-vinho, nem as brancas, petala a pelala, sobre esse pouco de terra e areia , junto ao horrivel muro da prisão , para dizer flOS ho– mens, que andam pelo pa teo , que ° Filho de Deus morreu por lodos/ OSCAR WILDE 28 - 2 - 1942 \ • • • • • . . .. • • • . . • • I •• • • • I .. •. . · - . . .. • • • • •

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