Pará Ilustrado - Agosto 1942 n.118

1 Eu eslava, de todo . mergulhado, despreocupa– damente, na es trada da minha vida quando senti a aproximação de um cortejo das mais lindas ílo– res. e vi que estavas no centro como a homena– gedda, di vinalmente perturbadora ... Depois, então. certifiquei-me de que havias sido · eleita, pelos Deu– ses , magestade s uprema e divina dessas obras de– liciosas da natureza .. . Eu continuei sentado, isto é - pensei continuar sentado á estraJa da minha vida. Mas não 1••• Eu seguin o cortejo, sem saber, sem querer, sem sentir . . . Segui-o, s im, foscinaoo pela beleza integral ... sublime, da rainha . Tu me notas te e me ofereceste um lagar ao teu lado. fiquei serprezo, hesitante ... Olhei em to rno de mim ... Será que eu me havia transformado ? ... Oue a cvarinha de condão• toca ra em minha cabeça ? Não 1• • • sinceramente não .. . Era s imples mente o contorno de uma pes• soa 001 redor do nada ! Contudo . . . aceitei-o, por fim . O cortejo prosegu iu s ua marcho vitorioso, e eu absorto pela perfeição da natureza nas linhas do teu corpo . no ci ntilar dos teus olhos, no ful~or dos teus lab1os.. . De repente tudo se escureceu, e sem eu ~Jtibe r como . . . tu desõparrceste. Os anjos le havi am carreqado para mu ito ttlém ... bem dis.lanle mesmo . Tal vez . . . p'ro I na linha do horizonte . ~. ficou, apene1 s , o nr ulho, morto, ~a ave s ol ilaria . Meu desespero gnlm·n : ... e O ardor do meu desejo , a gloria de arrancar dos seus labios um _b~ijo, a vol upia infernal dos seus olhos devassos,··· o prazer de a estreita r, nervoso, nos meus braços, de sentir a lascivia heril dos seus meneios, esmagar no meu peito a carne dos seus seios 1 > Tudo o que eu não ousara, então . .. --Por que fa las com tanta febril paixão, no beijo? cO beijo d mulher! O' sinfonia louca da sonata que o a~or improv isa na boca ... No con tado do labio, onde a emoç~o acorda . sentir ou tro vibrar como vibra uma corda ... A' vaga orquestração da frase que sussurra · . ver um corpo fremi tal qual uma bandurra : .. • Desfalecer ouvindo a mus ica que canta no gemido de amor que morre na gargahta ... Colar o l,:ibio ardente á ílor de um seio lindo, ir aos poucos su bindo . . . ir aos poucos subindo . .• a té alcançar a boca e escutar, num arquejo. · · o universo parar na sincope de um beijo 1••• X X X • e E, porque me vissem cisrna ndo ao pé de um'1 roseira, disseram-me : Oue fazes, tão só? lgenuos 1 1 ão sahitim que u faltiva contigo. Tu eslavas no perfume das rosas.• ílOS IRmílOS rlOBRgs íl ílS gRílílCílS ROUHlílOL DO ílORT8" "IURílPURU' A vo 'l ~ll irrod ioção foi como o con to de o lvorodo d11 vm'lll lon~o ex isle nci o de orligfo . numn no1le– c hei o de enconlos t>m que- li llf.l· vidode de vos~ns vous prrrorre-u nos!'lo gra nde Brosi l. t1grodondo e r_omovendo milhares de compoln– cios que como vós senl ,eis as be– lezas de Ião nobre arte . Gronde foi o minho comoçã~. ne-ssa noite que jamt1is e~quecert·i onde a s ínfon1a da mu~ica ca~o!f– se Ião bem com a musica da stiu– dade, dos tempos que po sara~ E a.5 notas de vos'lo. p,ono har~ mo111o'lo associavam~se oquelo 01 29 - 8 -- 1942 veludo'!o f' cl11ra de,'!e Ruu xino enc11nlodo de no,so Pirn il O • Yropuru. : com ,10 pi m - gem olvt1, como os pumos do mar, esllgma do leu I tem oin J o um coração muç,o , 4u a cada d ia mais se- rt>juven 'l"e 1 O Rou 111,,I, . com a finura de .5ua pele de e , deixn-nos ver o-s fino lrt1 uma belo:o grega de nome que fo b r 1. • o é lambem no- ,r z . de caraçeo e de sen- menlos. 6 f. • revt do-og e ~braçando-os re iv1 o passado e dentro cm mim PARA' ILUSTRADO se ergueu a e,;laltrn da 1,lrn!Jdoo e da arn1zadt' e Í1zcsle1'I de.,filar m m1 1h me,,te \ 1111 o ·orrido'I 1 do \ º""º cou I migo • \ 'O II no ite de tir e . foi lam– m p 1,a mim noite do .!oud_f?~e e smfc 11111 o coroção fidalgos do norle que sabeis loleror um vi._ito11I~ inculto por St'ssePlo minulo" t Snbe15 tombem vo5 qrnvor no!! cp~ac;uec; do, bra– sileiro-. por uma 111con<1ovd eler.- nidade 1 •• Abelordo Moroes omp1Jio (Repre-; nlanle do .Arlislico São Paulo Sludio,) 21 - . .