Pará Ilustrado - Julho 1942

• . ... •. , '\ . (Por inlermedio do represenf~nfe do PARA' /LUSTRADO no Rio de Janeiro) ,,,,. ..... . . , P n I m nuena.;: oeume: CENA ui:ircA DE : f!)[!l[ffií:)[í)fi)[i) f!.(!}[:]@'ü"'fi'll • . ➔ ,;-. i ; . ., MOVEIS: Sóbrios. á esquerda faças isto ! A pobre criatura se fesso. párece não _me'recer j~p;.-. • - a lia uma ,chaise-longue• élO lado mull iplica em cuidados. lancia a lguma de s ua .~le. "" de uma mesinha e um retraio de G IL : Será então excesso de MARY: Obrigada. Gil l Não ho.mem · fi;rndo por uma moldurn trabalho? Ha um mez mais ou sei o · que lerlá _-sido• de" mim · $e firra. menos que a · vejo costurar e bor- não fosses tu! Ôúa11o .~ ·1r.inha .. EDQCA-: aluai. (Ao subir o . dar sem cessa,. felizmente ficará saude é cousa sec.undar,a. · ! e.ih! ) ·· pano. Maria (criada) se encontra li vre dessas preocupações. Tenho oul_ros assunl.ós a'· ~r~ot~~\... ~p,if, .'\:., ao lado do solá em que está sen- uma -nolicia agr~davel ! me iro. ., 't, " '11!'· ... ~ d M G e '1 . . .. ,~ la a ary. que lê uma revista. IL: orno a!\sLrn. ? A :.'.!u~'~8~-·· · . · MARY : Noliéias agrodaveis. ha ele acima di tudo! •A vid~ • j • a ~ MARY: Não. Maria I Não que- muito que não as recebo. O que é? d d • ·• e sau e. não é vi a I Pense nõ ~~ . luro 1. Suus . r~côrdações - ui; d e~ . vem. de modo algum. -~l_é1a~la. a · esle estado de proslação: ro comer! · MARIA: A .senhora não pode conH11uar .ês~i.m. Oi:ve alimenlar-se um· pouco. . MÁRY ~ Não. nã~ posso ~ {le– vanta-se e ·vci ai.é· ao fundo) MARIA : Vai \'er como- pode! Desde que. o· senhor Jorge· morreu que tr senh'ora quasi não se tili– menla. 'A não ser quando o se– nhor Gil está. MARY: G il. bom amigo I Era qu!}SÍ ü~ irmão de Jorae (senta-se • na •ch!lise-longue• ) ti.:t,_.aria~ Po– ~ie' retirar-se. (acendi ·ê luz do •~al--jour• ). Apoga ~~,a;Juz (apon- 1\tldo para o lustre). ~;~ . • MARIA; Vou prepar~m c~ã– sinho pora a senhora. ···ljJ?ª~'i luz do lustre e sai). ' ( ·; MARY : {Dara o relraio de Jorge que está em rima de mesi– nha) Jorge, meu amor I Meu que– ··ndo I Por que me deixaste Ião só no mundo? (chora convulsamente). GIL ; (entrando sem ser visto por Mary). O que é isto Mary? Ha 6 mezes que choras quasi dil!• riamente. Estás. mais magro. Vou passar um sermão. em Maria. (Vai scindo mas é impedido por Mary). MARY: Não! Por favor l Não ~r-=====~~----– r · ' . 'r, l i Joalheria A MARAN HENSE A CAS f :>S E.ONS RELOGIOS de R~ N. de Souza 'voius nas. relogios. bijoulerias. objetos de adorno, ele. Oficina d e ourives e gravador. Executa e rt'forma qualquer joia em pla– tina. ouro e pedras finas. Dou– ':.. ra-se e prateia-se com perfeição. R:~ª João Alfredo. 25 I ...:.. Telefone, 275 1 - , - Belem' ..-- Dará - Brasil ÇilL: A familia de Jorge resol– veu suspender as hostilidades. Do– ravante serão respeitadas as von– tades do finado. MARY: Ouer dizer enleo. que esta casa ficará sendo legalmrnle minha? GIL: Sim. O dinheiro do Ban– co e mais uma pensão colocam-na an abrí~n das necessidades dia– rias. Portanto deve preocupar-se melhor com sua saude. que con- --=----- ---=-·--== a ODALISCA E' de 11eu interesse. i pois alem de possuir um :=! sorlimenlo de artigos finos 81JOUT9RIAS -- PAnTAZIAS · ARTIGOS PROPRIOS PARA PResenres dos melhores fabricantes, 1 eslã apta o fornece-los por ~ PREÇOS REDUZIDOS ! .., ... A. PAL8S1 8 PILHO& fone. 2061-Rull 13 de lv\aro, 227 · Parti '!================::, -6- PARA' ILUSTRADO /; . MARY; Gil. meu amigo I E's de uma bondade. inexcedivel I Não sei como demonstrar a minha· gra- . lidão. Minha saude ha de melhc- rar. 1 i Deus quiier ! ºTenho imen- so desejo de viver. . MARIA: (entrando co.m o chá). Aqui está o chá lá Gil). ·felizmen– te o senhor chegou I A patrõa ande .muito !riste. E' o senhor o uni~o que alegra .esla caso. Aie eu fico alegre q~Jfdo o vejo 1 GIL : Obrigad?. Espero que seja sempre assim. MARY: Vamos tomar chá (sen- tam-se no sofá e põem a bandeja já em cima da mesa) Maria tem razãc. só tu trazes alegria a esta casa ... (á Maria). Pode retirar-se (pequena pausa para tomarem o chá). Venho · notando que andas · muito lrisle. pens ativo. creio algo te s ucede. •Por que- não me con– tas? Não sou Ião lua amiga? GIL: Sim. muito. A tristeza é nalur~I quando se tem a minha idade. As vezes fico a pensar .. . Oue fiz alé agora? Falia-me um lar e as preocupações de fomilia para encherem os momentos va- sios de minha vida. Para quem aumentei a minha fortuna? Se ao menos tivesse um herdeiro. 'que me chamasse de papai I Mas é !Arde. muito ta rde 1. • MARY: Ora. meu amigo. nunca é tarde. •O cornção não enve– lhece•. GIL: Romuntismo. O meu já se aproxima da velhice. (Reparan– do na tristeza de Mary) Triste ? Não quero ver-te assim. Conheci– te nlegre, carinhosa. cheia ,le ter– nura e carinho. para o homem que vivia a leu lado. Ho1e estós (Conlinúa na pag . JJ) 4 ~ 7 - 1942

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0