Pará Ilustrado - Julho 1942

i • 1 . , .. , . . • • • •.·. ,. ' . t •··• . _j (C[)[P[Ilíl(gITJ(!) [D(!) [DaJ~ITmilúJ , (Continuação na pagina 7) lrós, no qual lodos· os ador~os • .. , internos eram arlislicamente lal'rc,- 1 dos em ouro i:,uro. · · · • • ... A camara de dormir. o camarim– vesliario. os m~veis. ludo possuía incrustações e arabescos de'f.uro. quecer . . . e uma infinidade d; coisas bonitas que a mulher. nova embora. sabe Ião beí!1 invenlar. Sergio ficou, lendo, como con– solo :mico. o retraio e as carias da amada. Prometeu a si mesmo trabalhar e um dia poder rever a · companheira. X X X Cinco anos se havia passado. Sergio nunca tivera noticia de Na– talia. Como devia esta bela I Mais bela que no tempo de criança 1 Mais sedutora ! Mais capric.hosa 1 • Nalalia crescem. Sergio era para ela apenas à primeira folha (já sol– ta). do seu c;eyderno de lembranças. Rica e eductlda, [o:mosB e atra– ente. não lardara,~ chegar os seus conquistadores. Entre estes a jovem escolhera um advogado que acabara d e concluir o curso na– quele an·o. O naivodo seria no proximo Nolal lt X 1( . ·., ·~i·gi~. arrostando. mil e um sa– cr'i6cios. conseguiu ir á cidade pal'a onde partira a •Sua esperança•. Chegou ni, anle-vespera do Na– tal. Procurou a casa do grande industrial Não foi dificíl acha-la. Todos o conheciam. Um criado veio recebe!o. Fez anunciar-se : Sergio. Sr. Sergio de•'que? 1 indagou 6 criado. Basta que diga Sergio. e a senhorinha Natalia saberá quem é. Ouando o criedo disse a Nata– lia que ,oí se ,encontrava o sr. Sergio• ela se. mostrou sutpreen– didti. -Serg10? Sergio?... Ouem seria? Ao deparM-se com ele Nalalia fingiu não conhecer. - Oue deseja, senhor Sergio ? - Nn talia I Não me conheces 1naia Na\qlia? · · ~ Ouem é você que ousa me . chainat' simplesmente Notalia ? rc- Ptliçoa ela. cheia de indignação, • Sergio, mais vermelho que uma popouJa. baixou a cabeça, melan– colico•. Depois de algum silencio falou·: __ Eu. Natalia, o leu compa– nheiro de infancia, o leu primeiro namorado. O homem que leve a primasia de le beijar e que jamais esqueceu esse beijo 1 Nesse momento entrava o noivo de Nalalia: acabava de ouvir o que dissera Sergio. filou-os demo– radamen.le . Depois Nalalio -30- reiirou-se. fJarc:cia petrificada. Sergio então reli r.ou do bc,lso um pacote bem enroladinho. Abriu-o. Tirou o relrelo. Ouanla . difer~nça I Como Nalalia mudara ! - tembr11s-le? disse, moslrendo o reiralo. E esles bilhetes, conhece-os? Nalalia. louca de raiva, !ornou-as. e, perguntando para que conservava aquelas , bobagens•. rasgou-as. urna por uma. fazendo o mesmo com o rei ralo. Sergio não se moveu. Mordia os IBbios para se conter... E as la– grimas. teimosas, 'corriam-lhe pel8 face palida. Chorava li perda da .sua esperança,. da ilusão que ele acariciam durante cinco anos. E le. o forle Seq;i., que não sentira os bolos da ,mestra Rosinha. chorava agora debruçado sobre aquele monte de papeis rasgados. . Junlou-os lodos. Meteu-os no · ·• .ila'lso e sem ol,har para o lugar o~de se encontrava a moça, saiu desesperadamente. X X X No dia seguinte. num matutino, logo abaixo da noticia da festa que se realizaria no põlacele àe Nalalia, eslava a noticia do s uicidio de um jovem, cuja identidade não se co– nhecia. Era Sergio. •••••••••••••••••••••••• A Vitoria Regia· Vitoria Regia, a flor maravilho– sa dos lagos selvagens da Ama– zoniti de mislerios, possue lambem as suas lendas em nossa literatura. Não é extranho. pois. que criemos mais uma lenda. Contam que cerlo Rajá capri– chosq. da lndia resolvera, cerla vez. ~alizar a rriscada viagem mo– rilima através dos continentes. De– sejava percorrer lodos os mi,res navegaveis e para isso mandou construir elegante e rapido alba- Era de ouro a baixela em q~e _ er~ • • servido. o completo para ~ a ~ . • • licores finos: a canela, o linlel'!-o,; • . a campainha corn que chamavá· o • .• .:, mordomo e os serviçais."ydo era· ~ · • ;i de ou• o ' 1 lrr, verdadeiro ambiente • aureo, eni.n..• • • · • • · e(_, E pãrê&:iui! 1!esle ~r.c:inlo tuxJo~ ;- . ·..' so nada.. i!IJ~.~se .de •rico !! bdo ao . luxo d~ t ,eu po\en!a~o ocupank..-\ este mandou procura!'" ~ mais be-' _ la, moças de Ioda a , ~ dia e ·nos- ~:· lmperios visinhos, para or~anizar uma côrle femi nfna. selçla .e distin- ta. pai~ as delicias ·da l.onga gern. • • ' As m.,is linda'S dentre as lindas /ovens dr-s v3sl;s ·clõminios r da região foram trazidas á presen-( çá do extranho homrm, em a.ud~ encia previamente delerrniaada. ·To-/ das elas ostentavam · os mais ric;9s · !rajes. as mais qisls joias e os ~ "1ais sutis prrfurnes. ~rd que a beleza de cada uma TI\... r podes- se realçar aos 0ll104 . dos do monarca indú. E foram muiltis as moçlls pre- senks á aud1tncia. , Dentre Iodas o Raiê"-i ~scolhera · 6 das mais belas do grupo e fê:., las suas companheiras na arriscada , travess ia. Mandou aloja-las c·onfor•.' tavelrnenle nos camarotes dourados do el<'ganle alba!rós, c_ercadas de ·~ damas de companhia e serviçais de confian;a. para que nada lhes · viesse a falta r durante a longa pe- r~grinação marilima por Jogares exlranhôs' e intranquilos ... E foram. Das 6, porém, o esquisito go– vernante escolhera uma, d.e nome Vitoria, que para ele era a fovo– rila das fovc\rilas . Extremamente linda. insinuante e vaidosa. !ornou. se o mais querida das 6 e linha, por isso mesmo. nol11vel ascenden– cia sobre suas companheiras. A bdeza cria caprichos que so- 111enle a mulher, quando sabe que é bela. tem capacidade pare exercitar. ( Conclue na ulfima pagina) r . I XJJl d fü ~ 1 IJt <; ( or c.J,,n tele 1.; rafic r1::; µord tod:.i,; rc u~~ de cl~J1to lO n max1rrn r nird'l'lr{ 1uld1cc1c:; l om11c:;Õe<, Rua Joio Alfredo, 54-56 Tel PARA' ILUSTRADO 4 - 7 + 194~ . '

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0