Pará Ilustrado - Julho 1942

,, • • • •'11111 ' . • .. • . . • 4 ... ~ .. (Por infermedfo do represenlanfe do PARA' ILÚS TRADO no Rio- de Jâneiro) • • -- ~m = ~ [U(i)[í] íl re [!] [í]] [I]~íl~[!][ ~ · .. • . foi Bra islowky quem iniciou en– tre nós a temporada de inverno desle ono e . fe-la de !a i forma que levou até ao Municipal ludo que o Rio possuía de social. de inteleclual. de arlistico. Indiscuti– velmente. o poeta do teclado con– seguiu congregar em !orno de s i Iodas as simpatias de nossa gente, lodos os aplaus'os de nosso pu– blico ouvinte.. sempre avid o de emoçõl's. sempn; avido. da boa musica, da musica que ha de a tra– vessar Iodas as epocas. lodos os seculos . . . Jamais um outro arl,sta provo- '· caró aqurlo que ele provoca quan– do reclina-se sobre o teclado dum piano para arràncar de s i os pri– meiros a::orde$. Alexandr,e Braislowky é o artista predileto da pla'téa . carioca. Isso. lodos nós vimos e' acab11mos dt ver mais urna vez .:onfii:mado eira- vez dos recitaes que re\ilizou . . . •· Sente-se ··que ha um perfeito equilíbrio enlré o arlisfa que se faz ouvir e a plaléa q ue o escuta e aplaude calorosam~nle. Esse equilibrro cruce de pe·ça pqra peça qtre ele interpreta. de autor para au tor que ele revela cm lodos os seus recilaes ... Oúando fomos ouvi-lo em seu i.rimeiro programa observamos que a plal~n concentrava-se para ouvir Braislowky. o pianista que acabava de a rrebatar o publico americano i~ferprelando C hopin. Liut e De– bussi e fala Era o exilo dele que fizera o nosso publico acorrer na– quela memoravel l1.1rde de frio ca– rioca, es pecic de •spleen» brasi– leiro · para Iodas as dependencias do municipal. superlotando-o .. • Havia em lodo aquele publico um frisso n indesrrífivel n inquietar espíritos. a dominar sensibilidades. Ouando el .dá as primeiras no– tas da soh61a •Ao Luer• desse grave e profundo Beethoven .. uma especie de forpor envolveu Iode · a assislenr1a que recolhe para dentro de si mesmo par12 sentir e compreender aquela me1gislral põ· gint1 que o genio de Beelhoven crearn e o lolenfo multiforme de Brn1slowky nt1quel~ momento tra– duzia afravez da eslesia do seu espirilo-creador . O poeta do teclado transfigura– se parti o publico que começo a ouvi-lo todo vestido de religiosos ~ilencios Ele a propria musicl! - - 24 - ,. DE (B@[Il'iJa~ l]J(!l®@'ÍJ" que brota. n:isce ... cresce. ·se avo– luma e se desencadeiá em turbi– lhões c;le notas da cirandà louca de sc:~s dedos de mago do tecla– do. Pode-se afirmar -,- BraisloSky e· um poeta que compõe paginas. é um .burilador que arranca har– monias. é um auscultador ·de ttl– mas. de cerebros, de povos ... E, ao meu ver. um revoluciona– dor de plaléas que o seculo rt:ve– la á lodos os povos que inda • descobrem na musica fonte de pe– renes e perpetuas cmoçoes. E de recital para recita l fomos observando - o pianista havia conseguido dominar lodo o publi– co que havia acorrido para ouvi– lo dizer classicos. romanlicos e moêtrnos. · j deu-nos uni C hopin bem clivei :;o daquele que esta vamos ha– bUuados i, escutas sempre doentio. do ensombra do de tristezas e melanc~lias profundas. . . O seu C hopin é mais . humano . mais ar– dente e mais claro e despido da– q uelas pieguices que encontramos nos que exe.:utam o divino crea– dor de o 5 noturno. Acredito que, dificilmente um PARA' ILUSTRADO outro artista nos poderá ofer~cer· ·• ; • um Chopin do quilate que • no~ •.-· : •. brindou o poeta do teclado. · • • Nos modernos lambem ;le í-eve:- . '· ,. lou-se um arlista de exc;;pdçrnaes · · qualidades tanlo na to"rrna dos· fra- • • • · seados como no burila1tre'tilÔ •dos ·,:'. ." coloridos ... t,m ·e~enit,i~ li ,.; .m::is • _ na - O-ansa Ritual do !~pg'o. éft I J:~ . fala, no Polichinelo q4··v;ras Lo- . ·'.i" bos como no Noturnc7-'. Alegre e Senlimenlal de Iliberé da Cunha ,. :• Adquirjram nov~s color'idch, n~J ·. vos ritmos. alravcz de suÔ~ in~r- ') · _ prelaçãoº sempre nova, c[ara e bri- 71 lhanle . . . · • · ,,.._,_ - .;.J Alexandre Braislowky foi o maior aconlecimenlo ariisli.co na tempo-• • rnda de inverno deste an~, indis- , cu livelmenle. ~ Rio - arlistic:o .insereveu no carne! de seus fauslos sociaes e mundanos o nome imortal e glo– rioso desse pianista que · o nosso publico aplaudia sem Teservas. considerando-o como o · maior pia- nistâ do mundo. . Ele é.. indisculivelme11le', 0 Poe– ta do teclado ... PARA' .llUSTRADO 1 na Guiana Francesa Marcell e e Leonie Lam Leong, da socie– dade de Cayena, po– sando para a nossa objefiva em !raje pro– prio para passeio em mofar de pôpa. 4 - 7 - 1942 ' . .... 'Í

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