Pará Ilustrado - Julho 1942

j • • • • (P9r mfermedio de nosso represenftmfe no Rio de Jdneiro) E ' a moça que saira a corfor lenha, .. Se perdrn por aquela imensa breohtL Andou, andou, e foi por fim Dar na tapera esconsa De uma velha feia, desdentada e ruim. C hovia. O vento estraçalhava os galh.os Dos lenhos velhos, seculares. Aqui e ali. ao·· rib.ornbar dos elementos Da natureza· ·fustigada , um , ronco surdo Anunciava a ,queda de um cacique vegetal, Como se andasse solto o proprio Mal. E a \ dho · morndora J a tapera .. Apenns era .• A conhec1dn na' floresta inteira Como «Matinta Pereira> . Indolente, fumante, displicente. · Na sua choça . . · NJo fozrn roça: Não ca~aw1, niío pescava Se n8o lhe diwnm furno. · Se não lhe davam ct:1rne, O mal de pagelnnç<1 pnil1ct1va. ,, • Solerte, ao ver a moça, resolveu • • Dar-lhe pouso naquela madrugada. • • •.-· · .. :, ,: _ No outro dia, a lodos, os passantes ·. ·,: "•' Pedia fumo. farinha, como dantes, . · ·: . ! ., : . : · ~· ~~, • . Mas em nc. me da bela agasalhadH. ·., .:-<-~-~•-.' ,-·: : ·:-· ~ :.,.r °1"---.t' . ~ r ~ : , . E querendo andar por lodt>s . •. . . - .. -:.~ :·... . ... ;. . •os · cainíhho~. ,,.,-;._ • joven b~la. )'\!· ·. 1: 0 , ,-'1,: ; ' Sem(Jre tendo o chamariz da Enquanto esta dormia, fatigada, Meteu-lhe ·na cabeça agudo espinho, • ' •Í· , -.;, •'{I, :-. . . . , ... E subi to, tornada em ave, alada. • •. :. A moça se librou para a aniplidão, .. Na ansia de tecer um rnórno ninho. • E nas horas de tristeza ou de angustia, Desta vida encantada e aventureira. A moçt:1 se lamenta neste apelo: - e Matinta Pereira! • « Mafinla Pereira ! ,. • · E l:I i\l\ahnlt:1, na ronda feiticeira. Ouer ft1baco. .. \ ,. ' ' /,f• .. Ouando eu ouço este seu canto, Pel'-l noite avançada me levanto. E' a. Matinta que bátê á minha porfÕ. · .~ ... Do tabaco de corda corto um naco _E o afiro ao telhado. Assim escapo Do veneno da cohra . do veneno do sapo. 1 E lá foro, a se t1fastar, aindt:1 escuto, Pela noite fechada, De prclid8o de lufo . Aqueia voz dolente e agoureirt:1 : --Mátinlt1 Pereira 1 • Mótii,ta Pereira ! • .Am.(J.Wn, Pat.<µW em 13ekm. e ctJ.t~ ""- PARA. J I. U5TRADO C01n a 2'.te;,,../47«!.'t@na 1 ransilou por Helem na senrnnt1 ullima u brilh .mie jor- 11fllic;lt1 Amorim Parga-.. drre– lor do Press P11r~11 (' da ln– ter-,\mt'rirnna. J\111011m Par~os recebe u iou– meros homerlll~cns dt1ci a uto– ridades e t:unfrndes. co,lon– te, de a lmoço oforet:tdo pe– lo clrn·, ,10 J' ,O f.. ·lodo do Port1 • e põ'l'lero peln cidade. demonl\l r nçt>e'I que o horne– negeado correspond('u ofcrt>• cent!o um ,cok-lail, Na sutt 1wrmn11encio. Amo– rim Pnr~M fixou conlrnlo 1:om fJARi\ ILUS rR,\DO pnrn , fornrnmenlo de sl.'n·1ço co– mrr. 1111 dt· 1luslrc1çôes <' co- 1,,ho ,~ e l'C: Hlíllld,1 1' ' '-~-• . ·":- ~ . '. ' ., • '1 PARA' ILUSTRAOO 4 - 7 - 1942 \

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0