Pará Ilustrado - Julho 1942 n.115

..• i.,. .: • . •fo i em 1855. na .Marri1: lf , . de. Paulo Brito, que saíram publi– cad as as primeiras produçn-:s poe- ~ ~ • • ti • •ticas de Machado de A~1!.> ~, • · · Mac hado viv;ArP · - enlão. uma ·• cxis~-.:-~cta lrisic "' rada. Filho y de um operaria. d e casas. : •. muito' humiid; e n,u ~o pobre. a ~~ .. grande c ris to e ve'!cen,lo d illculda– . . de:i inauditas, éónsegu;u fazer os _.~.. seus p.rirn~ ros· ·esturlos. Ve iu lhe e • gosto d.,~ lArosê' ma vo ntad e in- sJom'ita • d·é ' lc:r. 11 a sofreguidão .; . ;, J~risa em dtn• '6r• ludo que se ,. · Ih♦ d~pàf1H·a SJb ;,os olh, . E 65• sir,~"t."11~-çqu .\/\achado ,ma vià . como ájudi,#e . de fipo g afo d · imp rensa, oí:cial. s empre '11 lula com a erlve, ~1dat,e. sempre perse– guido da sflf'rte :' s~m enconlrar um •-afoigo . St'n -.char um · pro telor .. . • ·Conl t1qude seu genio r.elraido. 1 "'[· com ,1;1qu,.!r aspecto d espr-eocupa- '.J do, as •'..(as ma l postas. os ).o i- ,. . · sos nf11l•uúos d? recortes de jor- nal. e , loçla a hora, pelos cantos õf(n ~. ri rabisca r. nem a s iJTJpa l ia ,_, ~dos-_ p, opríos companheiros logr~: 'i! ~ • • va o1'ter Troçavam-no. Rid ic uJarr-. , • I zoiaik,,o. Nenhum o levova eril • , -i,.• • conta '- . ' U m dia, Machado, quando me-. nos esperava. é con\'idado a subir ao gabinelf' ~o d iretor. O chefe das oficinas queixava-se que o aeu lrabolho c11ão rendia,. Recla- ' maval}l conlrn a SUd des id1a . con– :.'teo o seu pouco caso. conlra os s~us hobilos de t>-;lar sempre m11 is cuidando em ler que en,. compo r na co,xa a sua tarefa. Aquilo não podia continuar assim. E o diretor era chamado a resolver ... Es5e encontro ia marca r na exis- lencia de Machado um pa:iso de– cisivo. O diretor da lmprensa e ra M1111oel Antonio de Almeida. o autor das Memorias de um Sa·r– genlo das Milicias. Grande a lma, bela inleligtncia, . homi;m · educado • e longe de. recebe-lo com hostili- dade il)lcressou-se pelo rapaz. In– terrogou-o com brandura. Informou. se de tudo. Ficou penalizad o. Coi– sas do des tino. Levado oo gabi– nete do diretor para ser admoes– tado <-'. 1a lvez. demi tido. sae de lã seu amigo e protegido. Machado cont1iva nesse tempo os seus 16 anos de idade. E' a epoca dos sonhos. A epoca dos amores AoeJar da dureza de sua sorte:. ele · sonhava e amava. faz1u 110 ar costelas maravi lho- ~8 - 7 - 1942 ·• , Cl@□'i1CDITI uil (!]!TI □~ sos. E a sua lira entoava v.ersos de uma infinita doçu ra. Alfredo Pajo l. que Ião bem lhe traçou a bi ogra fia, assina la o con– traste::.•Vencia um salario (um c ru– zad ~ . por dia) que a penas lhe dava 7 ·, ~-- OJAS nNIL ... flLIAL D( Do r essa mesma quadra . uma cantora italia na. a Cas a o ni. fazia no Rio 1.1rA gra nde estardal haço. O moço lipografo viu-a e e ncan– lou-,;e com elo. Era um absurdo. Era um cont racenso. Mas ê o falo que Machado elevou a Ião a lto os se us o lhos cnlevados. Donze la. esta vida . se eu tanlo p udera. qu izera te da r .. . . ,l Foi. talvez. o pdmeiro amó~o po eta. -Amor p lalorii:co . . Amor im– possível. Amor seát·. e~pe'r,à~ças. A peor categoria de , amor, Aquele em que se s enle na. àJma Ioda a indizivt"I amargura .Mscido d,, a h- , :_ ' solula certetl,1 de ·que . a·: paixão ·. . a brazadora ~ o ha 'de. ser' corres- : · po'ndida. '· · Macha do de Assis u'm a11ot1imo. Um pardo. -Um operofio.- Poderia lá chegar até e le a: ale11ção de ,.·. uma Casa loni /. .. Mas• o's · anos vão passando . . ·. 1855 . . : •1856. : . .. M achado. sentimen tal e ~riiôr-;,s·o . ia sempre co1npondo novos versos. J que a , Mõrmola > publicava'" ,. AI- .. 'ma recolhida e solilaria . di z P~jol. nutr ida da5 s uas tristezas inlimts, e nvolta nas sombras J<; duvida . ..., BELEm Pn·Rn' Machado de Assis é ó poeta da .. . • H H. . ,•ida interio r; encla usurado no seu sonho. estranho á 11~ilaçilo que . o ..__.,....,_ro deia. , Poeta filos ofo. tece •OS R ~,ano nLrRroo· AO ,seus Vt'rsos de secretas agonias.. .J H t t .'f .l. ~ numa forma de um brilho des lum- . ._ · br.ador, onde refulgem Iodas as , CD 'ga la!> e· riquezas da nos~a lingua- . gem.• na ·div ina fosçinoção da bele- __j•d , •. za pero I a • :' . . · , , para comer pouco e ma l. Muiliis vezes dormiu sobre ·u111 banco da tipogra fia .. E compunha . no en– tanto. versos como ·estes: Eu no divon recostado. lendo as p lantas no c uxin, e a bela c ircassiana. cur vada, perto de mim. as madeixas a rrastando no !apele carmezim. PARA' ILUSTRADO .Em· 1858 o.ºtipogi-afo da imp;cft– a. -oficial. passa a revisor de pro- as nas o fici.n as. dé Paulo 'P\ríi9. ""'- o is mezes · 'd epo is f und~-!e, . ~ • D iario · do Rio•.· O uinti~1b Bo- a iuva. seu 'amij;Jo e ~ni .a dmira- ~ o r, arrasta-o _,cons igo .para a .. re-'.. \· ação da fo lha. 1860. ·. .. ff.' ·o ono , de uma das ma is intecessanles pai- : ~ 1 xoes do fâmoso a utor de •Dom' casmurro•'. Ele tem. então. · 21 . '• . a nos. Ama. Mas a mulher eleita ' ,, d o seu coração d esilude-o 'rle uma < • m1111eira cruel. Imaginava-a uma. C • • ve-la o utra. E o poeta. ele mesmo. p rocura se enganar. iludindo-se a si proprio com o negar o grou de sua paixão. (Conlinúa na p{lgina JO) - 7- 'º o • • . ..

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0