Pará Ilustrado - Julho 1942 n.115

( 21 DE AGOSTO Eram 7 horas ela manhã. Os matutinos. espalhados sobri.– ll mesa por P-apai. qu(' já os lern e sorria. traziam esta coisa inau– dita: ,A.,lolfo Almeida foi condenado a 30 anos de prisão: ·mas. no momento de suspender a sessão. a ,·iu1·a Varela dedarou '"l !?ido a autora do crime. Ó a~:!assinado era um ,escroc, em alla escala. Aslolfo Almeida um allruisla abne– gado, . lnacredilavel ' E eu que pensara . Mas deveria ler visto 10$0 . nãt podia ser . . f Aquele ,molengo, ! O caso passara-se as!"im : A viuva Varel.1 (ness.i ocasião ,\r\adame Varela) acabara de matar. o amante que a explorava. exigin– do-lhe dinheiro sob ameuça de i.-s- candalo. · Astolfo ochando-se num com- ' . rlimento 1io ladc-, em condições í,·ancamente permitidas pela sua situação social. foi o primeiro õ :~\. ~hi,gar ~_. ::• Rapidamenlr. apoderou-se da or– ::: ·_. ma, assumindo II responsabilidadi.- do crime. enquanto 11 verdadeira criminosa se dissimulava entre os cutiosos e fugia · pôr umo poria falso, em componhia de outras da– mas ,respeilaveis,. fr'equen!i,_doras do bordel. Ele não a conhecia. Elo não o conhecía. Esperou que ele fosse absolvido. . Mas. a queima do livro com– plicara a situação. Deanle do resullad,1 negalivo. suo conciencia não ã de1x1na per- Grand J. ' . .,,. .. ;, .,_ Do · d·1ar·10~ da IJl~O.~ -t.qeiXO\I _lr!!Jisbti"~~~!, • 'I ;,.v .si'· · ,• . l~'r.: e~". 'inei.gl1f~~op~t-:-{oj1p.\.ll) -~~·ri.:; . -{_ l:.. v,.U\.~~ ";1~11,ÃLtfd~ .~m'ti~·ci. ,:.:.e . ~-~~9r · QU~u-t\f' _';. -:» (., -· ·ie~t,'h;,kff·~· ··---.. . ,;:-· •; ~ -~-· .,:;rf,t:·1.)4 ...· · ndb i~~aro\1.' iorri. --- ~ ~ =-·m ;1.:i_ ·' ,_. i:; ,:diAse. :f.· .- , ' 1~,:~ ~ . ' .'91 • • . . • e.. ~: . . . • .. ~ •- ). .,i Tr':' ' ": . . .,'.•, . -' ·• . . ·.·.·,··:'-';Nao neg. ,.-,Aslo'lfo. que voce ► ~- :- Crime ~· · :r: ·--~ . .... ~-- me ti vesse inspirarlo..,urn amor ~ui- ~~• · · ·· ··1 ·1 '(; ~ ~ ~ 1 ·, _: • _' ·,: •• ij'i,,!;lltn110: 0 pore;}l'"- . "" ' _' ! Jf 1 Lo11/in11aç_iio "f ~1: •P~if4f1. ·}2) , ;: . .,.~ --~~. ~-t.~ ~-º. cem ? ~ ~- . .. ·: •: " • · t i r . - .. .. ...:m. ,:,. 'ª piissou.;:" ~ ~ ,t.t.,que se• ,ri,nd,ç,1a11~ _,l.l,..,m..;i~o- , •. .••':~;,ÇolJl.o ?. !, ,:·t '-,','1- l -'' .... ~ ,.- • 0 . n ~ • .. _ · .. · ~ry-. ra. ,como, !:..Eu· ~mei O•~s- • li?., agora, .q .urnrl~ •e6Ul\'/C•'l1101·- ·• s~imo. _ o .• re-.-,olle.ilo_, · .? • ifomem • lo ,1:,. clij~ - IT1ª~ es~avanf\•!ojas>de san ... r-.lão linha· filhos .. , guc.. :E · \•ocê. · - meu tar<i ; : . ~ez . •. •. Si> ela. sofreria a c_ons~~uencia Wl1P,,,::~n~'é\ ,blag11i:',· · •·. • " •).: d~ leu erro. , ...:};~lfo .sçcri1~:'e: ~nquimto pu- ·'.>· Aptolfo sacrificara-se por pie- :-ta,'4;t~ ci~r~eir'~, y,o.-. ~e::.-to habi- dadl'. tual:·acrescenlei: · . · ) . p1·edade daqul'la mulher. que. _ · _r;;,..,.~Vor..it_, ~~i-~inC-\filr,' me · era • nem ao menos .sabia quem' era/ Q.di.0)}0:... 1 dey,_oj~;:a~~Cl,~me'i,q.i111µi- G uando tomara essa resolução. l.~•'i_~n_lo ~1Ja1ú,i.,ti'· pMê. ,.umar..he- o .A:slolfjl não conhecia siquer os n~ç~- -l}j.vof~ C!0Jn!Y:;;_fo ~.'suu;;;',&je. precedenles do criIT1e. você_ me é perfeitamente . . . des- Abnegação ! inler ;e.ss ~J:lfc.(PÇd'tiu~s. alé1._· -~•~a- N~ruismo ! rnaradioh~·; · qut-r? .: :. •~ B d 'd / e: " L ... on a e _ _.....-oeJõ. , ~-- _ .., • Imbecilidade. é o que é. , .Concordo)}. ape./'Jandõ::hi~ mão. E ela. de~- de salva, perdera- . .,>- .>a sorrir. · -,. .' ·.• se paro. salva- o ._•·' 1 ' Por enlre ·- uma nuvem ~!;pessi, Oue dois . . ,,. di.- • fumaça. _,que; lbe J envo(via o Sfto dignos um do outro. _!.,' rosto energico, divisei. rebr,lhando ld,olas ! ..( . · ao luar, du11s-golos crisla)i;'as lrans- , ·~-i.' bordando dos seus. olho~ meigos de 30 DE AGOSTO , :. . . homem bom: o lhos de Naz.areno. ., . ll~\ ~ lhos _d~ crudficado ' ._ . O luar escoava-se por entre 8 , ·• .• . lnsl111livamen{e, agjtcrç1-lhe a-~t',& -:t rnmag,:m das trepadeiras. ' · beço e beijei-o na F>o'c'a. com f,f~r~d ,.,.~ Conversan1mos. eu e o Aslolfo. civia febril. ~..- ··_{;.•·: : t., no jardim. Tinha o sensação de beijar:the • A luz baça do céo. romanlisava II dor. • a tepidez ambiente. no irregulari- E sentia um goso infindo dade geomelrica das manchas la- Ele repeliu-me. suavemente. com leas que irradiava. a calma rnergica de qurm se sente Aslolfo eslava emocionado. ~enhor de seus aios. Pegou carinhosamente minhas E desaparrceu dentro da noite . . s Fabricas KISLANOV e. Movei & IRMAO I>ot ( Ili ~\ew n, ,h 1, 1 >'> n•ml •1 n . ,s , o 1 'Co11ol ' , ~m le 11111 1 mdC."ácouoo clrn e h~L )0 ( l{ 1 - 34 - por~ lo 1 1 1 Ida> e-.trl) 1 >ali ,.-.;\ • 11 n- ftlõcoub< de rn en I(' i1 n 1WKõ uuLa ort lJ p «_<.1 !linda$ l , ~tlf n!•do )() lt ia e 4udlqu r e p;. 1 J , ,ve1• vrnJe ..., 1ililf!) 1 IJ'•}f. (:J •) [;l[:ll•)f:)t:} :111 i t •ll~I I'•) ~ P t l or ~ •.or f• t) lll .) PARA' ILUSTRADO I 1 ., 1 18 - 7 - 1942 ...... ..,, --

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