Pará Ilustrado - Julho 1942 n.115

-------------------e.-.:----,-:-------------------------------------- ... .. . Este é o· filme que abriu os olhos de Hollywood I E seguindo as p1ecros s • • . c , lrlldições da alma Crislã.-eA Sombra da ruz 1,- com John Beal. Mau.nce • Moscovich, Alberto Deker. Marjo_rie Cooley. sob a direção de Irving Pichei. • eA Sombra da Cruz 1, é um drama que revive a ~po:a das lulas " Cris!ia)1ismo pela liberdade de seus ideais. [B(D[l(D [D(D Meu amigo P olido ra da Silva era um marido exemplar. Tão exemplar que ,onlava irresfrila– menle com a amizade e o apoio de d. G ertrudes, s ua sogra, uma segunda mãe. como não se can– çava de repelir. -O seu lar era um seio de Abraão. Pela paz. é claro. Porque, o que o • Polidora ai nda não linha conseguido em casa. era descedencia. Um seio de Abraão; onde !C multiplicavam em hc,sanas e homilias. o riso da es– posa estremecida e sali"sfeila. e o côro das exclamações laudalorias : - e Ponho a mão no fogo 1 •.. Jc;s o é que é marido 1 . . . Não vê que o Polidora é d~sses 1•. .• E era. O Polidoro pautava o corri– culum de s ua vida. dentro dos ca– nones dã maior compostura. De casa para o escrilorio r. do escri– lorio para a casa. A' noite, raro. um passeiosinho com a Premenha. visitas á familia. um cinema e. só. No mais. vestia o pijama. calçava a chinela velha de courinho lan– çado e eUíe 1.. .• mergulhava. uma revista na mão, na cadeira almofadada de rodízios. Um exem– plo mesmo. o Polidora 1. . • Pre– menha não se cançava de dar 18 - 7 -· 1942 graças aos Céus por isso que lhe havia cabido por sorte aquele ho– mem, tão diferente, tão caseiro. Ião sem assanhamentos. Olhem só o marirlo da Juslina 1. . • aquele v~lho farrista que só entrava em casa depois da ir.eia no ite e só via os filhos. ás vezes, ao meio dia, quando vi nho al moçar em casa. O O s valdo, da Eunice, esse, nem se fala 1 • • • Duas casas. A civil e a militar. Duas cousas lou– cas que já !raziam o homem num torniquete seno. Nada chegava. la-st' lodo dinheiro: e. o pobre, eslava condenado sem remissão áqut>la vida dura e sem fuluro . Os outros qu~ ela conhecio, iam pelo mesmo conseguinte. Os mais san– tinhos, quando se via, lá vinha a surpreza: e-Fulana, a amante de sicrano .. .• -O que. menina? .. . Mas isto é mesmo sério ? .. . - E então? .. . Você pensa qu!! ha muitos Polidora no mundo? ... Oue você deve é levantar as miios para @ Céu . . . Poucos . maninha. poucos como ele . . . A Premenha. naquele dia. quan– do o marido entrava , sentia um enorme o-gulho . feito de salisfo- PARA' ILUSTRADO ção e felicidade, ão ser beifa– da, respeitosamente. na lesta , por aquele jus lo. E não falava. Não contava as misertas que ouvia. Das lagrimas e das queixas de s uas infelizes amigas. Mesmo por– que, o P olidoro. era muito severo para aqueles assuntos. Não con– sentia aquilo, aquelas torpezas. em · sua casa. O que ia lá por fóra. parava no balente. e-Não lemos nada com a vida dos out ros ...• Como ele respeita va aquele lar 1 Ouando alguem que ainda não sabia do genio do Polidora. loca– va naqueles assuntos. ele fechava a cara. fazia um gesto de nojo imenso e a converso morria. E os ar.os passa ram. Anos cheios de uma s uave ventura que Ioda faziam da Premenha a mais feliz das esposas da !erra. Anos que mais e mais robusteciam a sua confiança no marido · engros– savam a aureola de santidade na cabeça do Polidora. . Tão grdssa que. um dia, pesou demais, e o pobre ado~e:i. Cousa grave Não valeram ao homem aquele regimen Ião gabado que era o traço grande de s ua vida. eEx!rav.1gancias .. . Matam-se cedo esses infelizes... Olhem para mim... Farras, mulheres. não l'ão comi- go... • . Mas. lodo esse cuidado, pouco valeu ao Polidora. E qvando o mal entrou, foi para o derrubar. Dias amargos aqueles parti. a Premenha. Como? 1 Iria ela per– der aquele companheiro, Ião bom, Ião dedicado . Ião somente !>eu ? A sua casa era uma desolação. Ela e a sogra. já não tinham mais esperanças. Nem elas• nem os me– dicas. O Polidora eslava conde– nado e-E' isso, mi nha amiga . . .• o que é bom não dura muito ...• E não durou. Numa noite muito cheia de angustias e desesperos para lodos. o P-olidoro. cançado de so– frer, entregou a a lma boo e santi– ficada por uma conduta exemplar, ao Creador de !odlls as cousas. A Premenha sentiu como se um ca!aclisma · houvesse caido sobre sua vida, E agora?! .. . Mor!o o Polidora, pareceu ·en– tão que. a sua virtude aumentava e se espalhava mais forte que o incenso e o cheiro das grandes ve– las de cera queimada , pela sala morl uaria. e - Meus pezctmes, d. Prernenha .. .• E . lodos se permi– tiam costumeiras louvaminhas ás qualidodes superio res daquele ma– rido que linha corla do o bolo do Ceu. X X X Então, aquilo aconteceu. Brus- ( ConfinútJ na p tJgina 26 ) - li - • • • • • • • • • e . . . . ·•

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