Pará Ilustrado - Agosto 1942

-- .' ~·.t ..._:· ; 1 , . .( , . . . • .- , • ;- I .• . ·- . _... . ,__;,, N~gro lpolilo. era ~-._l ipo perftj- , •:,,fo ~ moleque Ira quina. Peralta. por iiid6Je ·e por natureza. jama is • . deixou,• um dia siquer, que se não • afedsse com • a· pedra de lckj ~e as • •· 91.irras que recebi&' de sua mãe. a 00 1'\i:.gr'a · Ma,.ia. IMpdeira <;!e j:>rolls– sfü>, que se e.Mia l!rre.peódida de pos,suir o diabo.. como filho. Drn rr11 · o espancqpienlo que o traves– so infi.ingia a bs garotos do 'seu 0 lope,: vezês o·utras, eram vidra– ças partidas ou vocabulario imun– do ás pessoas qu-a· · o advert iam pelos seus erros. Enllm , raro er o dia err. qu.e Negro lpolito n duas ou mais vaslas surras ·11 n deixava a negra Maria com nervos' om panda recos. . . Não· havia roupa que o càpel-a do negro levasse para distribuição. que nào a entregasse suja ou · amarrotada. No entanto a preta , Maria não linha coragem de sepa– rar se dL' traquinas . mas as amea– ças eram .de lodos· os die,s . - ,Negr~ 'do diabo, ou tu endi– reitas, ou eu te interno na Mori– .., nha •. Ma~ .o riegro era ruim mesmo e não endireit.ava nuncr. e continua– va peo r do que Satanaz em vcs– per , de recepção no i11Íer o. · orla vez negro lpolito furto uma cedula do mercieiro· da es quina. Foi um ••angú, dos diabos. parecia que o mundo vinh~ abai– xo. O •seu• Joaquim (jlH!St vira }udo do a\•es.<10. foi ~ preta i\\,'l ia e lhe . asseverou• qu e dessl'I ve.z o pequeno itt mrsmo para Cuhj I· ba . mulherzinho . to,f da. parcr cio ·ntainho il roximaçlio do Gavião. ficou alhlo, subjugada 1 Não sabia o que far:cr: por ll arranjou o dinheiro que o Ou·11ca se dizia furlodo e lhe implorou -cNão. •Seu, Joaquim prenda o meu filhinho . . Ble é maµ .. · Deixe estor (JUe eu •inll"rnli ele. na Marinha. T o seu d111heiro e esteja ce_rlo que ele não lhe aborrecerá ma, •. - O •!C • Joaquim. tendeu ... E.nrti,tanto isso, ne-gro lpolito ,911- dava 'or ido, nir.guem sabia noti– cias dele. E a pobre negra ~ra quem sofria. Na segunda-feira, proxima. surg com a cara mais lambida desle mundo dr 'bolico negro. Suõ mãe in ontinenli fe- lo lrocar de roupa t: disse-lhe que iam ao me– d i::o. oi preciso c11gana-lo, pois do co11lrario ero •pernas pra que l - 8 - 1942 ' . .~ eu te quero•. Com os olhos em lagrirnas levou-o á séde da Mari– nl)t. · onde se infernavam meninos inc.orrigiveis. Lã e, regime era de eslu~o. trabalho 'e disciplina. e a ""•· . fl LIA L Di; . .. BELEffl~PARJI' R.JOÃO nlíRtD0.49~ (]) a · ~us'e~dia do peralta. cérlo de que de lá. um dia, de iiairia um fa1i'nem perfeilo. X X X · Neg~o lpolilo. apezar de terri– velm·enle lraquinus. era bem inleli-. génte. · Entrara para a M9rj.nha com ' 9 anos e a.gora. conf 24 anos. já era 2° sargento telew~fis– ta . Cresc.cra muito e se torgara um rap-agão forte. Ombros c~p~– duados, cinfurtt ,fina..bra'j'O~. . ctljos •, musculos viviam procúrarido p,ele, assim voltava o nosso heró·~. do Rio. para onde fõra :1 .cnos l~go após á sua entrada na M!!'ri1\ha. i;,ara servir nest .-l;st~do. ão ati– sara ninguem 1. : . ܵeria Íázer surpreza . . . E logo que ob(eve li– cença. '. dirigiu-se á sua velha casa. no Juq.rnas. Ouando chegou. jã os moradores da vizinhança que o virbm passar. estavam curiosos para saber quem era oqutle •Ott• cial de marinha• com oquela fa rda bonita. bigodinho aparado. bonitão mesmo. . . uo mãe eslava . nesl momento ~ t O . horas da manhã. cur \'ada sobre o antii:(o barril. onde ele, varias vezes, linha la\·a– do os pés para ir a seus manda– dos. inutilizando Ioda a agua que ela a cuslo de tanto trabalho. linha carregado , ê!n poço da viz1 ha, uma preld velha de nome Rairnun– da que, apezt\r de facilitar a vida da colegtt, dando-lhe agua. recla– mava sempre. - e que lhe valera boas surras. Negro lpolilo sorriu e continuou impassivel. ao portão, relembranrio todn aquda vida de 15 anas alraz. Sua mãe continua-. va sobre a fin a e esfregava . des– preocupada, uma a uma das peças de roupa que quasi enchiam o va– zilhame. O rapaz poude então no– tar que ela usava o sabão pintado . marca • Lontra• . fab · •Rq~a-. ....,.,,___ Cruz• e que lhe garenti6 exilo __,.....,._,;_..._,..,_i..::a1no11uco_._,,c, absol u_lo na lavagem e satrsfoç6o cmuchinga, É! vonlbde. Não houve remedio. negro lpolilo ficou e a · pobre lcJvadeira vollo.u só. Os primeiro dias foram horri– veis para a pobre mãe; ela sentia saudades alé mesmo das proprias agonias que o filho lhe pregava, mas comó diz o adagio ! - «não ha mal que sempre dure e nem bem que jamais se acabes - muito cerlo, aliós - ela se habituou com PARA' ILUSTRADO completa de súõ freguezia, -.~evid ser um produto que al11ela a rou– pa c;om facilidade .e npó• 1he dani- fica o tecido. • • : Negro lpolit? resolveu .manifes– tar-se e ~rilou : -Alô ,molher, 1, .. A ~egra Maria voltou-se, llesi- 101.1 um instante e grilou. {ol)'lbem : -filho querido 1 E os dois sê enlaçaram num só ( Confinúa nd pttgina J0) -7-

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