Pará Ilustrado - Agosto 1942

dil , iria :báler• na igreja. No-' demais ·•.difls. quem pretendesse eii– contrar o negro lpolilo, á noite. era só procurn-lo nas proximida~ des da casa de .Benedita ou mes- · mo em casa dela. Negro ·lpu1ito eslava cegamente ..ip,a1xonado .• '·f,?elo seu •Venus de Medieis •.. •5é,;éJ1la gostava do ra– paz, mas· viv.ia · ·:c-1ernamen le numa indecisão absoluta q!tanlo ao ca– samento qu_e o rapaz queria reali– zar, devido a sua cor Ela era bem mai .cl~i-a que ele. .Não linha, no enlo_nfo, coragem de romper. em virluqê da incerteza se encon– traria ou. não oulro para casar-se com ela. Enquanlo isso, negro lpolilo fozia ernçiomia e prepara– va-se para casar-. Vivia iludido de qut·. a sua deusa o amava tanto .quanto ele a ela . As cousas iam nesse pé, quando negro lpoli{o recebe, no Departamento , uma car– ia anonima, avisa ndo-lhe de que Benedita se enarnoraTa de um ou– Iro e que lodos os fins das la;des com ela se enconlrava na Praça da Republica. Negro lpolit o não quiz dar credilo, mas rrsolveu cer– tifica r-se da verdade ou mentira da informação. Oual. porem. a sua surpresa se verificar de que lá eslava a sua Benedito em com– pllnhia de um ,gajo• , mãnzi nha':i dad.,s, num .fool in.g • dolente, m(ls significativo. Para negro fpolilo. oq uilo foi como se o mundo fu. gisse de si. ficara pairnndo no espaço por alguns rninufos. Depois readquiriu o controle e ficou pen– sando a \'er se encontrtH·a o ,porque• daquela !ra,çao. Como, se ele a lrala,·o N rn todo o des– velo. O seu pnmt:iro ;mpelo foi de avançar para ombos e trifura" lo,. Mas foi forte f! se ma nleve plmo. Resolveu. a srguir, agir de modo mai-; diplomolrco : pen– . qu~ ,!ev,e_ri;1 lutar para não rickr r.r • U"õ. amadu. ,t/ jltõu para <: sa desorientado . A' no~le.,.tomo - de costume. negro 'lpolílo cg.mpareceu á pr:s~nça da llÔIV!!. -f3oo noite 1• .. -Boo noite, querido . • . -Ouerido? -Sim I Não é como eu o !ralo? -Expressão puramente hipocrila, -Como. lpolito ? Oue foi que aconteceu? Por que você me Ira la ossim? -O que foi que você fez hoj ã lardinha? -:Estive em ta.sa de minha ~a,. drinha Raimunda. por que? -Onde tnora essa suo ma rmha? -Na Piedade ... -E de lii para onde foi vocr? -5 194 . .. • - Vim dirrilinho pra casa ... -Não. não é verdade. Você foi á praça da Republica se en– conlrar c'om um homem. -E1,1? 'Nunca. querido . . . -Niio ,minta. porque eu vi com os meus oroprios olhos. . .. <•-Afirmo de que 11ão fui encqn- ·· Irar-me com nenhum hom'!m -1 · · · • - Não persisla na mentira, Você -': · foi á Praça da Republica se en– contrar cnm um homem ! .. .· . - Não fui cncontrnr-me com; nin- · guem . . . Eu passava por lá ; encontrei o meu primo Mundi'co e então passamos a conversar sobre voéê mesmo . , . ~ como nunca me falaste so– bre este leu primo ? -Ora . . é . . . porque mamãe não se dá com ele e nem consen– te que ninguem fllle com ele, e quando se pergunta a seu respeito ela diz até que nem o conheci:. -Ah l . . . agora compreendo ... Sim. negro lpolilo, compreendeu ludo, ml\s queria era prendr.r aque– la mulher que já representava a i- 1 o mêlhor café ·do mundo e • é o do Brasil o melhor do Brasil é QO CAFE' GLORIA A' venda neste conceituado es!abelecimen!o o AVENIDA PORTUGAL. 27 BELEM-PARA· guma cousa na sua vida. era parle de seu . proprio Eu. Enquanto o amante lorlurado procurava escon– der o seu conhecimcnlo na sua .desvenlura. sem forças para 'b'llriir ~e seu cerebro aquela mulher· ·que . .futuramente só poder-lhe-ia ofere– . é:er desgraça·. Benedita· encarnando .. ~- au!enlicidade ,~o- espirita femini- no. · enganando e formando proje- • los de fu_ga cr9m o outro, cuja cor era superi9r a do marinheiro que ll idolatrava. ela planejava fuga. temendo do ~egro lpolilo uma vin– gança· cruel mesmo que ela de– clarasse ·a verdtJde. Poucos dias foram de apreen– são para ambos. pois, logo de– pois. negro lpolito vê-se sur– preendido com t1 fuga e casa- mento de Benedita, com ,.um suie1- to alôa. Aquela cerlern o desnor- !eora complelamenle. Hesil.ou sobre varias planos que traçara no de- . sespero daquela aílição se{Tl liCTliles . •.• . . ' . ', e indescritível. A principio q'uiz mala-la mas essll idéa folhou. F...r-. ·. ·,.• ·, mau-se enlão em seu cen-brp '.à. • :. ·' :· idéa do 5uicidie1. O pobre lpolifo, '. · triste e tJbalido. sem forças para . ·. -, ; \ combaler Ioda a especie de idéàs .: • ~ : que focam o cerebro dos seres · humllnos nos momentos ter • ·eis de desespero. se deixou ve Sua pobre mãe ludo fazia advinhar-lhe a causa do sofrim mas debald~ porque ele nada ei- xava transpirar. a não ser o aba- ,.._ timenlo moral e fisico. ,: · . \ · Completamente dominado pela · , · idéa do suicidio. ele deixou o seu •' 1 · ·, maior leso.1,1ro na ferra: a sua mãe. · ~- i • t .,.~ Dois mezes depois, negrn Maria • : · • enconlravtJ-se ' chorando, ainda mer- gulhada no sofrimento St'm iiual. quando ouve perfeitamente o filho perguntar-lhe: Mãe querida, queres vir comigo? Isso aqui é muilo lindo . O que a prela velha res pondeu ninguem o sabe, mas no dia se– guinte o seu ,,.çspirilo se reunia ao do filho querido - negro lpoli!o. . ,. .. . . . . .. 'tJ ~~ de ~ (Ú),• .. -j}aú • BOA FAMA . Calçados que resistem á ação do tempà '•.;. Calçados que representam pela sua eleganci · Gosto e Conforto Calçados que não fazem calos Baratos e Elegantes Calçados para todos os gostos e pilra todos os preços .,, :J PARA' ILUSTRADO - 31 ..

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