Pará Ilustrado - Agosto 1942 n.117

.. J-\ D·Ü'IIDA --------------------- Mas não. Sorri. Sorri duranle lodo rtslo da noile ~ fal ei de coi– sas indiferenl~s. lriviat>s . a té que minhns amigds se despediram e fi– quei só com Sergio. Abandonei então a mascara de minha frieza e inlerpt>lei aspera– mente Sergio :· -Agora podes falar! Agora vélis dizer-me qual delas duas é lua· amante ! Sergio fez um geslo de eníado. olhou o relogio. e. com geslo de cansaço. respo ndeu-me. -Previno-te que já J ma is de meia noile. Amélnhã leremos tempo de sobra .para falar de tolices. E ~ncerrou-se em seu aposento. Naquela noite tive febre. lmpos– sivel conciliar o sono. P ermaneci sentada na cama ·a rnakw p'lrte dõquelas longas horas de ;,,s ,nio e euvi f lavio tossir' varias ve'zes. Pela manhã. mandri • ·"unar o medico e inl'inue1-lhe que a eslal ção era demasiada fria para a saude ê:lo menrno e que lalvt>z fos– se conveniente lenl-lo parti passar uma temporada .•' em a lgum laga r menos frio. O medico fo i da mes– ma opinião e assitl) o manifestei a Sergio que -pareceu a legrar-se com a minha deci!'ão. E lu, dez dias que me acho aqui. Dez dias que não durmo. atormenlada pela du vida. Dez dias eiTI qCJe repilo incessanlemenle a mim mesma esta pergunta: ,Com qual das duas? Com, qual?, ... Irene linha-se levantado. adian- \ ., ( Continuação da pagina- 4-) • !ando-se até 1 á varnnda do terraço. onde s uas mãos se crisparam nos barrotes de ferro. como se quizes– sem parli-k>s. A nossos pés. as ondas rebentavam contra as dorns. rugindo frenelicas de impolencia. Irene voltou-se. inlerrogando-me com os olhos. Mas eu nãd soube ou não quiz responder á:iuela per– gunta. E disse-lhe : -Aconseiho-te a que procur,s esquecer . .. - lmpossivel ! lmpossivel ! - re– plicou-me com incontida exaltação. E' nccessario que eu saiba! E' preciso afogar es<,a duvida que me mafa ! . . . Sê boa Clara I Tu conhece11 Sergio Ião bem como eu . . . Tu podes dizer-me se é verdade que me atraiçoava e com qual dRs duas. Medita um inslti n– te ... Sim. . . Reflete . . . Analisa o que eu te c0nlei . . . E. depois. dize-me o que pensas. . . Dize-mo sem medo ... Deteve-se ansiosa. crai-ando os olhos nos meus · 11.1bios . como para ler neles a palavrn que C'lperava. Mas eu calei-me. f\Jão me a trevi a dizer-lhe o que pensava. Minha convição era .simples. clara. con-• , cisa. Surgira em mim desde o , -. principi.:> da narrativa . .. E não me podia restar nenhuma du vida. porque. com efeito eu co– nhecia Sergio melhor que _Irene. A verdade era demasiado á.ura. no entanlo: meu primo atraiçoava suB esposa com as duas nmigas . .. R l•ARA' ILUSTRADO ~~ .,...,,...,,..,.,~-"'v..,,..,,..,y..,....,,...,,..., E' o Brasil quem le chama. Vai meu filho ! Aqui lu nasceste. aqui tu viveste. Isto é o Brasil : - --Olha como ludo é belo: como fodo é verde: olha os campos. olha o ' gá.do. olha o rio e as flores . . . · Avenlureiros o cobiçam. Vai. meu filho / Lulu I Defende-o/ • Cada gola de leu scngue regorá um palmo deste solo ferlil. Parle. meu filho 1 Esquece os prazeres desla vida e le joga ii luta. decidido. afo,lo. des1emidamenle .. . Has de ver sempre ao leu lado. um vulto palido que serii · o leu companheiro insepBravel. Sou eu. meu filho, . · , que em cada passo leu dirii _: E' o Brasil quem te chama. Vai, meu filho 1 PUNJO O. CARVALHO ♦ ♦ ♦ ♦ ♦ ♦ • • • • • • ♦ • • ♦ • ♦ Estação de repouso ; ,. Em GUARAMIRANGA. com um clima spudavel. 850 me– lros de altitude. a Pensão Santo Antonio. de d. Lili Nogueira. constilue um ambiente propicio ás pessõ'a~ que queiram repousar. Trolamcnlo familiar. otimo pasirndio. e rcp<>U'IO absoluto. -, . . \ . • ' ·" * 15 - 8 - 1942 , •

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