Pará Ilustrado - Agosto 1942 n.117

• IUft, llllllllllllllUIIUIIIIIIIIIIIJllllllllllllllllllll~lllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllll~IIIIIIIIIUIIUIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIUIIIIIIUUIIIUI Eles nasceram num ;·ecanlo de natureza infensa, feilo de dor e que só respira desgraça . . . Por isso fogem, esmagados, num exo– do lrag!co e miseravcl. ansiosos por um momento ao menos de fe– licidade. que deséonhecem á cruel– dade do lãlego da Sêca. Oueima o Sol, bem a pino, flagelando Do Nordeste as planicies desoladas ... Não ha vida . . . Nt>s bosques fenecidos Ha somenfe caveiras descarnadas. Paira o corvo no Espaço farejando Esqueletos de corpos ressequidos, Cujas vidas a Dor fez desgraçadas ... Morre a tenra plantinha. a Roble imensa. A verdura não brota em lal deserto t Não ha linfa nos campos . . . E o heroico Lavr&dor, por caminho ignolo. incerto, Faz-se ao mar cio destino . . . A · s ua crença. Sua fé. seu fervor, seu peito estoico, São mendigos da Paz sem pouso certo. Corre a nave dos sujos rniseraveis Ao sabor de um cruei t' triste exodo, Sopra o briso do Alento, l' ceu formoso Se lhes mostra no mois in~onle engodo. Pingues plagas nos ermos insondaveis Esslil gente procuro e é doloroso O seu brado de luz num mar de lodo. Do horizonte na fimb:-io luminosa, Imponente no mundanal do Norte, Terra mculla desponla e nela ancora A Esperançd da turba ao léo da Sorte : Após longo penar. errando ansioso, Essa gente descança, anhelo e coro Num recinto de Paz, longe da Morte. :;;· ! . . Mundo de ag Magestoso , de luz. desconhecido, de verdura ! . . . . ' . Tu és bem. Amazonia, o céu bendito Pelo qual essa gente anda a procura. · • Abre os verdes portões, torrão querido, Do solar !eu imenso ao ente aílifo Oue te busca, faminto de Ventura! f az-le grande. planície verdejanie, No progresso do leu rincão luslrino, Faz-te grande ~ o Brasil leva contigo Nesse adejo lucifero e divino! Oue o arado teu solo exuberante Vã· rasgando, apagando do perigo Negra crençf.l q..Je obumbra o teµ deslino. Nordestinos, heroicos combalentes Das areias ferventes e ominosas Aportai vossa na~e. em frente, ~vanfe /-:· Desbravai estas plagas dadivosas 1 • . . · Vinde, vinde, pioneiros persistentes. ·· · · · C'o cabôclo formar zagal gigante, , :: ~ · .. Paladino nas selvas misteriosas/ Transformai esfas malas invias, densas, Em vasfissimos campos de cultura, , C ultivai este solo, ao vosso ardor . Nascera dele um reino de forlura · , · O Brasil a sorrir, nessas imensa~:·· · Extensões de terreno em pleno alvor Sua Gloria verá donosa e pura ! Ouanfo a vós . . . De um exenfrico matiz. Deslumbran{e de Amor. pleno e feliz, Um olimpo tereis na Dor futura! ... . ... ANtHERO SOEIRO 15 - 8 - 194'.l PARA' ILUSTRADO ·- 29-

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