Ephemeris, v.1, n.1, agosto de 1916. 115 p.
c(n1 jonlalisfa do fem_po de .Eericles Causará extranheza a mais de um critico acostumado a não levar, além do "l\Icrcure" a geneàlogia da impreusa, o nome de jor– nalista applicado ao grande comico Aristophanes. E, entretanto, é o titulo que mais frequente brota da penna dos sens innumeros ex– choliastes, dos historiadores que lhe esmiuc;am a obscura vida, dos curiosos empenhados cm descobrir a chave dr.s snas allusões, o por– que dos seus oelios vigorosos e persistentes. Achamo, que a tracfü;ão tem razão. Sem duvida, o jornal ele Arisiophanes não sae elo mesmo mol– de que os nossos modernos orgã0s de publicidade. l\Iclhor lhe calie– ria o qualificativo ele "bi-nnnual" que o ele "eliario". Só de seis em seis mezcs, nas duas festas de Dionysios, os poetas comicos, nasci– dos das orgias bacchicas como Aphroditc da e1,puma do mar, snjei– tavam ao julgamento do povo as suas prorlucçõcs variadas, anciosos de merecer um dos premio!! reservados aos vencedores e de ouYir o s-eu nome saudado pelos appl,msos ele todos os gregos, antes de ex– plodir, de brilhar qual mctcóro, na successão infinita dos secnlos por vir. Mas, em compensaqão, a divulgação elas idéas, dos artigos, se nos permittem o termo, ele Cratinos, de Eupolis, de Amipsias, de Aristophanes, era a mais larga que um auetor possa desejar. O thea– tro de Athcnas, se não nos engana Platão, continha até irinta mil espectadores e, no tempo das solenniclades, não apresentava nm Jogar desoccupado. -Vinha em soccorro dos míseros, no principio da republica, a gratuidade das representações, no tempo de Aristopha– nes, a solicitude do Estado que punha á disposição ela plebe fundos J)Or assim dizer sagrados que a pena de morte resguardava das in– vestidas interesseiras. Constituíam o orçamento da arte, intangí– vel, sobranceiro á eloquencia e ao poder. Não nos seria difficil escrever ~obre a obra de Aristophane~ erudito, intcrmino e massudo artigo. Ablrndam as fontes de infor– mações largamente abertas a quem pretende acompanhar o desen– volver gcnfal da comedia antiga nascida no regaço de Pall as. Os nomes de Deschallel, de du Méril, de Jacqu rs Andri\ de Tcrté, ele Schneegans, e mil outros, são familiares a quem se dá ao estudo das cousas hellenicas.
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