Ephemeris, v.1, n.1, agosto de 1916. 115 p.

86 EPHElvIERIS "Para la accr.üuacion, so,o eu verso se sabe fijamente el modo d~ pronunciar el autor, sobre todo si es algo antiguo ... " (23) "De modo geral direi que, para se apreciar qual ei'a a pronuncia do latim, temos varios modos: a prosodia dos poetas, as noticias dos gramma– ticos romanos ... " (24) "E' no verso que nwll1or se conhece a accentuação das palavras". (25) Isto posto, seja-me permittido perquirir dos poetas latinos e portu– g ue:1;es como pronunciaram os vocabulos em discussão. Examinarei cada uma das palavras de per si, determinando a accen– tuação com que entraram no verso, comcç:ando pela poesia latina, porquan– to o escandir-se ella conforme a quantidade das syllabas que formam os varios pés do metro, delata de modo irrefragavel a recta pronunciação do vocabulo, qualquer que seja o seu logar no verso. B'Jtav1,; não se 1;:,, dt"purou á perfunctoria pesquisa a que me ft>ns– strangeu a exiguidade do tempo votado a este trabalho-uns fugitivos ilias ri.e ffria8-em poeta da phase aurea da latinidade. Tive de contentar-me como um cantor do período em que a grandiosa língua de Cicero e ·vergilio '3•:. despenhava no torvelinho da decadencia -Juvenal-que, aliás, é, como homem e como litterato, um obstinado con– servador das nobres qualidades elos tempos elo apogeu da cidade de Ro– mulo. (26) Na satyra VIII, inf.ituladn Nobiles, em que tão severamente verberou a empafia ridicula dos que, sem merito pessoal, alardeiam o prestigi,i e a foma dos parentes, ba o seguinte verso: H-ie petit B'ltphrCTten ju.,;enis, domitique Batavi. Formando as duas ultimas syllabas de Batavi o espendeu por que ter– minam todos os versos hexametros ou heroicos, o a de ta é longo, o que pcs– inla indiscutivelmente a pronuncia grave da palavra. Passando ao vernaculo, depara-nos Manoel Thomaz no seu poema Insulana, editado em Antuerpia cm 1635, a estancia 186 do livro IX, em que lia o verso: Conquista do Hatn.ro o de São Bento. (27) Sem a. quarta e a oitava syllabas tonicas, o que, como se sabe, lhe dis– pensaria o acento da srxtn, es:.e decasyllabo (28) ha de por força ter, como 1pm, esta syllaba tonica, o que, como em latim, confirma a accentuação g-ra– -ve de Batavo. 23 )-R. J. Cuen·o---A.punlacione., G1·iticas sobre ,! Lenguaje Bogotano-Bogotá- 1881-apud l\f. Barreto---N. Rstudo•-png. 20. 24) Leite de Vasconcellos-Obra cit., pagina 453. 25) Filippe Franco de Sá-A. Língua Portugu,za--Orthophoni.a-pag. 88. 26) ,Juvenal-Golleclion des A•uteurs La./flls-publiée •ons la direction d.e l\L Nisard -Paris-1875. ~ 27) Não co11heço o poema ,Ce :Manoel Thomaz. As informações. que tenho respi-.. guei-as em Mendes dos Remedi,os-Hf~toi-ia, ela Litteratnra Portu11ueza--quarta ediçã.o– Co'imbra-1914-paginn. 362; e no Dircifnw;1·io de Domitt·gos Vieira., que incoherente,– mente, sem aUentar no rl1ytl-1mo do viro.·so que transcr"eve, dá a ba·tavo t1.ccentuação propa– roxytonica. 28) Na contagem das syHabas metrioas e na denominação dos versos quanto ao se1t nnm~ro, sigo o Tratado de rnetrificaçiio ceJ A. F. de Castilho e o de versificação de Olavo Bilac ,e Guimarães Passos, que não a maioria e.e trata-0.istas e philo!Qgos, que, tomando por typo os versos graves, até c11ja ultima contam, d·enom'inam, como se tambem o fos.;em os versos agudos e esdruxulos.

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