Ephemeris, v.1, n.1, agosto de 1916. 115 p.
1. EPHEMERIS V A dançarina airosa, esgalga e vã, Dança, Balança A gaze branca do seu corpo tstuante,, Num rythmo impreciso E doente ... Accende, na penumbra, os olhos de aço ... E, alluc,nadarnente, Vae modulando a cada passo : « Iokanaan ... » « Iokanaan ... :., « Iokanaa:n . .. ~ ARTHlTR DOS GVIMARAENS BASTOS · L.uca11.o e o estoicismo , I 5 Lucano é, na historia antiga, uma figura saliente pela fortuna, ).>Cio genio e pela mort~ tragica e bella. Foi um poeta e um mundano -cheio de vaidade e nobres aspirações. Sobrinho de Seneca, o grande ~noralista, passou sua infancia no" paços reacs como companheiro e condiscipulo <lc Néro. Ambos pot>tas e <lados aos gostos litterarios, apesar <la distancia do nascimento, ligaram-se por estreitissima mni– zade. Néro, subindo ao throno, elevou Lucano, poeta, orador e advo– gado ás maiores alturas do imperio. O genio do moço favorito abran– gia tudo e tudo dominava. Néro, que tinha um notaYel talento de poeta e de cantor, entrou a olhar com ~iumc para as glorias litterarios de Lucano. Cada um dos triumphos alcançados pelo poeta, era um novo abysmo que se ca– vava entre elle e seu antigo condiscípulo. Néro, por fim, desterrou Lucano. Na sua solidão campe.stre, nesse mC'io no\·o e extranho, Lucano dedicou-se com entlrnsiasmo ao seu poema épico «Pharsalia», eujos primeiros cantos tinham pro,~ocado cm Roma os mais sinceros elogios dos entendidos. _ Lucano, porém, desterrado, guardava intimo rancor contra Nero. Quando Pisão ideou a revolta, que tinha por fim a deposição do impe– rador, Lucano foi um das mais enthusiastas adherentes. Descoberta. .
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