Ephemeris, v.1, n.1, agosto de 1916. 115 p.
I ,.._ EPHEMERIS Terrn de minha mãe! . . . patria dos meus amores! .•• Deixa-me celebrar os teus velhos rochedos! ... Os astros do teu céo !... os tPus campos de flôres! ... Todos os teus j arei ins !.. . todos os teus segredos! Deixa-me celebrar os rios abunrlantes Em cujas margens de ouro os passaros gorgeiam... E o nocturno jagual' das florestas distantes ... E os nervosos cipós quo ás arvores so enfeiam .. Deixa-me celebrar as auroras vermelhas Que vestem de esplcncfor os teus mal'es augustos! E os enxames febris das lúcidas abelhas, Topazios aàejando em torno dos arbustos ... Grande botão de flôr que apena6 desaiJrochas ! Taciturnos perfis dos recifes esguios! O' zimborios de luz da"' afastactas rochas Que ensinaes o caminho á prôa dos navios! Recebei com brandura o meu final gomicto E cuidae de colher meu derradeiro olhar ... Vós· que fostes um ll1 o meu berço florido Sêde o tumui o, um '\ia, onde eu vá descansar! Pois tudo é tel10 aqui! ... os céos, os horizontes. A planta que -rasteja e as garças altaneiras ... Ha suspiros de amor nas lagrimas das fontes, Ha gritos de paixão na voz das cachoeiras! As nossas mães aqui sorriem 8atisfeitas Dizenrlo-nos canções tecidas de esperanças ... Sobre a terra uifo ha mulheres mais perfeitas. Para embalar um berço e falar ás creanças ! Sobre a terra não ha, entre tanta creatura, Quem mais belleza saiba entre os sorrisos pôr ... Nenhuma tom no olhar essa infantil doçura Que entra nos cor3<;Ões como um boijo de amor! 61
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