Ephemeris, v.1, n.1, agosto de 1916. 115 p.

EPHE~IERIS 59 p·esentc, a destl'niçKo vandalica do passado, a Duncan encerra ·na sun pe1'í::f!.'l'jna flamma vital alguma cousa de prodigioso e divino, qtie ha de sobreviver ao flagello de toda.s as discordias, ao C:xterminio d:e todas as sangueiras, ao diluvio de todas as chacinas. E' a sua maravilhosa arte da linha, da côr, do gesto, da attitude, da harmonia, da graça, da elettrricia, da for– ça, da belleza, todos esses attributos plasticõ'S e estheti– cos de perfeiçào que a dansa, a sagrada oliveira dos gy– mnasios athc:niens0s, npparelhou para o triumpho apo– theótico dos jogos o]ympicos. Ao nosso i1tcuravel séstro de contrafacção do puro athleta helleno, J.d1o (:orno Adonis e forte como H crcu– les, atendo-nos a g1·oss<::iras e vulgares deformações de músculo como regímen tntellar de regeneração physica, pela violencia e pelo excesso de exercícios absurdos, e a11te cujos cánones inexhoraveis a Linha suécumbe e a ] 1 órma degenera, a egregia dansarina, quB devia ter feito, numa remota transrnlgração, as delicias exigentes de Sophocles, oppõe ◊ -~0,stema classico,-e todo suave e lo– gico no seu harrnonito rigor-da esbelteza, da agilidade, da flexuosidade, ela de]]cadeza ·e do rythmo, que povoou de másculo esplendor a antiguidade fabulosa, unindo no mesmo encanto sempiterno o fuste dos capiteis, a am– phora das fontes, a gr-acilida9-e da mulher. Alv:es de Souza -· -

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