Ephemeris, v.1, n.1, agosto de 1916. 115 p.

56 querque, 111:as que, ta:mbem, como a maioria d'os brasileiros, não deu. ouvido ás lições do: mestre: "l\fales existem, ,sim; nem eu vim aqui paira os negar; seria pas. sa'l' nas ruas e não vêr as casas. Ouso, porém, accrescentar ,1u•! muitos dos que ahi andam imagi– naidos nãó passam de méra,s fan– tasias morbidas da musa da di;'fa,– maçãio. O que se escreve assombra, o que se ouve cresta e mata todas as energias. Quando perdeeem()ls tão mau ~estro 1 ;;;, O empenho constante de dene– grir é um triste privilegio, que, se não impede em absoluto o pro– g1'esso, desnor<t;eia o espirito na– cional, amesquinha ,o mérito, aba. te os a111imos, entibia as nobres ais– pirações, vela a justiça, amollenta os caracterês, apaga os enthusias– mos, confunde os bons com os maus, escurece o id'eaU, enlameia as faces, aperta o h011izonte de to– dos os talentos, a!funda o paiz in– teiro em um lodaçal sem termo e sem sa.hida" .-0. S. "Um sorriso para tudo... " -Alvaro Moreyra-Rio de Janeiro-1915. Alvaro l\for1eyra é o Stephane :Malarmé da prosa, no BraJsil. O seu mimoso livrinho "Um s01rriso para tudo ... '', é um repositorio EPHEMERIS. variado de sensaições multiplas,. em que se sobnelevam e reallçam,. por vezes, {111 a sua dôr, ou a sua. desillusão, porém sempre entrela– çaJdas num optimismo são que· desabrocha num sorr~so toleran– te ... Um sorriso para tudo ... "de extase prura a belleza,. de esperança pa'l·a, o amôr e· de encanto ou de mofa. pa,ra a Vida ... " Chorar é soffrier ... Rir tambem póde ser chO'rar. O ardor violento, dai amargura resecca muitas vezes. Sorrir é perd'Oa'r. Sorrii• é conso– lar. Sorrir é, sob'l·e.tudo, um debu~ xo que ,o espírito materialisa sub-. tilmente, numa exp1\essão contra– cta dos labios. So-rrir é equilihrar ~ nem amargura-, nem ruido. EçaJ de Quei 1 roz, o divino, no "rictus" do seu s01•riso eterno de nmal'gura, e,;tereotypa,va toda a sua compaJxao e bondade pelas fral(Juezas, pel,os erros dos homens. Sorrir é tolera'l'. E Alva,ro Mo– ireyra., no symbo[ismo harmonioso e fino da sua phrase, sO'rri como poucos, através a/ penumbra doa seus olhos de poeta e da sua alma de artista.-J. M. O conto « Laura e as suas lone• cas », que, por descuido, sahiu sem assignatura, é da. lavra. do nosso brilhante collabcrador dr. Paula Guimarães.

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