Ephemeris, v.1, n.1, agosto de 1916. 115 p.

I> EPHEl'IIERIS mortalidade : é o Amor que per– petúa ru Vida que renova e forta– lece os sentidos, cantando sempn• a loucura emocional de um sonho ·que se fez laba,reda para devorar, em ancia de clarões, as ultimas sombras moTta:s do Instincto ... D. Albertina Bertha possue, como D'Annunzio, uma alma de meio-dia; como Schille·r possue a nobreza do gesto que acórda sa:u– dades do sonho inicial ... Os adj e. ctivos fogem-lhe d•a penna, impe– tuosos e vivos como ondas; e vi– vos e ÍU11petuosos sóbem e baixam, desordenados, arfflictos, nervosos, Jia,rmoniosos, enfebrecidos e dolo- ridos, dando ao livro um cunho defeituoso e original. Ladice, cópia de Chirysis, é o li– vro todo. Ella resume a g,rande– za de Theophilo e ai brancura mys. ticai de sua i-rmã. As suas mãos queimam como brazas e acariciam como plumas; seus beijos devo– iram e accendem sensa.ções univer– .saes; seus cabellos, como línguas de serpentes, revolteiam incendia– dos de paixão, enluarando e enve– nenando ... "Exaltação" deixa, de ser um romance para ser uma apotheose á Vida, a,o Amor, á Volupia, aos braços que se estendem supplican– 'do outros bratços, ás bôccas que se ariseganham inflamma,da1s de desejo9 ... Sem ser um livro perfeito como obra d'arte, "Exaltação" é um livro perfeito como sentimento. Não como esse sentimento idiota que amolgou toda uma: geração de chloroticos, mas o sentimento hu– mano, muito humano e muito di– vino que apenas tóca aos que vie. 51 ram ao mm1do como iniciados, como propulsionadores de uma- re. ligião que abrolhou dentro da propria Vida ma,gnifica da Natu– reza ... "Exaltação" é um liv:ro que differe de todos os liV1ros naci0- naes. D. Albertina Bertha merece, pois, os applausos bem sinceros de todos os que pensam e amam a >Arte Pura.-L . Mario de Lima Barbosa -"Ruy Barbosa na Pofüi– ca e na: Histori~Rio, 1916. Em principiO!s de 1915 um in– telligente admirador de Ruy Ba.r– bosa fazia sahir á luz da publici– daide o 1 livro "Ruy BaJ.:bosa, sua vid 1 a1 e sua obra", primeiro traba– lho de vulto sobre a individuali– da,de inconfundível do grande brasileiro. O sr. Nazareth de Menezes, que é ·o auctor da referida, obra, acom,panha de perto, desde 1910, época; inolvidavel da campanha presidencial, a vida prodigiosa de Ruy Barbosa, e num livro de 3~7 paginas colleccionou "a.penas no– tas". que o estudo da suia1vida. e da, sua obra lhe suggeriu a,o espí– rito e que a sua admiração reco– lhe "para 1 uma, critica mais ampla, mais documentada, mais longa e variada a proposito da aicção d'o eminente patricio no scenario da nossa historia e da nossa vidru de paiz novo". Antes, porém, da ampliação

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