Ephemeris, v.1, n.1, agosto de 1916. 115 p.

EPHEMERIS 3 Os phalangiarios ,~e Epherneris trazem para a liça um plano. de Acção, a;cceitando, com o mesmo jubilo e a mesma audaxiia, o verao, e o reverso <l'essa medalha tantas vezes insidiosa,, em que se estampa a mysteriosa fatalidadle do destino das colliSlas. O P3irá tem-se arrastado até hoje no ego!ismo mercantil do. trafico que se restringe ao amparo tutellar ,das leis economicas. Vive-se d,e longo tempo abso1rvido por essa fascirua1ção inehrrante da mercancia exclusiva. Nãio seria legitimo culpal-a, é cla.ro, da len– .tidão ,da nossa cultura litterm-:ia1, porquanto ao progresso da ma- teria, sobre que se erige a fortuna d:o individuo e dias collectivida– des, podia perfeitamente ciorresponder o desenvolvimento menta•l sobre que se levanta, imperecivel e indlisputavel, a g1·an.deza de um povo. O factor maximo d 'essa desproporção entre a riqueza que regem ms leis da er,onomia pioilitica, e ess 'outra, infinitamente mais sensivel e delicaida, que regem as leis sociologicas (porque nad11i mais do que uma litteratura repr,e;,enta o valor cultural d 'uma, so– ciied3ide e a influenr,ia permanente :d'uma civiliza.ção em ma 1 rcba) -t~m sido um phencmeno funesto, que nenhuma lei physica ou \Social acoro·çôa e estimúla, pelo cal'a,cter estreitamente superficial e convencional que o assignala,: a desunião na familia dos que vi– vem pelo cerebro, pelio ,espírito, pelai penna, a discordia entre os m.a1gos ào mesmo cnlto, a dissonancia maléfica e dissolutiva entre os officiantes do rito mental. Epherneris, pela simples irradiação da suai vigorosa espiritua– lidaide, ha de ser por força um novo elemento da 0ordialidade fra– ternal, pois que as noosas lettiras não se, erguerão jamais á ia1ltura das no'Ssas necessidades moraes e esthetica;s emquanto vivermos sob o iiegimen <lias rivalidades absurdas, originar,ias de conflictos que devem permanecer estranhos á sensibilidade- requinta.da e ge– neii()jsa dlo nosso espirito. Sem que isso importe em compromisso que a desvie dia pura intenção 1dle luctar e vencer no d\o.minio intellectual, Epherneris terá s:ob o seu patrr,einio essa idéa confortante dle conco.rdi,a, sobe– j,a1rndlo-lhe, para arroc;t.a.r com as ireluctanci•as, que porventuT 1 a lhe opponha o meio, a.q,.1ella pngnacia serena e voluntariosa de Catão, o Antigo, quandlo rematava as suas catilina,rias senatoriaes com o indefectivel eO'Ilcitamcnto a,o exterminio d!o pha,ntasma cartha– ginez, sem se apereeber de impertinentes invectivas com que o sette,avam osi seus 1\ontemporaneos, mer,gulhados na sobe1l'ba illu– são cuja enganosa fra,gilidade a sua cla 1 rividencia temia. Alves de Sousa

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