Ephemeris, v.1, n.1, agosto de 1916. 115 p.
EPJfE111ERIS 37 1) "Notas Contemporaneasn-Porto-1909-pagina 88 2) Sylvio Romero-«Historia da Litteratura Brasileira»-segunda edição-Rio de Janeiro-;– ~1902-primeiro tomo- pagina 491. 3) F. Adolpho Coelho-«Curso de Litteratura Nacional - A Língua Portngueza•- segunda •edição-Porto-pagina 193. 4) Dr. ~ J. Leite de Va-sconcellos - «Liçõos de Philologia Portugncsa,>-Lisboa-1911- ·pagina 231. 5 ) O prologo da primeira edição é de maio de 1836. 6) Sigo na presodia e na graphia d'esta palavra o douto lexicographo e hellenista Dr 1iamiz Galvâ~. 7) J· Leite de Vasconcellos-Obra cit, paginas 231 232. 8) Ramiz G-alvào-«Yocabulario»-Jntrodncçâo- pagina 11. 1J) Deduzo isto de o f-~nhor Dr. Candido de Figueiredo no «Novo Diccionario>> preceder aquelles vocabulos de astArisco. tendo feito, na uChave de Signaes e Abreviatnras", a declara– ção de indica,r aquelle signal que o ,·ocabnlo não vem no «Oiccionario Uontemporaneo» e no de Adolpho Coelho. 10 '.' Leite de Vasconcellos- obra cit, pag. 232. li J Idem-pai;. 84. 12) Dr. Ramiz Galvão-«Voeabulario». 13 ) A. R. Gonçalves Viana--«Apostilas aos Dicionarios Portugueses»-tomo primeiro– pagina ó30. 14 ) O prurido de emendar, segundo os conselhos mai:-; ou menos amisto~o~ dos seus censores, levon o operoso auctor do «~ovo Diccionario» a.o excesso de «corrigir» o emprego .., que fizera ce 1 ·to, do particípio presente on gcruntlio. E' assim que, tendo escripto no cabeçalho da primeira edi\·ào- «No,·o Dif'cionario «comprehendendo muito mais de trinta mil vocabulosn, não teve duvidas em, snggestiouado pela. cri– tica de Julio Moreira («Estudos da Lingua Portuguesa »-Lisboa 1907- pag. 95 e seguintes) e Leiie de Vasconcellos ( Lições de Philologia Portugnesa- Lisboa- 1911. Pag. 388 e seguintes), substituir .Jla segnnda edição o gerunrlio «comprehendcndo pela oração relativa a em que se contem ~. E como se não ~P julgasse ainda sufficientementt! penitenciado do que acreditára. de bôa fé ..ser um erro, e,; ::reveu ú. pag. 15.J. da sua «Grammatica Siutetica», ha mezos dada a lume, esta iutei·es– ~sante palinodia: "O gerundio tem-se empregado erroneamente com função adjecti,·a como nestas phrases: '·Alngon uma casa (<tende» nove divisões." Depois de mais dois exemplos dogmatiza: '' Em português vernaculo dir-se-á. : "Alugou uma casa «que tem:ç nove divisões. •, Não obstante o acatamento qne me infundem os mestre. .:: conspicuos qne sào Jnlio Moreira. e Leite de Vasconcellos, nunca me resignei a seguir-lheR as pégadas qua.uto á syrntaxe do gcrundio. Isto mesmo affirmei publicamente, quan<lo em maio Oe 1914 tive de fazer provas em con• curso para provimento da cadeira de gra.mmatica historie.a da .Elscola Normal deste Estado. Ka. rei;;enha da minha prelecçâo publicada pelo «Dia.1io da Manhàlo de 24 de rnaio de 1914, lê~se o seguinte, que documenta o meu assertf'. ''Mostrou como o gerundio latino, depoi~ de definitivamente ar<',haizados os particípios pre– sentes terminados em t'ante, ente, inten ainda em nso nos primeiros seculos do Portuguez, accumu- 1011 ás funcções syn~acticas do gerundio propriamente dito as do participio presente. P ez sentir a sua di,-ergencia.. neste ponto, em qne perfilha a doutrina de Epiphanio Dias, do notavel philologo portnguez D1·. Leite de Vasconccllos, a. quem chama de um dos mais coni.picu– os cultores na philologia romanica.>i :Foi, poi.s, com amai.:: since1·a satisfação que 1i a Yaliosissimo estudo intitulado «Um ensaio • de symtaxe historica- A evol11ção do gerundio,l) publicado na. «Revist:t do Centro de 8ciencias, Letras .. e Artes» de Campinas ( volume de abril a setembro de 1914 ), pelo erudito lente cathedratic& de portugu~z do Hymnasio d'aquella adiantada cidade pa111istana Sr. Othoniel Motta, que com uma exuberante documentação impngna, á. luz de uma critica jmlicio:,;a e percueientc, o engano dos grandes mestres portuguezes J· Moreira e L . de Vaseoucellos. As doutas conclusões do philologo nacional mcre<'eram a acceitaçào e o a.pplauso do ce– - lebrado romanista allemào l\feypr Lubke, qne lhe dirigiu a proposito nma honrosa carta. IIa, porem, da parte do sabio tndesco e do profe~:sor brasileiro mna omissão ou um eqni– voco que urge desfazer. Empregar-se em portuguez o gernn<lio em substituição elo participio presente latino e con– sequentemente de uma oração adjectiva., é, a despeito das opiniõ('s. em contrario, de J. 1\'loreira e L . de Vasconcellos, doutrina corrente no ensino da. grammatica ela. nos~a. liugua, ha 1ezenas de annos. Bento de Oliveira na sua «Nova Grammatica Portugueza.» em cujo prologo, na primeira edi• çãc, datado de fevereiro de. 1862, declara textualmente «. .. conclnimos o tratado das partes varia– veis com importantes observa\'.ôes sobre o uso do infinitivo pesi-:oal e dos participios», assim a fixou á. pag. 63 da 19.ª edição, que possuo; «O participio imperfeito emprega-se de tres modos: 1. 0 Subordinado a outra oração, forma phrase:-; oracionacs (orações de participioJ de modo, causa, condição , tempo, concessivas e «incidentesH. Exemplos: Incidentes: .;i-1\Iandou Rumecão entrar quinhentos turco~ pelas rninas do baluarte abrazado seguindo-os de tropel o restante do campo»(«aos quaes seguia>> de tropel etc. ) )) O. sapientissimo grammaticog1·apho A11gusto Epiphanio da Silva Dias, ua sua optima ~(Gramm~t1ca Pot"tugucza," publicada ern 1876, (ha portanto 40 anno:-:, ) a synthetizou nestas palavras, 1!1s.e1:tas a. pag. 1S3 da setima edição, que cito: nAlém de entrar na conjugação periphrastica, o par– t1c1p10 do pref.lcnte emprega-se de dois modos: 1 ) referido ao sujeito de um verbo, e em certos caso~ tambem a um complemento e desi– gnando uma c.ircumstancia da acção do verbo (v. g. causa: mollo, etc), «ou, o que poucas ve~es acon• tece, «exprimindo uma simples qualificação em togar de uma oração relativa. » ) : «D. Joãô Alascarenhas, vendo que o baluarte S, Thomé tinha maior perigo, mandou trazer panellas de polvora. Encontrei-o dormindo. Olha os ceos, olha a terra, a luz do dia «expirando,> ( « que expira) nas vagas>).
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