Ephemeris, v.1, n.1, agosto de 1916. 115 p.
34 EPHEMERIS Presumo tambem que o dr. A. Cortesão, cujos SulJsidios pa• a um diccionario completo (hislorico-etyrnologico) da Língua Portuguesa fo– ram publicados em 1900-1901 (10), não se occupou d'estas palavras, porque se o tivesse feito, aventando quaesquer correcções, tel-as-hia o dr. Candido de Figueiredo registado na segunda edição do Nôvo Dic– cionario, como tão louvavelmente fez a respeito, por exemplo, da pro– sodia de Rubrica (11), Orthoepia. (12), Regira (13), do emprego do g-erundio (14), de úago (synonimo de Bacu,lo), etc. (15) Resta-me :tccrescentar aos pareceres já invocados, a t>pinillo de tres das mais conspícuas auctoridades em Philologia no Brasil-os sa– bios mestres drs. Fausto Barreto, ha pouco fallecido, Carlos de Laet e Eduardo Carlos Pereira. Os dois primeiros, na Anthologia Nacional, preciosa collectanea de excerptos dos melhores escriptores vernaculos dos quatro ultimos seculos, tanto na segunda edição (1896), em cujo prologo declaram textualmente ter «emendado as irreg·ularidades graphicas», como na sexta (1913), editorada já sob ::,s vistas exclusivas do colllpilador so- brevivente, accentua, am Bátavo. (16) _ Este facto é tanto mais relevante e decisirn, attentando-se em que a marcação da tonica nos esdruxulos não é de regra naquelle ma– nual. (17) O dr. Eduardo Carlos Pereira, na sua esplendida Grammat-íca Expositiva,quarta ediçllo-S. Paulo-1913-insere á pagina 28, numa lista de proparoxytonos, os vocabulos- Bátavo e Getulo. E' para admirar que nenhum elos mestres que têm, com tanto brilho versado o magno problema de corrigir accentuações viciosas, haja, que eu saiba, tratado d'estes tres vocaoulos. Nem o dr. J. Leite de Vasconcellos, que nas suas eruditas e preciosas Lições de Philologia, basta vez o discutia com o vastíssimo saber e a segurança de cl'itica com que tão profusamente tem locuple– tado os estudos linguísticos em sua patria; nem o sr. A. R. Gonçalves Viana, cujas Apostilas aos Dicionarios Portugueses são uma reaffir– .mação estupenda da cultura invulgar de que dão testemunho todos os seus monumentaes trabalhos; nem o ainda moço mas já sapiente mes– tre dr. Mario Bai:Teto, que abriu os seus valiosissimos Novos Estudos da Língua Portugueza com um admiravel capitul0 sobre Acento Pro– sodico; nem o doutíssimo dr. Jollo Ribeiro que ás paginas 214 e 259 -(notas 160 e 187) âa sua esplendida Selecta Classica discreteou sobre o assumpto c0m a larga cópia de saber que lhe marca um logar tão justamente distincto entre os mais colendos cultores da sciencia da lin– guagem entre nós-nenhum d'elles alludiu, que me conste, a batavo. getulo e incude. (12) Filippe Franco de Sá, o extraordinario philologo mja monu– .mental Orthophonia, editada ha pouco mais de um anno, pelo governo do Estado do Maranhão, é um dos mais justos títulos de orgulho da nossa cultura glottologica, pois que na pasmosa exuberancia de erudi– ,ção e clarividente perspicacia da critica iguala e em muitos pontos sobrepuja e corrige o sapientíssimo mestre portuguez Gonçalves Viana;
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