Ephemeris, v.1, n.1, agosto de 1916. 115 p.

k l:\nt proôfe01_a e~fiíefico Duas grandes concepções do mundo têm dividido os espíritos :através dos seculos. Desde Platão-o pae legitimo do idealismo-até Spencer, o espírito mais sensato em philosophia, ha vivido, gloriosa• mente, o dualismo interpretador das grandes causas no domínio dos <ionheeimentos. Repellem-se e fun <l.em -se a idéa e a materia, o cognoscivel e o incognoscível, o absoluto e o relativo, o phenomeno e a cousa em si, Deus e a Natureza. Não póde fugir o espírito humano da área deli· mitada por essas duas grandes correntes. A lucta das idéas é uma das modalidades da grande lucta uni• versa!. E esse dualismo que será sempre vivo, emquanto houver uma vida indifferente e uma vida consciente, espalha-se por toda parte in· vadindo todos os desvãos do entendimento. Na arte, nós o temos sob os nomes de 1ealfrmo e idealismo. . E neste novo campo de acção, elles se interpenetram e se afas• tam, harrnonisam-se e odeiam-se. Quando mesmo elles tendem para o monismo, transformando-se .em idéa, eis que esta se divide cm objectiva e subjectiva. Houve, apenas, uma troca de nomes. Mas a realidade é que, em arte, as idéas !eão objectivas ou subjectivas. São objectivas quando expressam a realidade de acções, subje• _divas quapdo são méros productos de ideação, quando são puramente ficções do espírito humano. As acções, isto é, os phenomenos da materia, a grande vida, o movimento em si, manifestam-se nos mundos physico, vital, psychico e social, correspondentes, a ellas, realidades physica, vital, psychica e social. Realidade physica é aquella que nos dá a conhecer o conjuncto -das a<~ ões physicas, dos multiplos phenomenos da natureza; vital, é a que nos revela os phenomenos da vida nos mineraes, vegetaes e ani• maes, é a que comprehende, em si, o complexo dos phenomcnos vi• "taes; psychica, é a cópia das acções psychicas, dos phenomenos trans– -cendentes, passados nos esp&.ços intermentaes: social, é a que traduz as acções dos homens vivendo em sociedade, actuando como sêres <!omponentes de uma collectividade. As idéas que traduzem as realidad<éls manifestadas fóra de nós são objectivas, e aquellas pelas quaes traduzimos essas mesmas reali– ·dades, porém, como nós a sentimos, são subjcctivas.

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