Ephemeris, v.1, n.1, agosto de 1916. 115 p.
:EPHEMERIS TERCEIRA SOMBRA. -Eu sou a Saudade. Nasci de dois adeuses: um adeus para a Vida e um adeus para a Morte. Foi entre o campo-santo e as rosas brancas d'um altar . . " Trago commigo um quasi nada de perfunw a .passar, nm quasi 11ad~ de acórdcs a morrer .. . Goivos tristes symbolisando o adeus da Morte, pallidas violetas symbolisando o adeus da Vida . .. Quando parti, sinos tocavam; era um crepusculo de outomno; folhas mortas cahiam... Conheci o Amor - o bem sL1prcrno; co11- Yivi co111 a Desesperança-a supr0ma desv<'n– tura! Trago commigo a realidade apavorante da l\IortP e, por onde passo, vou deixando uma poeira doirada de cphemeras chimcras .. . Acompanha-me, como anathema tcrriYel, o threno aziágo, o Nunc& mais! Nunca mais! fatidico do Corvo tenebroso. .,....... ··· ·· ······· ·········· ·· ·······•t•···· .......... 15 Ashavérus contempla o c1;0 e scisrna (' sente a su'alma toda illu– minada, na refulgcncia de um mystico clarão, como que a caminhar, numa ascensão gloriosa, para a lnz suavissima de urna estrella, ao longe ... Era a inrng-cm ela Vida. VEIGA CABRAL
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