Ephemeris, v.1, n.1, agosto de 1916. 115 p.
1Ja vi~ilidade liff e~a~ia Todos os povos, ·obedientes á lei tyrannica 1 que os preciipitm para os abysmos, cJrmhecem a difficuldatle dos princip~os, o esplen– .dor ;dlo apogeu, e, tom.ados de vertigem repentina, o rolar pa!ra ai decadencia irremediavel. No mesmo momento em que soibem ao Capitolio, arrai.stan<lo na esteii,a do seu carDo triumphru os exer– citos e os reis, certo~. symptomas, geralmente de ordem moral, de– nunciam, Ilt3J !Jlethom do seu \Oirganismto, os pontos f:racos pOlt" onde a. m!o·rte entrará. O amor -do lucro, ,a1 ambição, o individualismo, fluctuando á tona das aguas revoltais, antecipadatmente advertem e •ameaçam, ao passo que nos costumes, nas leis e sobretudo na litteratura., se desenha a sinistra pr-01Phecia do naufra.gio lfiinal. Quer ·sejam a$ prodlucções de uma. n.a.ção o desenvolvimento halrmonicio ~da sua índole especial, quer mesmo uma imitação servil e damninha, dão a medida perfeita - não receio affirmal-o - das suas virtudes e dos seus -vícios, da sua vita,li,dlaJde e do seu futuro. Se são ai fiel reproducção do que ao ;redor dos sieu~ auctores se diz ou se faz, nada se póde objectar á exacção píhotographica dios seus instantaneos. Se, pelo contr1a 1 rio, nãlo passam de uma/ cairi– catura, exagge1,ada e grosseira, .~e mesmo copiam sem -dígniida<le e sem consciencia o que existe de peo-r no resto do mundo, acceitas e applau,dida:s, nos jornaes e nos theatros, attesta,m que lo joio en– cont:rou terra, propria pa;riai o seu desenv,olvimento e preparam o ca– minho para. o a:ôvento de peores vícios. Qu.ando, pois, um verda,deiro patriota quer assegurar a1 hege– monia da tena do seu berço, appelle não só para os solda:dos e os políticos, maJs tambem para, os que traduzem o pensa1mento publico, que malll.ejam a penna, aconJSelhando-lhes a pria,tica da vend!adeira litteratum, da litteratum viril. São legião Ôs que rabisicam com o fim unico de, em prosa e verso, repnoduzÍ'r', inutei,s, peri•glo~as se- ' reias, as molles ha'l'monias 'dlo carrilhão de Renan. Surja um imi– tador de PJ.atão que, relegue paJ.''3 a r<egião vaga onde, m01rto o pensamento, vagueiam preguiçosiamente nã~1 sei que accórdes de harpas éo1rnas, 'OS cultores da fórrma, va,porosa, inimigos da idéa es– belta e n-µial como a Venus de Milo. Os proprios escriptores que ainda conserva 1 m o cerebro vivo tornam-se inimigos publicos quando fazem <lo estyl 1~ o fim principal,
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