Ephemeris, v.1, n.1, agosto de 1916. 115 p.

108 ' 1 bibclot", deve teJJ> umas "nuances" de eclectismo. E já que ha tantas va– riedades d 'elle, por que não os pro.fü– raremos· todos, na medida de nossas posses? Conheces alguma coisa, Déa, de mais apaixonado que essa caça :i uma coisinha inutil e muitas vezes .cara, na desordem e na meia. obsca– ridadc das lojas de "bric-á-braé'',quer situadas em Belem ou na China'/ "Por isso 1 eu nã9 amo os .:ieus .s6 por snobismo ou por amor da arte, mas tamberu porqu~ eadfl u1u d 'esses gentís objectos 1 elegante ou bizarro, esbelto 011 ruassiço, pezado ou leve, re!}r:senta 1un -in.stante da minha ,-ida que, sem elle, teria sido inutil e vul– gar.· E ainda que, na .1n·opria sau~la– de ae uma coisa feliz, haja sempre àlguma melancolia, é tão bom 1·egres. sar :ao passado! A exístenci::t ,~ curta se a vivemos uma só vez,: os "hii,e– lots", os encanta<lores e preciosos "bi– belots" são os magi_!Jos que.,. tantas ve-• zes quantas o quizermos, a farão re– \7iver. A IV(oda EPHEMERIS veril, se, para Yat'ial-a, mesmo sem o concurso -dos figurinos estrangeiro~, não tivessem as nossas conterraneas os dons, que lhes são natos, do discer– nimento e d~ bom gosto. Temos uma época n.o anno, a que o povo chama de in..vernosa. E' a das eh.uvas. ls,;o, por'êm, constitue outra "blague", pois que chuva não é inver– no. Nessa quadra annual, apesar .do conbnuâdo agu.aeeiro que nos abaixa um tanto a -te:mpe:ratllfa normal, bem longe fieamos, ainda, do que propria– mente se cl1amllc inverno, e ,.que vem a ser : a -estação do frio, da neve, das neblinas e das arvores desnudas. · Ora, dos paizes que possuem quatro estaçoes, como os da Europa e os Es– tados-Unidos, é que nos vêm os fign– rinos e as modas. Resulta d'abi que, d.urante os mezes em que naquelles lo– gares é inverno ou outorono, rece1ie- . mos nós modelos inteiramente impro- prios ao nosso climá"':' 1 Para a leitora iss.o. nada é, porque a sua imaginaçiío e o seu bom..gosto tudo isso superam, creando modefos para seu uso proprio. Pará nós, porém, chronistas sem A mudança ele estações; nas nossas dons de refinada elcgancia, o caso é terras equatoriaes, é uma "blague" bem di•verso, princi.palm®-te agora de almanack. A uni.e.a "seaSún" qne que, nos jornaes de modàs chegados.. tem°'"• é a Primavera, esta eterna da Europa e da Arneric:a do Norte, Primavera que tonaliza ....ele verde e onde o 01ttomno ('0meça a despir f.S om:o as nossas mattas,e reflora, numa arvore,s -e a fazer fr.emir as epiâer– c011stãncia exhubere, os nossos éam~ roes delicadas, só vemos "pellisses" e pos e jardins. • "fourrures"on vesti elos .e chapéus tn- "Inferno verde" chamou-as já um cabíveis p rião utili-saieis aqui. subtil espírito patrício, assomb1·ado Em todo o caso, num esforço bem da portentosa ímmui:abilidade de tons -merecido pelas leitoras de "Epbemc– da sua paizagem. rü;", vamos Aproveitar, cl'esses mes-:, E, na verclaâ.e, a essa -catação fixa- . mó figurinos 01.üomnaes, ao meuo;1 o a::i,, naturalmente, por leis pbysicas, estylo, o feitio que adaptaremos á ie– devemos nós o inferno de verdura, de ciclos p.roprios ela nossa eterna Pri– florações, de ahundam:ia, ae vitalida- maYera adoravel. ele e de seiva, que fazem d 'este rin- Começâremos então por decbrar– cão a Chanaan real elas antigas pro- vos: que os vestidos são um ,)ouco missões promettidas. mais éompriclos e um pouco me..;"lOS- Clàro, a moda, que deve submetter- lar.gos, ou quando muito menos estira,.- . se em primeiro logar ao alveclrio das . dos. est:;i,ções, tüfllar-se-ia difficil de se- O tecido branco continúa a ser o guir e., sobretudo, seria. monc '. :ma, na ultra elegante, quer se âeseje a "toi– nossa região ;invariavelmente prima- lette", uniformemente branca do cal-

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