Ephemeris, v.1, n.1, agosto de 1916. 115 p.
• OM EZ ✓ _ELEGANTE distinguir entre todas as outras. São a sua originalidade e elles assignalam, -Gostas de "bibelots", Déa 'l Eu ao mesmo tempo, as preferencias da adoro-os! sua proprietaria. Porque para · cor- Chronica -E eu que te folgava uma mulher responder a todos os gostos ha va- pratica ! riedades infinitas de "bib:lots": 0 No cáes, onde conversavam nessa historico, o documentario, que agrada :radiosa tarde queimada pelo sól, mas . aos espíritos sérios; o exotico, o'riun– :refrescada pela brisa ligeira que sóbe do dos paizes longínquos e o dilecto do Guajará, calei-me a contemplar dos que procuram aventuras; e o ar– Déa: tistico :vasos cinz.elados, quadrosinhos -O que é que tu chamas uma mu- delicados, os preferidos das almas de lher pratica, e~thetas. Ha, finalmente, o "bibelot" -Aquella que só gosta e se rodeia sunples, humilde e familiar que só de coisas praticas. tem o apreço das sentimentaes, ami- -Mas, minha querida Déa, eu acho gas da saudade. os "bibelots" necessarios á nossa vi- -Minha querida, interrompeu Déa da .. . á nossa vida de mulheres se- não fBjlemos d'estas ultimas. São el~ culo vinte. Da existencia,, são elles o l~_s que enc!:i-em as casas de uma por– symbolo rapido, elegante e ataviado. çao de obJectos heteroclitos, a que Assignalam-lhe as fugitivas étapas e chamam "bibelots", pelo futil pretex– os momentos do mais raro preço. . . to de os terem. São o resumo vivo e artístico d'essa -Mas, não ha nada ou quasi nana existencía ... O calhau tão curioso, que não possa ser "bibelot", Déa, marchetado de brilhantes incrusta- desde que nelle se reencontre a .alma ções naturaes, que te serve de pesa- que o soube escolher com gosto. (') papeis, não te recorda o dia em que o "bibelot", finalmente, é um ob~ecto t opaste, com a ponteira da sombrinha, recolhido e disposto com gosto~ por num passeio com uma pessôa querida 1 uma pessôa de gosto. Certamente, um pesa-papeis entra na "Naturalmente, é preciso não .tahir categoria dos "bibelots" indispensa- no exaggero dos colleccionadores . Es– veis ; mas, reflect.e quanto o teu pra- tes são espíritos exclusvios que s.:i in– zer seria diminuído se possuísses um, teressam não só por uma especie uni– comprado de olhos fcehados, no pri- ca, como tambem por um objecto uni– meiro bazar que encontrasses. co que multiplicam ao infinito. Não "As coisas uteis são as mesmas para vêem e não desejam senão elle--: para todos. E' na escolha de lindos "bibe- t odas as bellas coisas que d'elle diffe– lots" que nos individualizamos, por- rem, têm olhares de despre7.o ou de que, na sua escolha, preside uma intei- mófa. E não é sem razão que esses ra liberdade. Nada trahe mais ela- espiritos têm excitado em todos os ra:r:nente uma personalidade feminina tempos a "verve" dos humoristas e a do que os "bibelots". São a verdadei- ironia dos moralistas. :ra firma da sua morada e o que a faz "Penso que o amor intelligent'3 pelo
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