Ephemeris, v.1, n.1, agosto de 1916. 115 p.
EPHEZIIERIS nm bem geral, porque, dizia, os deuses sabem melhor do que nós o que precisamos e nos é vantajoso. . Xão temos nada que pedir, nada que temer, nada que esperar dos deuses. Devemos 8('1' justos e bons, porc1ue a justiça e o· bem são modalidades da sabedoria, porque a justiça e o bem nos pro– porcionam a tranqnillidade d 'alma, qne tem por fundamento unico e inabalavcl a ausC'ncia de toda a superstição insensata, como disse Lange, que, com Draper e tantos ontros, só tem palavras encomias– ticas para o grande pensador immortal, cuja moral ahi fica debu– xada. Essa moral, elevada e pura, 8Clll interesse e 8('111 super stição, não era capa7,, reallllenü•, de 8t•rvir de com;olação e refng-io ás al– mas sacudidas pelas dcsgra<;as de uma civilização decadente e de uma religião sem ideal 7 Epicuro hania todo o fanatismo e toda a superstição. C'ollocava o homem em fren1 e elo seu destino tcJTes– tre e d 'elle uão o tirava, a pparelhando-o para a lncta da viela com as armas da razão desprovida de qualquer resquieio de iclealidade. Para combater a dôr inevi1avC'l, aconsellrn-va a pacieneia e a re– signação; para combater as injrn,tiças, aconselhava a sabedoria. O fim da vida é a libertac:ão <lo mal pelo predominio <lo hem. Ró o sahio é bom e imruortal. O ignoraute e o mau se perdem rapidamen– te no não ser~ A moral <le Epicu r o era tão pnra e tanto purificava as almas, que Seneca, entre outros, passava por um inspirado. só faltando para ser doutor da cgreja, um dos precursores da religião christã, o baptismo. E' <le admirar que uma moral tão pura formasse os espíritos e fosse o refugio dos mais nobres representante:=; da virtude antiga, qnan<lo o mundo pagão desabava no meio da descrença e da cor– rupção universaes 1 Olodoaldo Freitas
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