Ephemeris, v.1, n.1, agosto de 1916. 115 p.
EPHEMERIS 101 apoderou-se, na Oceania, das Ilhas Marshall, das de Bismarck e da Nova Gniné, mantendo -s<:' sempre de fórma a não levantar protes– tos ou ccmpli<:>a ções internacionaes de que lhe ·adviessem prejuizos. Não seria. cert~mente, o Brasil que escaparia, nas circumstancias expostas, ·de contribuir, como povo fraco, para a hegemonia teuto– niea. Seriamos. fat:-ilmente, acorrentados ao seu rarro de vencedores, sem que o cha.mado sangue latino despertasse para nos arrancar de suas mãos. Afastado, entretanto, o perigo teutonico, ainda não estaria– mos tranquillos. A fria e calculada ambição ingleza ahi nos esperaria , prompta, da mesma fórma, para nos estran– gular. Quanclo, por qualquer ,circumstancia, extranha aos nossos calculos, podessemos fugir ao allemão, não escaparíamos aos açambarcadores inglezes. Esses conhecidos senhores do mun– do jámais respeitaram as nações fracas, quando se encontram os seus interesses em jogo. Os seus domínios da India, do Egypto, do Canadá, da Anstralia, para só falar dos maiores, são uma sequeneia de crimes. A historia está a nos recordu os episodios lancinantes da dominação no Transwaal e na Republica Livre de Orange. São dois grandes gritos ele angustia, cujo éco soturno ainda faz estre– mecer o mundo. Relembram as atrocidrrcles :ignoradas até então no occiclente e de que só os orientaes tinham o segredo. O que esca.– pára á visão desvairada de Xerxes foi praticado pelos generaes da Inglaterra. O que faria deter Alexandre, na conquista ela Per– sia, não susteve o massacre d 'esse punhado de heróes, que .fôram os bátavos que povoavam o sul da Africa. Todos ainda recordam a sombria impressão de horror que esses acontecimentos des-perta– ram. Não precisamos lembrar, a cada hrasileiro, de per si, que sorte equal nos estaria reservada. Sabem-no todos quantos c::e in– teressam pelos estudos serios, que não é outro o destino que aguar– da os povos sem consciencia da sua nacionalidade. O lwspanhofo,– mo, tendencioso e negaceador, não nos conduziria a outros dei;:– tinos. Lastimamos que oc; limites d 'esta revista não nos perinittissem fazer mais ampla explanação do nosso modo de pensar. Fiquemos por aqui, mas nos convençamos de que a campanha de descredito (le qnc &0mos victimas é uma consequencia da con– vicção de inferioridade dos nossos vizinhos . E' a· nossa grandeza, o poderio da nacionalidade brasileira, que irrita a doentia sensibilidade hispano-americana. Devemos procurar merecer, entretanto, o respeito, a admiração dos povos forte-:, das raças dominadoras, dos teutoS\ e saxões. A supremacia latiMl, em nosso tempo, é uma utopia. Angyone Costa
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